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COMER & BEBER 2018/2019: Restaurantes Italianos

Confira a seleção dos melhores endereços dessa especialidade

Por Isabelle Lindote
Atualizado em 1 ago 2018, 15h29 - Publicado em 27 jul 2018, 08h00
Letícia Auler_divulgação
Nhoque com ragú de vinho tinto do Anna (Letícia Aule/Divulgação)

Anna. Batizada com o nome da matriarca da família Aleixo, a empreitada é comandada pelos irmãos Ana Lúcia, João Carlos e Carlos Henri em um casarão do Jardim de Alah — logo ao lado fica outro negócio do clã, o Artigiano. No salão, com peças garimpadas em antiquários, são servidas receitas italianas de peixes e frutos do mar. Carpaccio de namorado com salada de cevadinha (R$ 27,90) e salada de figos secos com presunto de Parma e nozes carameladas (R$ 29,50) são sugestões mais recentes. Na etapa principal, uma pedida traz garganelli ao azeite com vagens francesas, aspargos, favas e abobrinha com manjericão (R$ 43,80). O delicioso e leve espaguete artesanal com camarões grelhados e molho pesto de manjericão custa R$ 54,70. Sugestão da confeitaria, a tortinha folhada de maçã com passas e canela (R$ 28,00) é um clássico. Muitos itens do menu são de produção própria, da massa folhada ao sorvete da sobremesa, passando por pastas, pães e biscoitos. É bom lembrar: como nas outras casas do grupo, não são aceitos cartões no pagamento.

Artigiano. O mais antigo negócio da família Aleixo (os irmãos são donos também do Anna e do Pomodorino) é especializado em receitas artesanais da região da Emilia-Romagna, avalizadas pelo selo da Accademia Gastronomica Italiana. Um bom começo passa por flores de abobrinha fritas, recheadas de mussarela fresca e anchovas (R$ 25,00, quatro unidades). As numerosas massas sugeridas são feitas na casa. É o caso do ravióli de bacalhau com azeitonas pretas ao molho de tomate e manjericão (R$ 47,50). O tagliolini acompanha filés com mussarela de búfala, tomate e manjericão (R$ 58,00) em escolha saborosa. No forno a lenha é preparado um pequeno menu de pizzas, como a margherita (R$ 36,50). Um clássico da ala doce, a torta tenerina de chocolate com calda (R$ 27,50) é feita sem farinha. Fica o alerta: só é aceito pagamento em dinheiro ou cheque, um padrão nas casas do grupo.

Cantina da Praça_Peixe grelhado e espaguete de abobrinha
Peixe grelhado e espaguete de abobrinha: dica sem massa na Cantina da Praça (Michel Ângelo/Divulgação)

Cantina da Praça. Dos mesmos donos da vizinha Mercearia da Praça, misto de bar e delicatessen portuguesa, o restaurante abre cedo, para o café da manhã, e atrai a clientela com ótima relação entre preço e qualidade. Na seção de entradas, uma pedida saborosa reúne bolinhos de risoto com costela desfiada (R$ 26,00, seis unidades). A polenta cremosa acompanhada de espinafre, linguiça e queijo grana padano (R$ 24,00) é finalizada na mesa. Na seção das massas, escolha sem preocupação entre espaguete à carbonara (R$ 32,00) e tortellini com recheio de camarões e peixe ao molho de espumante e alho-poró crocante (R$ 39,00). Alternativa leve, o peixe grelhado escoltado por espaguete de abobrinha, tomate-cereja e manjericão, generosamente regado com azeite (R$ 42,00), já tem fãs de carteirinha. Para terminar, prove o cremoso tiramisu (R$ 15,00) ou invista em um dos doces expostos no balcão, que também exibe seleção de antepastos.

Carmelo. Bem-sucedido reduto de bairro, foi a primeira empreitada do chef Marcos Alvim, também à frente de uma unidade no Centro e da Carmelo Armazém, delicatessen e empório a poucos metros do restaurante no Flamengo. Seu menu tem boas pedidas de entrada, como as bruschettas adele (R$ 29,90 a dupla), de queijo brie, presunto de Parma e pera em azeite extravirgem e mel aromatizado com alecrim. Na seção principal, o raviolini recheado de lascas de bacalhau, alho frito, cebola sautée, azeitonas e tomate-cereja (R$ 58,90) é um dos destaques. Massas em geral (espaguete, fettuccine, penne e nhoque) podem ganhar molhos variados, a exemplo do preparo de funghi seco e champignon fresco, creme de leite e molho madeira (R$ 44,90). Nos fins de semana, o ambiente é animado por apresentações de jazz.

