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“A arte tem a capacidade infinita de prever os fatos”, diz Marieta Severo

Atriz estrela o filme Noites de Alface, de Zeca Ferreira, que fala sobre isolamento e solidão de forma singela. As gravações aconteceram em Paquetá, em 2018

Por Marcela Capobianco
Atualizado em 17 jun 2021, 18h36 - Publicado em 17 jun 2021, 18h31

Em 2018, quando fez uma imersão na pacata e bucólica ilha de Paquetá para gravar o filme Noites de Alface, de Zeca Ferreira, Marieta Severo – e o mundo todo – jamais imaginava que, em breve, viriam tempos de isolamento e solidão. Temas esses muito caros ao longa que chega às telonas no dia 24 de junho, depois de um ano de atraso causado pelo novo coronavírus.

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“É muto interessante esse filme ter sido feito antes da pandemia. A arte tem uma capacidade infinita de prever os fatos, antecipar conclusões e olhar para o passado com outras lentes. Agora podemos ter essas leituras todas de uma história muito singela e delicada”, disse a atriz, que interpreta a protagonista Ada, em coletiva on-line realizada nesta quinta (17).

Noites de Alface é baseado no livro homônimo da jornalista Vanessa Barbara. Na história, Otto – papel de Everaldo Pontes – é um senhor ranzinza que acaba de ficar viúvo. Por mal sair de casa e viver absorto em livros com narrativas de crime, ele perde seu elo com o mundo exterior, que era a esposa, Ada (Marieta Severo).

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Observando os excêntricos vizinhos de uma pequena cidade do interior, Otto lida com a falta da esposa criando histórias em sua cabeça e fantasiando a presença dela no casarão escuro em que vive. O nome Noites de Alface vem do chá que a personagem de Marieta preparava com a leguminosa para que o marido vencesse a insônia.

O que é verdade na narrativa e o que é inventado por Otto? O espectador é conduzido para uma bela viagem narrativa, com novos olhares sobre a a alma humana, a solidão e as perdas, sem a menor necessidade da pergunta ser respondida ao final.

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Para dar unidade ao elenco de apoio, Zeca Ferreira – estreante na direção de longas – convocou Teuda Bara, Inês Peixoto e Eduardo Moreira, do célebre Grupo Galpão que, somados a João Pedro Zappa, brilham, meio tom acima, dando um ar teatral, portanto ainda mais onírico, à produção, que teve orçamento enxuto.

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“Os valores que prevalecem no Brasil hoje são de asfixia à cultura, à poesia. Temos um governo que enaltece a arma, a violência, o obscurantismo. O filme acabou sendo um respiro muito bonito em meio ao que estamos vivendo”, conclui Marieta.

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