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Conheça as propostas de Alessandro Molon

O candidato da Rede apresenta suas ideias para a administração dos próximos quatro anos da cidade

Por Sofia Cerqueira e Pedro Moraes
Atualizado em 5 dez 2016, 11h04 - Publicado em 17 set 2016, 01h00

SEGURANÇA

Qual é a sua principal proposta na área de segurança? A partir de quando pretende implantá-la e quanto isso vai custar aos cofres municipais?

Ao contrário do atual prefeito, que disse que apenas cuidaria da Segurança quando fosse governador, eu vou chamar pra mim essa responsabilidade. Normalmente, é o que se pensa: que a Segurança é atribuição do estado porque as polícias Civil e Militar são estaduais. As polícias, no entanto, são o último degrau, só entrando em ação quando todo o resto falhou. E toda a prevenção é tarefa da Prefeitura, que tem muito a fazer para que mães e pais não precisem mais dormir preocupados se seus filhos voltarão para casa. Tenho o compromisso de garantir acesso a creches e pré-escolas para todas as crianças desde o primeiro dia de suas vidas, além de assegurar uma educação em tempo integral de verdade. Isto significa reduzir os abismos e apostar num futuro melhor para o Rio e para o Brasil. Vou disputar o destino de cada jovem com o crime, o tráfico e a milícia. De forma mais imediata, teremos uma Guarda Municipal focada na proteção do cidadão, equipada com rádios, trabalhando de maneira inteligente, planejada e integrada com as polícias. Vamos, também, iluminar melhor ruas e calçadas com postes de LED e incentivar atividades nas ruas, estimulando a cultura e a economia criativa. Afinal, rua cheia é rua segura. Também instalaremos câmeras em postes de luz e pontos de ônibus. São medidas ao alcance da Prefeitura e de grande efeito. Como estas políticas vão além da segurança pública, é difícil quantificar o custo com segurança isoladamente.

O senhor tem algum projeto especial para a Guarda Municipal? Como será? Pretende integrar a GM com as outras polícias ou armar o seu efetivo?

A Guarda Municipal tem papel central neste novo desenho de Segurança da cidade. E ela não deve estar armada para se tornar mais eficiente, como defendem alguns candidatos. Por incrível que pareça, atualmente, o agente não tem um rádio para se comunicar com as polícias e indicar a prática de algum delito. Na nossa gestão, os guardas municipais serão equipados com rádios e trabalharão de forma integrada com as polícias Civil e Militar, atuando com inteligência e planejamento. Ou seja, vamos estudar a mancha criminal no Rio, entendendo quais crimes são cometidos em maior incidência e em que áreas. Assim, conseguiremos determinar com precisão como a Guarda Municipal deve estar presente pela cidade. Seu papel será o de proteger a vida e o bem-estar do cidadão, agindo na prevenção e na vigilância.

O senhor pretende dar continuidade a parceria com a iniciativa privada como a que mantêm o programa “Operação Segurança Presente” no Centro, na Lapa, no Aterro e na Lagoa? Tem planos de expandi-lo para outras regiões?

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Vamos trabalhar em parceria com o setor privado sempre que isso nos permitir melhorar os serviços à disposição do cidadão. A parceria com a Fecomercio tem dado bons resultados e é aprovada pela população, no entanto, é preciso estar atento ao risco de se privatizar os serviços de segurança pública, oferecendo um serviço melhor nas áreas mais ricas, que podem pagar, e desguarnecendo as regiões mais pobres do município. Nesse sentido, pretendemos reformular o programa, em formato parecido com o utilizado em algumas cidades americanas. Caso um grupo de empresários ou moradores de bairros mais abastados queiram se organizar para contratar policiais e guardas municipais nas horas vagas para realizar esse tipo de operação, eles devem também custear a expansão desse serviço para áreas mais pobres, com altos índices de criminalidade que serão definidas em parceria com a Prefeitura.  Dessa forma, estará garantida a equidade dentro dessas operações. Para além disso, no entanto, a Prefeitura vai buscar requalificar sua relação com as polícias estaduais muito além de iniciativas pontuais como essa, coordenando esforços de maneira territorializada para que possamos transformar o Rio em uma cidade mais segura para todos os cidadãos.

