Sud, o Pássaro Verde e Lasai integram lista dos melhores restaurantes do mundo
Lista da prestigiada "Food & Wine" anunciou as dez primeiras casas do ranking após avaliar Austrália, Nova Zelândia, América Latina e Caribe
Divulgada no fim da última semana, a primeira parte da lista dos melhores restaurantes do mundo em 2020 da conceituada revista americana “Food & Wine” contempla dois restaurantes cariocas: o Lasai, do chef Rafa Costa e Silva, e Sud, o Pássaro Verde, de Roberta Sudbrack.
O top 10 foi anunciado após a avaliação ser feita em redutos na Austrália, Nova Zelândia, Caribe e América Latina. Em função da pandemia causada pelo novo coronavírus, ainda não houve visitas em estabelecimentos dos EUA, Europa e Ásia. De acordo com a publicação, a inspeção será retomada tão logo as viagens internacionais forem permitidas.
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Nas redes sociais, os chefs celebraram a conquista. “Apesar de não gostar muito de listas e prêmios….é sempre bom ser reconhecido de alguma forma. O que não mudamos, nunca, é a forma que trabalhamos, o uso de produtos locais de verdade (sem radicalismo), o respeito a nossos colaboradores e aos nossos clientes! Nem guias, nem listas, nem críticas, nem mídias, mudam a forma como pensamos a gastronomia. Temos convicção que os maiores luxos que podemos ter são os produtos que estão ao nosso redor”, escreveu Rafa Costa e Silva, também jurado do reality “Mestre do Sabor”, exibido pela TV Globo e comandado por Claude Troisgros.
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Em seu restaurante, em Botafogo, ele tem servido jantar de quinta a sábado e almoço aos domingos, ambos em formato de menu-degustação (R$ 385,00), com seis aperitivos, três principais e duas sobremesas. Já o Sud, por sua vez, segue apenas com o delivery, por enquanto.
“Vó, olha aí! Eu sempre que ganhava algum prêmio, e foram tantos, chegava em casa e te entregava! Você enchia os olhos d’água, passava suas mãozinhas de pele tão delicada por todos os cantinhos dele, e dizia pausadamente: “É… isso não é pouca coisa não. Isso é luta minha filha!” Pra mim, sempre foi muito mais importante o momento de te entregar os prêmios, do que o de recebê-los. Era como se fizesse sentido, se fosse para te alegrar! Há uns três anos cansei de tudo isso. Resolvi mudar tudo. Fazer um lugar escondidinho, sem placa na porta, que não parecesse um restaurante, mas uma casa. Uma casa onde a gente se aconchega perto do forno. Onde tem sempre água fervendo em cima do fogão pra passar o cafezinho que você gostava: “Nem forte, nem fraco, na medida!” Eu fiz tudo ao contrário do que imaginavam Vó. Eu quis andar na contra mão. Eliminar excessos, me aproximar do meu público com uma proposta mais simples na forma. Mas mantendo a excelência, a chatice que você conhece bem, no conteúdo. Acho que estava querendo provar pra mim mesma, que era possível fazer cozinha de excelência, ou por que não dizer, alta cozinha, com menos pompa e circunstância. Nossos grandes, imensos, produtos brasileiros estão lá! Nossos agricultores, nossos pescadores, nossos artesãos, estão lá! A gente manteve toda a essência do conteúdo, mas aboliu o excesso da forma. Nós fomos ousados de novo, Dona Iracema! Nós pegamos a estrada vicinal e largamos a alto estrada pra lá. Nós seguimos no contra fluxo, porque a gente sempre acreditou no que fez, mas achou que era hora de ser mais leve. De ser mais livre! De voar! O pássaro verde está voando Dona Iracema!… No meio de toda essa tristeza que tem sido esse ano, Dona Iracema, até eu que não ligo para essas coisas, fiquei feliz! Feliz pelo Brasil, pelo Rio, pela nossa capacidade de não esmorecer e não deixar de sonhar”, escreveu Sudbrack em seu perfil no Instagram.
Veja os primeiros dez anunciados pela “Food & Wine”:
Momofuku Seiōbo (Sydney, Austrália)
Pasture (Auckland, Nova Zelândia)
Fleet Restaurant (Brunswick Heads, Austrália)
El Chato (Bogotá, Colômbia)
Boragó (Santiago, Chile)
Jacinto (Montevideo, Uruguai)
Cocina Chontal (Tabasco, México)
Orlando’s (Soufrière, Saint Lucia)