Degustação Del Plin
Del Plin: três massas no mesmo pedido (Bruno de Lima/Divulgação)
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Casa do Sardo. Com receitas genuínas e preços atraentes, o restaurante leva gente de toda parte até São Cristóvão. Há novos motivos para retornar. Em março, uma reforma ampliou o conforto no espaço, sem ofuscar a atmosfera rústica, charme do salão desde o início. O menu voltou-se ainda mais para sabores da Sardenha, terra natal do chef e sócio Silvio Podda. A fregola, típica massa de sêmola em forma de grão, ganha molho de frutos do mar (mexilhão, lula, polvo, vôngole e camarão) por R$ 53,00. Tradicional nhoque da ilha italiana, o malloredus custa R$ 49,00, na versão com ragu de linguiça artesanal. Aproveite a visita para conhecer a seadas (R$ 14,00): a famosa sobremesa sarda é um pastel recheado de queijo e laranja servido com mel. A propósito: Podda e seu parceiro, o siciliano Paolo di Bella, abriram outro ponto no bairro, a Osteria dei Sardi.

Cipriani. Eleito no ano passado o chef revelação do COMER & BEBER, o napolitano Aniello Cassese segue brilhando na cozinha do icônico restaurante do Hotel Copacabana Palace. Seus cardápios são renovados a cada seis meses com criações arrojadas, inspiradas pela diversa culinária de seu país. Um passeio completo é oferecido pelo menu degustação (R$ 420,00), uma sequência de dez receitas que também podem ser solicitadas em separado. Entram no percurso ora em cartaz vieiras grelhadas com couve-flor, alcaparra e molho caesar (R$ 94,00) e linguado com legumes da estação e molho de ostras (R$ 140,00). O cardápio de almoço valoriza clássicos como a berinjela à parmigiana (R$ 68,00).

D’Amici. Reduto de fachada discreta no Leme, a casa coleciona clientes cativos. Fundado há quase duas décadas por Antônio Salustiano, Cândido Alves e Valmir Pereira, trio de maîtres com longa estrada em endereços icônicos, o restaurante se tornou referência em serviço e em cozinha italiana, sobretudo no preparo de pescados. Com o passar do tempo, os sócios foram deixando a casa, até Salustiano, o último guardião, vender sua parte, em 2017. A boa notícia: pouca coisa mudou. Assim como na época dos antigos proprietários, não há estoque de peixes e frutos do mar, ou seja, nada é resfriado ou congelado. É o chef, Alan Leal, quem compra pessoalmente 95% dos insumos. Uma dica para o começo é o pesce marinato (R$ 65,00), que traz fatias de pargo temperadas com azeite, limão e pimenta dedo-de-moça — deliciosa simplicidade. Na seção de primi piatti, que, seguindo a tradição italiana, elenca os pratos de massa, figura o clássico espaguete ao vôngole (R$ 79,00). A massa longa pode vir também envolvida em molho de frutos do mar (R$ 98,00), feito com tomate, polvo, lula e camarão. Adiante, a ala de pratos com peixes tem uma novidade: cherne grelhado e regado ao molho de alecrim com azeite (R$ 129,00). Se preferir um clássico, decida entre o polvo à napolitana (R$ 98,00), com molho de tomate, alcaparra e azeitona preta, e o lagostim ao vinho branco, ervas e azeite (R$ 114,00). As guarnições ficam a cargo do cliente. Risoto de limão-siciliano e batata ao forno são imbatíveis. O tiramisu (R$ 25,00) faz belo arremate.

