Beco do Rato

Resenha por Pedro Landim

Na típica discussão de boteco sobre as origens do samba, se estariam elas no Rio ou na Bahia, foi um mineiro que misturou todo mundo em torno de cavacos e pandeiros, no ambiente de democracia da Lapa. Em 2005, Márcio Pacheco, de Itabirito, transformou um depósito de bebidas no bar cuja vocação para o ritmo ajudou a revitalizar a região.

Em painel pintado na parede, Pixinguinha toca com Noel Rosa e o samba corre solto todos os dias ao redor da mesa em formato de banjo, com o público juntinho no salão, sacudindo o corpo e soltando a voz com as mãos erguidas. Arlindinho canta às segundas-feiras e na quinta o bicho pega com os Encontros Casuais, roda concorrida de Mosquito e Inácio Rios (ingressos a R$ 30,00).

Artistas como Moyseis Marques, Casuarina e o Samba Que Elas Querem comparecem sempre por lá, no território onde nomes como Beth Carvalho e Luiz Melodia exibiram seus talentos madrugada adentro. A casa está hoje nas mãos de Lúcio e Issadara, filhos de Márcio, e o pastel de angu (R$ 8,00) permanece celebrado, com carne moída bem temperada. Nos copos, a cerveja Heineken (R$ 13,00, a long neck) e o chope Amstel (R$ 7,99, 350 mililitros) embalam a noite que aqui é uma criança — e com samba no pé.

Preços checados em outubro de 2024.

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