Escalada térmica exige ajustes nas atividades esportivas ao ar livre
Hidratação reforçada e recalibragem do exercício físico estão entre os cuidados para conter os riscos derivados da exposição ao calor intenso
Cariocas gostam de calor, exalta Calcanhoto. Dias ensolarados iluminam nossa cultura praiana, nossa alma de sereia. A saúde exige que calibremos tal afinidade à escalada das temperaturas.
Meteorologistas preveem frequência crescente da sensação térmica acima dos 40 graus. Retrato do descaso ecológico, o novo padrão climático requer adaptações na prática esportiva ao ar livre para a qual a cidade é vocacionada.
A exposição prolongada ao calorão desgasta até corpos bem condicionados. Pode causar desde desidratação e náusea até desmaio e colapsos cardiovasculares.
Os riscos aumentam quando o calor severo é acompanhado de comorbidades (diabetes e hipertensão arterial, por exemplo). Forma-se uma tempestade perfeita.
Para manter a atividade física estimulante, benéfica e segura, convém seguir as dicas de organizações como o Colégio Americano de Medicina Esportiva e a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. Abaixo, uma síntese desse manual de sobrevivência ao forno atmosférico:
- Checagem prévia: antes de iniciar uma rotina esportiva, faça check-up médico e avaliação funcional. Essas análises indicam exercícios adequados à individualidade biológica, ou seja, às características e necessidades de cada pessoa.
- Atividade sob medida: é preciso conciliar a prática esportiva com os traços e objetivos individuais. O tipo, o volume e o vigor do exercício devem estar compatíveis às condições orgânicas. Senão, a atividade tende a ficar desestimulante e perigosa.
- Equilíbrio primordial: a segurança, o estímulo e os benefícios da atividade esportiva dependem, entre outros fatores, da harmonia entre a quantidade e a intensidade empregadas. Este equilíbrio crucial deve ser calibrado às exigências impostas pelo aumento térmico.
- Hidratação reforçada: a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo individual de um litro e meio de água, em média, por dia. É necessário ajustar a hidratação à frequência, à duração e à intensidade do exercido. Sob calor forte, beba mais água antes, durante e depois da atividade física.
- Roupa leve e adequada: a adequação do traje ao esporte praticado favorece o rendimento, o conforto, e reduz o risco de contratempos. Clima quente sugere roupa leve, para não dificultar o equilíbrio térmico corporal. Tecidos que não retêm suor são bem-vindos.
- Proteção indispensável: boné, viseira, óculos escuros e protetor solar constituem a defesa contra os raios ultravioletas, principais causadores do câncer de pele. Dermatologistas alertam: protetor deve ser usado mesmo em dias nublados, de acordo com cada tipo de pele.
- Respeito aos sinais: a prudência precisa caminhar ao lado da prática esportiva. Sintomas como enjoo, tontura e respiração ofegante indicam que o exercício deve ser interrompido imediatamente.
- Regularidade ajustada: a OMS recomenda ao menos 150 minutos semanais de atividade moderada. O hábito previne diversas doenças, de obesidade a câncer. Sob alta temperatura e baixa umidade, é preciso dosar os exercícios para não deixá-los extenuantes e mantê-los benéficos à saúde.
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PUC Esporte Clube
O universo esportivo movimenta os pilotis da PUC. Bate-papos, oficinas, exposições, sessões de cinema e jogos se estendem de segunda (7) a sábado (12).
A 1ª Semana de Esportes da PUC-Rio reúne, por exemplo, apresentações de futmesa e badminton; mesas-redondas sobre literatura esportiva, participação feminina na área, inclusão; e feira de camisas antigas, como a vestida por Zico em 1981. O cardápio inclui a exibição dos documentários “Bola pro alto” (2023, Cecília Lang) e “Vanderlei: pernas, cabeça e coração” (2023, COB), quarta-feira (9), respectivamente às 11h e às 15h. Os filmes foram selecionados pelo idealizador dos festivais Cinefoot e CineEsporte, Antonio Leal.
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Gigantes em dose tripla
A série Gigantes do Museu, reuniões de ex-jogadores organizadas pelo Museu da Pelada, desdobra-se em três encontros na próxima semana: terça (8), às 19h, na Cobal do Humaitá, com bambas alvinegros, como Nei Conceição e Nilson Dias; quinta (10), às 15h, na PUC, em papo mediado pelo jornalista Sérgio Pugliese, fundador do Museu; e sábado (12), às 12h, no Boa Praça do Leblon, com o tricampeão mundial Brito.
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Alexandre Carauta é jornalista e professor da PUC-Rio, integrante do corpo docente da pós em Direito Desportivo da PUC-Rio. Doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva, formado também em Educação Física. Organizador do livro “Comunicação estratégica no esporte”.