Del Plin. Inaugurado em junho, o restaurante ocupa um ponto central no VillageMall. A proposta é oferecer menu franco–italiano: o foco são os sabores do Piemonte, mas as técnicas empregadas são da nouvelle cuisine. Trata-se de uma empreitada do restaurateur Juscelino Pereira, que fez parte do grupo Fasano por doze anos e é conhecido em São Paulo pelo bem-sucedido Piselli, reduto de culinária italiana contemporânea. O experiente chef (e sócio) Marcelo Martino prepara massas de fabricação própria, a exemplo do picci com polvo (R$ 78,00). O ravióli del plin pode ser recheado de carne com molho rôti e timo limone (R$ 35,00), abóbora, manteiga e mel de trufa (R$ 39,00) ou pera, manteiga de ervas e nozes torradas (R$ 37,00). Uma opção simpática reúne os três sabores em miniporções por R$ 79,00. Na ala francesa figuram clássicos como o coq au vin (R$ 76,00), frango ensopado em molho à base de vinho. Para adoçar também há pedidas tradicionais sob as duas inspirações, como creme brûlé e tiramisu (R$ 26,00 cada um).

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Risoto de tomate com queijo de cabra: no Fasano Al Mare (Lipe Borges/Divulgação)
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Fasano Al Mare. A saída do chef executivo Paolo Lavezzini, que por cinco anos comandou toda a operação de cozinha do hotel Fasano na cidade, ainda não causou impacto no cardápio. Responsável direto pelas três vitórias consecutivas da casa no COMER & BEBER, o cozinheiro italiano continua no país: está em São Paulo, na primeira unidade brasileira da rede Four Seasons. Por aqui, enquanto as prometidas mudanças no salão não vêm, o menu segue quase inalterado, sob o olhar atento do empresário Rogério Fasano. No percurso à la carte, a polenta gratinada com queijos gorgonzola e taleggio (R$ 74,00) é escolha apreciada. Entre os pratos principais, as opções incluem agnolotti de abóbora com pato ao zimbro (R$ 118,00), risoto de cogumelos (R$ 136,00) e paleta de cordeiro ao forno guarnecida de batatas e alcachofras (R$ 136,00). Para terminar, o clássico tiramisu (R$ 50,00), montado na hora, é um dos melhores da cidade. No almoço durante a semana, o fornido menu executivo é servido por R$ 88,00.

Fiorino. Porto seguro de cozinha italiana na Tijuca, a casa integra a Accademia Gastronomica Italiana, sediada em Bolonha. O cardápio sugere pizzas assadas no forno a lenha e massas. Comece bem com a fritturine di mare (R$ 27,50), porção de camarões e lulas empanados sob escolta de limão e rúcula. A mesma folha entra na salada com shiitake e parmesão (R$ 25,80), entrada das mais procuradas pela clientela. Da ala de massas frescas, experimente o pappardelle alla bottarga (R$ 51,80), com ovas de tainha e camarões puxados no azeite extravirgem. Para os carnívoros, a dica é o medalhão ao molho de funghi servido com tagliolini fresco (R$ 59,70). Na sobremesa, a torta de frutos do bosque (R$ 26,70) é sempre uma boa pedida. Vale lembrar que por lá são aceitos pagamentos apenas em cheque ou dinheiro.

Fratelli. Nos dois endereços são servidos pratos tradicionais que agradam em cheio ao paladar da clientela fiel. O carpaccio de carne bovina com rúcula, azeite e queijo parmesão (R$ 30,00) e a dupla de bruschettas de tomate-cereja e manjericão (R$ 33,00) são bons começos. Na ala das massas, valem a visita o espaguetone com ragu de pato (R$ 69,00) e o ravióli verde recheado de maçã, pera e canela ao molho cremoso de queijo brie (R$ 61,00). Um delicioso risoto de arroz arbóreo com hortelã pode acompanhar costeletas de cordeiro por R$ 129,00. Há ainda a seção de pizzas, em tamanho individual, em coberturas como a de mussarela de búfala, molho de tomate, queijo brie, presunto de Parma e geleia de pimenta (R$ 78,00). Na sobremesa, reina o tiramisu (R$ 30,00). Em tempo: os preços checados são da casa na Barra, construída em parte com tijolos antigos trazidos da Itália, em projeto do arquiteto Hélio Pellegrino.