MOBILIDADE

O senhor pretende modificar o sistema/concessão de ônibus do Rio? Apoia o programa de racionalização das linhas implantado pela gestão Paes ou vai alterá-lo? Como?

As linhas de ônibus foram mudadas e os trajetos, alterados sem qualquer tipo de consulta à população, que sequer foi informada. Quando andava pelo Centro, recentemente, fui parado por uma senhora idosa e com artrite que reclamou da falta de informações sobre o ônibus que costumava pegar. Ela me explicou que já andava a quase 40 minutos, sentindo muita dor, e que estava perdida desde as trocas nos pontos e nas linhas. Este é apenas um de diversos transtornos causados pela dita “racionalização”. A razão das mudanças, no entanto, ninguém conhece, pois, se foi feito estudo sobre a redistribuição de linhas, ele não foi divulgado. Está claro que as mudanças foram realizadas para atender aos interesses das empresas de ônibus, e não do povo. Um verdadeiro cartel que controla o poder público. Na minha gestão, vamos enfrentar esta questão e rever contratos, tendo como norte a transparência e a participação. Pedirei à Coppe um estudo sobre a distribuição dos ônibus pela cidade, abrindo o documento para a população e buscando, juntos, a melhor solução para facilitar a vida do carioca. O trabalhador quer chegar em casa e no trabalho com tranquilidade e segurança. Abriremos as planilhas de gastos das empresas para mostrar à população como são calculadas as tarifas, garantindo assim, de forma transparente, que seja um valor justo e acessível.

O senhor tem algum grande projeto na área de transportes? O que pensa sobre o projeto do BRT? Vai dar continuidade as obras da TransBrasil?

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Creio que 2017 será um ano de arrumar a casa, de abrir os contratos, de fazer da Prefeitura um espaço transparente. Isto já provocará uma grande mudança na forma como as decisões são tomadas na cidade e em como a mobilidade será organizada na nossa gestão. Em vez de grandes obras, vamos cuidar das pessoas, acertando o funcionamento dos meios de transporte. Como disse anteriormente, vamos rever a organização das linhas de ônibus na cidade, garantindo que a população seja atendida como merece. Vamos também expandir a malha de ciclovias, fazendo faixas com qualidade e segurança. Buscaremos integrar a bicicleta aos outros meios de transporte, instalando bicicletários perto das estações de BRT e do metrô. Em relação ao BRT, vamos melhorar sua operação, pois o sistema já nasceu superlotado, causando desconforto e falta de segurança para a população. Isto também está ligado à qualidade da obra, um sintoma perigoso da corrupção. Em trechos, foi usado asfalto, mais barato, ao invés de concreto, que é o material indicado para suportar o peso dos ônibus. Com isso, a pista sofre ondulações, esburaca rapidamente e causa problema nos veículos, que então saem da operação, deixando menos ônibus para o transporte dos passageiros. Os ônibus, por sua vez, ficam mais cheios, causando mais problemas nas pistas, num círculo vicioso que tem início no mau uso do dinheiro público. Obras devem ser sérias, planejadas e bem executadas, pois delas dependem a vida das pessoa. As obras da TransBrasil encontram-se em estado avançado. Seria uma irresponsabilidade interrompê-las a esta altura. Vamos garantir que seja concluída para transportar passageiros com qualidade e segurança.

Como pretende resolver a polêmica entre os taxistas da cidade e os motoristas de Uber?

As soluções de transporte são bem-vindas para os moradores do Rio, que precisa ter organização para funcionar bem. Por isso, vou regulamentar o uso dos aplicativos de transporte individual de passageiros, como o Uber, de forma transparente e ouvindo a todas os setores interessados. O foco será a segurança do passageiro e a qualidade do serviço prestado.

SAÚDE

O que o senhor pretende fazer com os Hospitais Rocha Faria e Albert Schweitzer que pertenciam à rede estadual e o município assumiu este ano?

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A assunção dos hospitais pela rede municipal foi claramente uma estratégia do prefeito para tentar alavancar a imagem de seu candidato, na tentativa de mostrar suas realizações nesta área. Não deu certo. Os hospitais, infelizmente para a população, não tiveram a melhora esperada e não serviram de vitrine para estas eleições. Na minha Prefeitura, nosso empenho maior na Saúde será para com o bem-estar das pessoas. Investirei nas emergências destes e dos demais hospitais, para garantir um atendimento qualificado, humano e rápido para o carioca, quando este se encontra em seu momento mais vulnerável.

