Copa e Maracanã multados: o fim de semana do desrespeito
Ícones da cidade, hotel e estádio (por iniciativa do Flamengo) promovem aglomeração e cometem infrações gravíssimas
Foi como se um VAR, o árbitro de vídeo do futebol, entrasse em ação – mas agora para dar o veredito final na comprovação de aglomerações e desrespeito às regras de combate à pandemia da Covid-19 durante o fim de semana. E sua participação foi essencial para dar legitimidade às multas, ambas por infrações gravíssimas, aplicadas a dois endereços ícones da cidade: o Maracanã e o Copacabana Palace.
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No caso do Copa, as imagens da festa de arromba do bicheiro Adilson Coutinho de Oliveira, da Grande Rio, viralizaram nas redes e foram essenciais para que a Secretaria de Ordem Pública voltasse atrás e decidisse multar e interditar o hotel para novos eventos por um prazo de 10 dias.
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A festa, com atrações como Ludmilla, Mumuzinho e Gusttavo Lima, havia recebido a visita dos fiscais por volta das 23h desta sexta (14). Pelo que viram, in loco, tudo estava nos conformes. Nenhuma infração havia sido constatada. Foi aí que o “VAR” entrou em cena. “Após análise das imagens divulgadas pela imprensa e redes sociais, a Vigilância Sanitária constatou desobediência às medidas permanentes e variáveis de proteção à vida”, anunciou a prefeitura, no dia seguinte.
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A mensagem informava que, em fotos e vídeos, “foi constatada aglomeração generalizada em frente à apresentação musical caracterizando pista de dança, os convidados não usavam máscara facial e não respeitavam o distanciamento mínimo de 1,5m entre os participantes. Na entrada do estabelecimento, as imagens também evidenciaram aglomeração em fila de espera e acesso desordenado ao local.” Ou seja, praticamente todas as infrações possíveis foram cometidas no evento, que teve cerimonial organizado pela promoter Carol Sampaio.
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O Maracanã também foi multado no sabado (15). Mais uma infração sanitária gravíssima comprovada por imagens, desta vez transmitidas ao vivo pela TV. Elas mostravam a presença de convidados na arquibancada, na primeira partida da final do Campeonato Carioca, entre Flamengo e Fluminense. A presença de pessoas alheias às delegações foi uma iniciativa da Ferj, que liberou 150 convites para cada clube.
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O Fluminense afirma que não usou sua cota, e a parte que cabia ao tricolor na arquibancada estava praticamente vazia. Já o Flamengo, que luta desde o início da pandemia pela volta da torcida, não pensou duas vezes e levou mais de uma centena de torcedores ao estádio.
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Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde lembrou que a presença de público em estádios e ginásios esportivos “está expressamente vedada por força de decreto” e que a iniciativa de manter convidados no interior do Maracanã configurou “infração sanitária gravíssima”. A secretaria lembrou ainda que tanto o Maracanã quanto a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (FERJ), “não fizeram qualquer pedido para a liberação da presença de público no estádio”.
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