Gabbiano Ristorante. Com o fechamento do Gabbiano Al Mare, em 2017, o chef Romano Fontanive, carioca, descendente de italianos, concentrou-se nas cozinhas dessa casa e de sua versão trattoria, ambas na Barra. As criações do cardápio são atestadas pelo certificado de qualidade Ospitalità Italiana, concedido em 2012 pelo governo de lá. No salão, decorado com obras dos artistas plásticos Antonio Bokel e Peu Mello, comece pelo vitelo tonnato, preparo de atum e carne de vitela finamente fatiados, finalizados com gotas de aceto balsâmico (R$ 42,00). Na sequência, uma sugestão é o risoto com lulas, polvo e bottarga de robalo produzida artesanalmente pela equipe de Romano (R$ 73,00). Entre as massas há deliciosas combinações, a exemplo da caremelle fresca recheada de javali ao molho cremoso de queijo pecorino e pimenta torrada (R$ 67,00). Pedida doce, a pera ao vinho (R$ 22,00) ganha versão local com farofa de amendoim e sorvete de creme. Fique de olho: a adega, com capacidade para 800 garrafas, é das maiores da cidade.

Gero. Apesar de a cozinha contemporânea exigir inovações constantes, a regularidade — e empresários da velha guarda sabem bem disso — é uma virtude indiscutível no volátil ramo da restauração. É ela que, mesmo em tempos de crise, mantém de pé casas tradicionais como a filial carioca da grife Fasano, um ponto de excelência em Ipanema. No elegante salão, cercado de tijolinhos e fotos de ícones cariocas, a tradicional polenta fresca ao molho de cogumelo (R$ 76,00) figura ao lado do leve carpaccio de atum com limão-siciliano (R$ 85,00). Na ala principal, destacam-se preparos com massa fresca, entre eles o delicioso cavatelli misturado a ragu de linguiça e cogumelo (R$ 85,00). Risotos chegam em ponto italiano em versões como camarão com abóbora (R$ 138,00). Uma opção com lagostim é oferecida no fornido menu executivo (R$ 110,00, entrada, prato e sobremesa).

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Grado. Não é só o melhor italiano da cidade, é também o restaurante mais bonito. Empreitada de Nello Garaventa (o chef) e Lara Atamian (a anfitriã, no comando do salão), o casal da foto, com mais dois sócios, a casa numa pequena rua do Jardim Botânico, vizinha dos concorrentes Venga! Taberna, Lorenzo Bistrô e Puro, ganhou decoração caprichada, com objetos de família escolhidos a dedo por Lara. Salões aconchegantes com piso de tacos, paredes de tijolinhos e estantes repletas de livros compõem o cenário para as criações de Garaventa, descendente de italianos. Boa parte de seus preparos passa pelo forno a lenha que fica anexo à cozinha aparente. É o caso do queijo de cabra artesanal com beterraba no carvão acompanhado do ótimo pão de produção própria (R$ 31,00), dica de entrada. Outro acerto é a versão de polvo para a típica panzanella, salada toscana de pão com alcaparras, pepino, tomate, cebola-roxa e azeitona preta (R$ 34,00). Na seção de massas, o adorável nhoque dourado vem com pesto de rúcula, tomate-­cereja assado e parmesão (R$ 52,00). Mais consistente, o peixe inteiro assado na lenha é guarnecido de legumes mediterrâneos (R$ 76,00). Para terminar, torta de limão-siciliano com calda de mirtilo (R$ 24,00).

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Polpettone: delícia sem erro do Gero Trattoria (Tomás Rangel/Divulgação)

Gero Trattoria. Versão despojada do Gero, elegante grife de gastronomia italiana com filiais em Ipanema e na Barra, o ponto no Shopping Leblon tem menu enxuto e ambiente informal. O salão é delimitado por plantas altas e protegido por ombrelones. Um bufê de saladas e antepastos está disponível na hora do almoço (R$ 70,00) — é possível acrescentar à refeição um prato principal, a exemplo do agnolotti de ricota com espinafre ao molho de tomate e manjericão, por mais R$ 20,00. Do cardápio fixo criado pelo chef Luca Gozzani, o carpaccio de atum marinado (R$ 70,00) é boa sugestão de abre–alas. Na sequência, uma pedida tradicional é o polpettone recheado de mussarela de búfala (R$ 94,00), guarnecido de ervilhas, presunto cru e lascas de cebola. Na ala dos risotos, o de ragu de ossobuco com açafrão (R4 97,00) é outro clássico. Finalize o percurso com mil-folhas de creme em calda de baunilha (R$ 35,00). Observações: a casa sugere cobrança de 14% de serviço e não tem banheiro próprio. É preciso usar uma das opções do shopping.

