Uma seleção de pratos tipicamente cariocas
Do picadinho ao filé à oswaldo aranha, passando pela caipirinha e pelo mate gelado, um roteiro pela tradicional gastronomia do Rio
O Rio completa 451 anos nesta tarça (1º) e o que não falta na cidade – além de belas paisagens, é claro – são bares e restaurantes que despertam o amor de quem vive aqui, por sua história e tradição. Quem nunca ouviu falar dos centenários Lamas e Bar Brasil? Ou nunca tomou uma cervejinha apreciando a encantadora vista do Bar Urca? Nos menus de cada um deles, alguns pratos, petiscos e drinques também são marca registrada do estilo de vida carioca e, em comemoração ao seu aniversário, reunimos algumas delicias que são a cara do Rio – alguns deles, inclusive, foram inventados aqui – em suas versões tradicionais ou em releituras desenvolvidas pelos chefs da cidade. Escolha seu preferido e bom apetite!
Filé à oswaldo aranha
A história é conhecida e irresistível: na década de 30, o diplomata e ministro Oswaldo Aranha (1894-1960) costumava bater ponto no salão do Cosmopolita, na Lapa, onde invariavelmente pedia seu filé coberto por alho frito, acompanhado de arroz, farofa e batata portuguesa. A receita, batizada com seu nome, virou um dos maiores ícones da gastronomia carioca e até hoje é o carro-chefe da longeva casa consagrada por sua criação (R$ 50 – individual; e R$ 92 – duas pessoas).
O Adega do Cesare, em Copacabana, tem no cardápio o churrasco (R$ 68) e a picanha (R$ 98) à oswaldo aranha. Já o Al-Farabi, no Centro, serve o contrafilé à oswaldo aranha (R$ 32,50).
Picadinho
Presença certa nas quentinhas cariocas, o picadinho virou uma das receitas mais tradicionais das casas da cidade. O Picadinho do Astor (R$ 49) é um dos hits do cardápio, com filé mignon e servido com caldo de feijão, pastéis de queijo, ovo poché, banana à milanesa, arroz e farofa. Já o Meza Bar oferece o prato preparado na cerveja escura e servido com arroz de castanhas, farofa crocante, ovo de codorna poché e banana (R$ 31).
Até no requintado restaurante Pérgula, situado no Copacabana Palace, a receita ganhou uma versão. O chef Filipe Rizzato oferece o Picadinho do Copa (R$ 87), servido com arroz, legumes salteados, farofa, ovo frito, banana empanada e batata noisette.
Feijoada
Talvez a mais carioca de todas as receitas, a feijoada do Rio é famosa no mundo inteiro. Preparada, tipicamente, com feijão preto, carne de porco e bem temperada, costuma ser acompanhada de farofa, arroz branco, couve refogada e rodelas de laranja.
No restaurante Couve-Flor, a feijoada completa é preparada com cachaça e servida no bufê (R$ 64,90 – o quilo) às sextas. Já no Aconchego Carioca, a chef Kátia Barbosa transformou o prato no famoso bolinho de feijoada (R$28,80 – 4 unidades), um quitute de massa leve com feijão, couve e bacon frito à perfeição.
Bife à cavalo
Como muitos pratos que viraram tradição por aqui, o Bife à Cavalo é um prato títpico português. Criado na França, onde é chamado Bifeteck à Cheval, ganhou esse nome porque os ovos que ficam em cima da carne tinham aparência que lembrava as selas de montaria.
No Bar D’Hôtel, a chef Lydia Gonzalez aposta no filé mignon à cavalo, grelhado e servido com ovo caipira estrelado, batatas fritas rusticas e cream fresh (R$ 68). O Botequim Informal também oferece a receita (R$ 42,90), com ovos, batata frita, arroz e feijão.
Bolinho de bacalhau
Clássico da culinária portuguesa que foi trazido ao Brasil, o bolinho de bacalhau é uma herança que se mantém muito tradicional na cidade. O aperitivo é encontrado em todo o país, mas os botecos cariocas têm um carinho especial por este quitute.
No Bar Urca, o público saboreia o bolinho de bacalhau (R$3,50 – unidade) na mureta, enquanto aprecia a vista. O Planeta do Chopp também tem sua versão, servida em porção (R$ 27,50 – 6 unidades). Já no Ráscal, ele faz parte do bufê e está disponível na mesa de antepastos (R$ 69 – menu a preço fixo).
Sopa leão veloso
Mais um prato criado no Rio, a sopa leão veloso surgiu na cozinha do Rio Minho. Há 131 anos em atividade no mesmo ponto, o mais antigo restaurante da cidade coleciona clientes ilustres, a começar pelo barão do Rio Branco (1845-1912). Foi ali que nasceu, na década de 20, a sopa leão veloso, inspirada pelo então embaixador do Brasil na França, que a batizou. Preparada com caldo de cabeça de peixe, camarão, polvo, lula e mexilhão, a adaptação tropical da bouillabaisse francesa é até hoje um dos carros-chefe do local (R$ 217).
O prato também é uma das especialidades do Bar Peixe e Cia, no Centro, em que é oferecido a preços mais acessíveis: R$ 20 a porção grande, R$ 18 a porção pequena e R$ 10 o copinho.
Sardinha frita
Comum nas casas cariocas e aperitivo que é a cara de quem vive à beira-mar, a sardinha frita vai muito bem com um toque de limão, mas também é servida em outras versões. No gastrobar Uh Lalá, no Leblon, ela vem com molho de anchova (R$ 18 – 2 unidades).
Já no restaurante Quinta da Boa Vista, em São Cristovão, ela é servida empanada com molho tártaro (R$ 32).
Caipirinha
Um dos drinques mais tradicionais do Rio e querido pela maioria dos turistas estrangeiros que passam por aqui, a caipirinha ganha nova versões a cada dia nas casas da cidade. Inaugurada na década de 80, a Academia da Cachaça conta com uma carta com mais de 100 rótulos de cachaça e algumas delas são utilizadas no preparo de saborosas caipirinhas. Entre as sugestões está a de laranja com gengibre feita com cachaça Magnífica (R$ 17,50).
Já na Churrascaria Palace, em Copacabana, um dos destaques é a caipirinha de caju (R$24,90).
Mate
Se no Sul o mate é saboreado quente, aqui no Rio é geladinho que ele faz sucesso. Tradição nas praias, onde é vendida no galão, a bebida também está presente em diversas casas da cidade, que desenvolvem suas próprias versões do chá. A Deli 43 é uma das que aposta no mate da casa (R$ 4,90).
Na rede Cafeína também é oferecida a bebida de fabricação própria em versão natural ou com limão (R$ 5,90). Já o Megamatte usa mate orgânico certificado no preparo de suas bebidas. Vendido em três tamanhos (300, 500 ou 700 mililitros), custa R$ 4,00, R$ 5,00 e R$ 6,00, respectivamente.