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COMER & BEBER 2018/2019: Restaurantes Tradicionais

Confira a seleção dos melhores endereços dessa categoria

Por Fábio Codeço Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 jul 2018, 08h00 - Publicado em 27 jul 2018, 08h00
Garden_Feijoada do Rio_foto Rodrigo Azevedo
Garden: a casa serve uma deliciosa feijoada aos sábados (Rodrigo Azevedo/Divulgação)
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Alvaro’s. O salão totalmente protegido da rua garante privacidade aos clientes que atravessam a porta de madeira bem na esquina. A sobriedade do ambiente, assim como o menu, permanece praticamente inalterada desde a abertura da casa, no começo dos anos 1960. Na companhia de ovo e banana fritos, o picadinho com arroz e farofa (R$ 85,00) é uma receita que se popularizou por toda a cidade, mas há outras criações que, não fosse o restaurante, certamente teriam se perdido no tempo. Estão nessa lista nostálgica o coquetel de camarão VG ao molho golf (R$ 125,00, duas unidades do crustáceo) e o coup camargo (R$ 20,00), sobremesa que reúne abacate e sorvete de creme batidos, arrematada por licor de cacau. Dica farta, o lombo de bacalhau à moda do porto (R$ 170,00, para dois) é acompanhado de batata corada, pimentão, tomate, cebola e azeitona.

Garden. Janelões com cortinas baixas e toldos protegem a casa de esquina em frente ao canal do Jardim de Alah. Com pedidas bem fornidas, o lugar costuma receber grupos de amigos ou familiares para almoços nos fins de semana. Lá, os visitantes se regalam com a paella de frutos do mar com açafrão, camarão, lula, polvo e cherne (R$ 239,00, para até quatro pessoas), guarnecida de arroz. Outra sugestão, a paleta de cordeiro assada (R$ 197,00, para até três) chega à mesa com molho de hortelã e batatas ao forno. Bem no clima caseiro, o bolo de chocolate quente arrematado por sorvete de creme e calda de chocolate (R$ 29,00) é das sobremesas mais procuradas. Em esquema de bufê, a feijoada (R$ 89,00) entra em cena no sábado, e domingo é dia de cozido (R$ 94,00). 

João de Barro. O ambiente guarda um refinamento pitoresco. Remonta à época da reforma que conferiu a configuração atual ao imóvel, antes ocupado pelo Bar do Bittencourt — que tinha entre seus frequentadores assíduos o compositor Braguinha (1907-2006). João de Barro, o apelido do grande compositor de marchinhas, virou o nome do estabelecimento. Além de mesas redondas, é possível acomodar-se em sofás laterais, que têm a privacidade assegurada por divisórias de vidro jateado. Desde o início, também foram preservados o serviço atencioso e as porções bem fornidas. Abra os trabalhos com casquinha de siri (R$ 19,90) e parta para o filé de linguado grelhado com molho à belle meunière (R$ 83,00, para dois), cuja guarnição pode ser escolhida numa extensa lista: arroz de brócolis ou amêndoas, batata sautée e salada de ervilha com palmito são algumas opções de acompanhamento. Às terças, o concorrido prato do dia é o ossobuco com arroz de açafrão (R$ 49,00). Na sobremesa, escolha entre a banana flambada (R$ 29,90) e o romeu e julieta (R$ 15,00). 

Divulgação
Leitão à bairrada: um clássico do Málaga, precisa ser reservado (Redação Veja rio/Divulgação)

Málaga. Instalado num sobrado vizinho à Igreja de Santa Rita, o restaurante tem presença um tanto discreta, é quase escondido. Por lá, no entanto, se encontra uma especialidade daquelas que não aparecem em qualquer lugar: o leitãozinho à bairrada (R$ 600,00, para seis) chega à mesa num corte semelhante ao de um galeto, acompanhado de farofa e batata corada. Como assa lentamente no forno por oito horas, antes de ir à mesa, o pedido deve ser encomendado com antecedência. A iguaria já destrinchada, em pedaços menores, para duas pessoas, custa R$ 110,00. Novidade mais recente que caiu no gosto da clientela, o atum em crosta de gergelim com risoto de limão-siciliano (R$ 65,00) é sugestão de prato individual. Antes do café e da conta, prove o toucinho do céu (R$ 21,00). A proximidade com a renascida Praça Mauá e as áreas reformadas da Região Portuária foi um incentivo para que a casa também passasse a abrir no almoço de sábado.

A Marisqueira. Está entre os restaurantes mais antigos de Copacabana ainda em funcionamento. Com mais de seis décadas de história, o amplo salão preserva o revestimento de azulejos tipicamente portugueses na metade inferior da parede. Das vitrines refrigeradas na entrada sai a matéria-prima principal para as especialidades marítimas preparadas na casa. Comece por crocantes bolinhos de bacalhau (R$ 5,00 a unidade). Em tempos idos, o endereço foi visitado pelo presidente de Portugal Mario Soares, que acabou homenageado com um prato de bacalhau: na receita, as postas são fritas no alho e servidas com batata calabresa, champignon, molho de pimentão, tomate e cebola (R$ 175,00). Na hora da sobremesa, indefectíveis pastel de nata (R$ 12,00) e toucinho do céu (R$ 13,00) enfrentam a dura concorrência do pudim de lei-te (R$ 10,00). 

Rio Minho. Lembrança do século XIX, a casa está na quarta geração de donos. Primeiro galego após três proprietários portugueses, Ramon Isaac não se furta a contar histórias sobre os pratos que, ali, já foram servidos a clientes importantes. Talvez o mais assíduo tenha sido o filólogo Antonio Houaiss (1915-1999), que, de tão íntimo, costumava ir para a cozinha dar os seus pitacos. Nas paredes há fotos de outros fregueses renomados, como o embaixador José Sette Câmara (1920-2002) e o ministro Pedro Leão Veloso (1887-1947), que teria passado a receita da adaptação da francesa sopa bouillabaisse, de peixe, lula e camarão, batizada com seu sobrenome. Pela iguaria, em porção para dois, desembolsam-se R$ 207,00. A casquinha de siri foi substituída pela de cavaquinha (R$ 41,00). Na ala principal, o pedido de frutos do mar mistos grelhados à moda do chef (R$ 231,00, para dois) faz chegar à mesa filés de cherne, batatas coradas, polvo grelhado, anéis de lula, cavaquinha e camarões VM, além de arroz de brócolis e alho frito. Com a abertura da Orla Conde, o espaço, que praticamente só abrigava um balcão, ganhou mesas com vista ampla.

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