Giuseppe. Esta foi a primeira empreitada do grupo Best Fork, que hoje contempla mais seis negócios gastronômicos sob o comando do empresário Marcelo Torres. No Centro, o ponto é mais movimentado na hora do almoço, mas a extensão do horário até as 20h busca atingir outro perfil de público. No salão, atrai as atenções a fonte de Baco trazida da Itália, inspiração para a prova de algum dos 200 rótulos de vinho nacionais e importados presentes na carta. Para começar, o carpaccio di salmone (R$ 32,00), sob azeite extravirgem, limão-siciliano e pitada de aneto, e a versão clássica, de carne bovina com queijo grana padano (R$ 29,00), são pedidas populares. Na ala principal sobressaem sugestões de massa fresca, caso do gnocchetti com camarões médios puxados em azeite e alho, rúcula, pimenta dedo-de-moça e molho bechamel (R$ 89,00). Criativo, o raviolone de moela com pimenta-biquinho e molho reduzido do próprio cozimento custa R$ 54,00. Com massa de grano duro, o espaguete à carbonara (R$ 58,00) segue a receita tradicional, sem creme de leite. Na sobremesa, prove o típico tiramisu (R$ 22,00).

Gusto; milanesa de porco
Carré suíno à milanesa, ladeado por salada de rúcula com tomate: dica do Gusto (Tomas Rangel/Divulgação)
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Gusto. No lugar do Bottega del Vino, os sócios Nicola Giorgio, Dionísio Chaves e Eduardo Preciado apostaram em modelo despojado com preços mais atraentes. O cardápio, arejado por tendências emprestadas da cozinha contemporânea, traz preparos leves e uma seção de carnes grelhadas. Na entrada, o polvo ao vapor apresenta o molusco no ponto perfeito sobre purê de batata, escoltado por cenoura e abobrinha al dente (R$ 32,00). Para petiscar no salão principal ou no anexo da Mixxing — destaque deste COMER & BEBER na categoria bar de drinques — vá de atum com burrata, abacate, manga e folhados (R$ 36,00). Na etapa seguinte, dê a devida atenção à versão suína da clássica cotoletta alla milanese: o carré batido vem em empanado crocante com salada de rúcula e tomate muito bem temperada (R$ 58,00). Outro pedido acertado, o ubriaco (R$ 48,00) é um risoto de linguiça com feijão-vermelho e vinho malbec, coroado por creme de queijo ta-leggio. O mil-folhas com musse de chocolate belga e morangos (R$ 19,00) encerra o percurso.

ino.: italiano encerrou as operações
Polpettone e tagliolini na manteiga com sálvia: opção do ino. (Tomas Rangel/Divulgação)

ino. Empreitada de sócios que, em São Paulo, tocam dois prestigiados italianos — Piccolo e Più —, além do Eataly, a casa, aberta em março de 2018, é uma trattoria contemporânea. Por lá são servidos entradas para compartilhar, massas frescas e assados em elaborações arrojadas. O carpaccio crocante (R$ 36,00, seis unidades) é uma armadilha, no melhor dos sentidos. A carne temperada com mostarda caseira, azeite trufado e grana padano enrolada em cones de massa fina dá vontade de comer às dúzias. Também são deliciosos os bolinhos de bacalhau mantecato envoltos em tempurá de tinta de lula e aïoli de limão-cravo (R$ 38,00, seis unidades). Capellini com vieiras, ervas frescas e molho leve de crustáceos (R$ 66,00) é uma pedida delicada para a etapa principal. Mais consistente, o polpettone (R$ 59,00), entre os melhores da cidade, ganha molho de tomate e queijo gratinado e chega à mesa ao lado de tagliolini na manteiga com sálvia. Em charmosa cerâmica que lembra uma xícara, o tiramisu (R$ 21,00) encerra bem a visita.

L’Ulivo Cucina e Vini. Vencedor da categoria Bom e Barato no especial COMER & BEBER em 2017, o restaurante mudou de chef. O experiente Renato Ialenti foi sucedido pelo jovem Feliphe Sales (ex-Cipriani e Il Borgo del Conte), que promete novidades a partir de agosto. Para começar, o cozinheiro apresentou criações no menu executivo, disponível de segunda a sexta (R$ 44,00), com entrada e prato principal. O cardápio fixo exibe pratos atraentes. Na entrada, escolha entre suppli al telefono, bolinhos de arroz com ragu à bolonhesa e mussarela de búfala (R$ 28,00 a dupla), e o duo de bruschettas modena (R$ 34,00), com figos, presunto de Parma, queijo mascarpone e redução de aceto balsâmico. No capítulo das pastas, o tonnarelli cacio e pepe, de massa feita na casa, é finalizado com fonduta de pecorino (R$ 49,00). Outra pedida, o fettuccine alla norcina (R$ 56,00) reúne ragu de linguiça, cogumelo, ervilha e queijo pecorino. A ala dos risotos traz bela receita de camarões, lulas, polvo e mexilhões (R$ 65,00). Para adoçar, vá de tiramisu (R 24,00).

La Trattoria. No reduto tradicional em Copacabana, as receitas são velhas conhecidas da clientela. Das panelas de experientes cozinheiros saem delícias como o pão de alho (R$ 7,90), que pode ganhar cobertura de tomates frescos e assumir a forma de uma bruschetta (R$ 13,70). Para compartilhar, invista na cremosa burrata com rúcula, tomate seco e molho pesto (R$ 43,80). Na ala de sugestões de massas trufadas, as preferidas da freguesia fiel, o espaguete com camarão e funghi (R$ 87,80) exibe porção farta, que chega à mesa em enorme frigideira e serve duas pessoas. Outro clássico local, o ravióli de linguiça calabresa é feito com massa fresca e gratinado em molho rosé (R$ 51,00). À noite, um pequeno cardápio de pizzas oferece redondas a partir de R$ 39,20 (margherita ou napolitana). Na ala doce, a inspiração muda de país: uma indefectível torta alemã (R$ 16,00) é a melhor pedida. Trata-se de um negócio familiar. Hoje, os herdeiros do fundador Mauro Pautasso estão à frente da operação.

Luce; nhoque e polvo
Nhoque rústico, ragu de linguiça e polvo na brasa: dica certeira no Luce (Rodrigo Azevedo/Divulgação)
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Luce. Dupla à frente da Pici Trattoria, da Brasserie, do L’Atelier Mimolette e do grego Oia, Gustavo Gil e Leonardo Rezende abriram, no lugar do Pobre Juan do Fashion Mall, este italiano de alma cosmopolita. Chef executivo do grupo, Elia Schramm revisita a escola tradicional por meio de pratos sem afetação. Em ação no dia a dia, o chef Lucas Lemos (ex-Massa) oferece receitas de qualidade, a começar pelos pães de fermentação longa servidos com sardela e manteiga cacio & pepe no couvert da casa (R$ 15,00). Outra apetitosa opção de abre–alas é a linguiça artesanal na brasa, também produzida pela cozinha, escoltada por gremolata, uma pasta de ervas (R$ 25,00). Ponto alto entre as massas, o malloreddus, nhoque sardo, sem batata, é misturado a potente ragu de linguiça e coroado com polvo passado na brasa (R$ 64,00). A ala carbone, dos preparos a carvão, inclui o tomahawk (R$ 183,00, para dois): 800 gramas de costela, além de legumes e fritas. Na sobremesa, a vez é do pompei, bolo de chocolate molhado, avelã caramelada e creme de baunilha (R$ 27,00).

Masserini Osteria di Mare. Dentro do hotel Sol Ipanema, o Gab-biano Al Mare deu lugar a uma nova casa, mas a especialidade segue a mesma: italiana, com foco nos pescados. O salão ganhou detalhes acolhedores e a cozinha é comandada pelo chef Rafael Marmelo (ex-Pici). De entrada, invista no corniccione di formaggio e miele piccante (R$ 25,00), com massa crocante assada com gorgonzola, pera e mel picante. Na etapa seguinte, o ravióli verde chega à mesa recheado de burrata, ladeado por molho de tomate fresco (R$ 56,00). Opção mais substanciosa, a costela grelhada leva molho de mostarda escoltada por batata-doce, picles de mostarda e cebolinha (R$ 90,00). Para a sobremesa, a tradicional panacota de baunilha (R$ 24,00) ganha calda de morango e pedaços da fruta.

Nolita. Batizado com o nome do bairro ao sul da Ilha de Manhattan, o negócio do restaurateur Marcelo Torres leva ao VillageMall um pouco da atmosfera de Nova York — há uma reprodução do mapa da metrópole americana no teto e na parede atrás do balcão. Trata-se de um italiano cosmopolita. Uma boa dica para começar reúne salmão defumado, sour cream e ovas de mujol sobre pão assado em forno a lenha (R$ 48,00). A massa é a das pizzas, obra do craque Agaciano Rodrigues. Outro caminho leva a clássicas friturinhas, como as lulas empanadas (R$ 36,00). Adiante, o espaguete nolita oferece saborosa combinação de vegetais, cogumelos frescos, aliche e linguiça puxados no alho (R$ 54,00). Sugestão de Torres integrada ao menu, a lasanha de ossobuco de vitela (R$ 76,00) tem massa fina e molho levemente apimentado. Para quem não tem medo de açúcar, há pedidas enormes e coloridas, obra do confeiteiro Felipe Appia. A nuvem nolita (R$ 28,00), dica para dividir, reúne sorvetes de brownie, morango, doce de leite, menta com chocolate e pistache com algodão-doce. Dica: deixe para tomar o café no belo bar externo, com blend exclusivo e máquina importada que grava fotos na espuma de leite.

Osteria dei Sardi. Dos donos da premiada cantina Casa do Sardo e do misto de confeitaria, padaria e sorveteria Il Pane e Gelato Sardo, ambos em São Cristóvão, o estabelecimento abriu as portas no mesmo bairro, em 2018. Enquanto o chef Silvio Podda comanda mais de perto a matriz (sempre com filas na porta, a poucos metros do novo ponto), Paolo di Bella está à frente deste negócio com menu que elenca massas de vinte regiões da Itália, caso do fettuccine fresco ao pesto genovês (R$ 38,00) e do escalope ao molho de limão com espaguete da nonna, que tem base de alho, azeite e farinha de rosca (R$ 35,00), popular na Sicília — terra de Paolo. Na seção de risotos, o alla pescatora (R$ 49,00), também um prato típico siciliano, é feito com lulas, mexilhões, camarões e molho de tomate. Há boas sugestões de entrada, entre elas a linguiça artesanal com cebola–roxa e molho de mostarda e mel (R$ 25,00). Dica: pizzas começam a sair do forno às 17h. A margherita, com 35 centímetros de diâmetro, custa R$ 36,00.

Pici Trattoria. A vontade de mudar o rumo dos negócios levou Leonardo Rezende e Gustavo Gil, donos do combalido Botequim Informal, a tentar um modelo diferente. A ideia era apostar em restaurantes comerciais de ares cosmopolitas, com cozinha bem cuidada mas acessível, ambientes descolados e serviço eficiente. Primeira investida nesse modelo, este italiano, aberto em 2016, foi tiro certo. No salão charmoso, a trilha sonora de jazz ajuda a embalar a experiência. O tradicional vitelo tonnato (R$ 29,00) ganha refinada versão do chef executivo Elia Schramm, com lâminas de rosbife, molho de anchova, tomatinhos doces e farofa de avelã. O nhoque ao pesto com creme de burrata e raspas de limão-siciliano (R$ 49,00) é boa pedida entre as massas. Mas, se for de carne, prove o ragu de ossobuco servido sobre risoto milanês (R$ 66,00). Leve e deliciosa, a meringata di fragola (R$ 24,00) reúne morangos marinados, creme de baunilha, sorvete e suspiro.

Pomodorino. Com fama de reunir pratos leves e saborosos, o reduto dos irmãos Aleixo — também à frente do Anna e do Artigiano — ganhou ambiente mais acolhedor. Entre as opções de entrada figura a salada de camarões com cogumelo portobello e palmito fresco (R$ 29,90). Na ala principal, os carros-chefes são pratos com ravióli, preparados na hora do pedido, caso da massa recheada de brie e aspargos, ao molho de manteiga, parmesão com amêndoas, nozes e avelãs tostadas (R$ 54,00). Há anos no menu, o bavettine com molho cremoso de lagostins, vieiras, camarões, polvo e lula ao perfume de prosecco (R$ 57,00) continua imperdível. Um bom final passa pelos amaretti caserecci (R$ 14,70, com cinco), biscoitos caseiros que são um delicioso clichê: crocantes por fora e macios por dentro. Para acompanhamento, escolha um vinho da bonita adega local, com mais de 300 rótulos. Em tempo: como nas demais casas do grupo, o pagamento é feito somente em dinheiro ou cheque.

Prima. Quando abriu as portas, em 2010, a empreitada de estreia dos chefs Erik Nako e Cristiano Lanna — hoje sócios também do Pabu Izakaya e do Verso — foi o primeiro endereço carioca especializado em bruschettas. Inaugurado com 23 versões do antepasto italiano, o cardápio, desde então, vem ganhando pedidas mais consistentes. Em janeiro, uma reforma ampliou o salão e deu ao ambiente ares de osteria moderna, com azulejos brancos, plantas e luminárias de cobre. Sete bruschettas foram mantidas no novo menu, que, encorpado, oferece opções para um percurso completo. O tartare de atum com funcho e tomate-cereja (R$ 29,00) é ótima pedida de entrada. Dica entre as massas, o espaguete à carbonara (R$ 46,00), um dos melhores da cidade, é oferecido por R$ 39,00 às quartas — nesse dia, a dupla também prepara uma versão autoral da receita. Adeptos do bife à milanesa não devem deixar passar a sugestão envolta em crosta de grana padano supercrocante e guarnecida de risoto de limão-siciliano e rúcula (R$ 54,00). Ainda na tradição italiana, o vinho da casa oferece opções de boa relação entre qualidade e preço: R$ 28,00 o pichet (250 mililitros).

Quadrifoglio: o vitello tonnato foi receita de versão anterior da casa, aqui de forma ilustrativa
Vitello Tonatto: novidade no menu do Quadrifoglio (Tomas Rangel/Divulgação)

 

Quadrifoglio. A grife criada no Jardim Botânico chegou a ocupar três endereços na cidade, mas hoje se resume à casa no VillageMall, aberta em 2012. No fim de abril, o milanês Michele Petenzi deixou a cozinha do extinto Il Borgo del Conte para assumir as panelas do restaurante, há dez anos sob o comando do empresário Leonardo Rego (herdeiro do sexagenário La Mole). O cardápio fixo segue com clássicos próprios, como o ravióli mágico (R$ 68,00), receita famosa da chef Silvana Bianchi, com massa fresca recheada de maçã ao molho de parmesão e sementes de papoula. O saboroso risoto nero, com arroz negro, lulas, camarões, tomate-cereja e cebola crocante, custa R$ 88,00. A doçura pode vir do tiramisu (R$ 30,00), mas a bruschetta com morangos e sorvete doce de leite (R$ 28,00) também tem seus fãs. No almoço executivo, de uma (R$ 52,00) a três etapas (R$ 75,00), uma das sugestões preferidas do novo chef é o risoto com creme de abóbora assada, gorgonzola e nozes. Novidades, como menus degustação harmonizados no jantar, devem entrar em cena antes do fim do ano.

Trattoria del Campo. Com bagagem de mais de duas décadas no comando de salões de italianos como Gero e Quadrifoglio, Francisco Pereira, o Chiquinho, abriu a cantina de preços amigáveis e ingredientes selecionados. No aconchegante ambiente, com mesas cobertas por toalha xadrez e um grande painel da Piazza del Campo, ponto turístico em Siena que inspirou o nome do negócio, são servidas receitas clássicas. Ravióli de abóbora com amêndoas e molho de manteiga (R$ 46,00) e ossobuco com polenta fresca (R$ 58,00) são duas delas. Chef Kaká, que já passou pela equipe do Fasano, prometeu novidades, como o entrecôte com medalhão de batata (R$ 58,00) e o ravióli de carne ao molho de funghi (R$ 46,00). Durante a semana, a fórmula executiva (R$ 39,90, três etapas) exibe sugestões variadas. Entre as pedidas recorrentes, o minestrone de legumes é opção de entrada, enquanto o espaguete ao creme de cogumelos com lascas de filé-mignon pode ser servido em seguida. Para adoçar, vá de tiramisu (R$ 16,00).

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