O senhor manterá o sistema de Organizações Sociais que administram algumas unidades de atendimento? Pretende também dar continuidade ao programa “Clínica de Família” ou criar um novo modelo?

Na nossa Prefeitura, nós vamos fazer uma auditoria de todos os contratos do município do Rio com as OSs. Isto porque elas foram escolhidas sem nenhuma transparência. Sequer os critérios de escolha destas OSs foi debatido com a sociedade. Vamos mudar isso. Nosso foco será garantir saúde de qualidade para toda a população. Evidente que seria uma irresponsabilidade interromper o serviço que vem sendo prestado porque quem seria punida seria a população, que ficaria sem atendimento nas Clínicas da Família, que têm prestado um relevante serviço. Por isso, progressivamente, vamos substituir as OSs por uma Fundação de Saúde, criada pela nossa prefeitura, com médicos concursados, trabalhando sob o regime da CLT, nas Clínicas da Família.

O que será feito para que o Rio não enfrente uma epidemia de zika ou chikungunya no próximo verão? Explique, por favor.

Há uma epidemia de chikunguya prestes a estourar no próximo verão no Rio, como me alertaram pesquisadores da FioCruz. A prioridade neste combate deve ser o controle de vetores. Ou seja, atacar a principal causa da proliferação da dengue, da zika e da chikunguya, que é justamente o mosquito Aedes aegypti. Isso passa por três pilares: o avanço na coleta, tratamento e reciclagem de lixo, para eliminar possíveis focos de larvas do mosquito; campanhas de educação e mobilização dos cariocas, visando a anular pontos de água parada em suas residências e na vizinhança; e avanços no saneamento básico, essencial não apenas no combate ao mosquito, mas também na proteção da saúde de todos. Na nossa Prefeitura, vamos avaliar o serviço de cada concessionária. Quem não estiver prestando serviço de qualidade terá metas e prazos para atender. Se não se adequar, será substituída por outra empresa que preste serviço decente de fornecimento de água, de coleta e tratamento de esgoto.

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EDUCAÇÃO

Qual é o seu grande projeto na área da educação?

Vamos focar em três questões: atenção maior à primeira infância, educação em tempo integral de verdade e formação continuada, na prática, do professor. Criaremos um programa chamado Primeira Infância Carioca, que levará agentes sociais às casas de famílias humildes para ajudar os pais na alimentação, cuidados de saúde e estímulos cognitivos com as crianças de zero a três anos. A ciência já comprovou que nesta fase o cérebro é uma esponja, sendo este período fundamental para definir a capacidade de essas crianças se tornarem adolescentes e adultos mais preparados para os futuros desafios. É o caminho para reduzir a desigualdade de oportunidades estrutural. Por isso vamos garantir vagas em creche para todas as crianças de zero a três anos de idade em famílias de baixa renda, mesmo que, num primeiro momento, seja preciso fazer convênios temporários com creches particulares. Cada dia nesta luta vale muito. A segunda questão é a educação em tempo integral. Garanti-la é fundamental para que nossas crianças aprendam mais e também para a sua segurança. O maior desafio da prefeitura do Rio no ensino fundamental é garantir que os professores estejam capacitados e motivados para fazer o seu trabalho da melhor maneira possível. Diversas pesquisas acadêmicas mostram que a qualidade do professor é o elemento que mais impacta no aprendizado dos estudantes do portão da escola para dentro. E o professor no Rio de Janeiro não sente que a Prefeitura está interessada, por exemplo, em saber quais são as necessidades práticas de formação docente que ele tem. Uma pesquisa de 2014 do Banco Mundial ilustra isso. Ela mostra que no município do Rio os professores gastam, em média, somente 58% do tempo em sala de aula ensinando o conteúdo de sua matéria. O resto é organizando a turma, chamando a atenção por indisciplina, fazendo chamada etc. O nível adequado seria 85% dedicado ao ensino, de acordo com padrões internacionais. Então é como se o aluno carioca perdesse mais de um dia de aula por semana. Nós vamos focar em criar uma rede de formação de professores que capacitará esses profissionais para os desafios do dia a dia, ouvindo as suas demandas por meio de uma plataforma online. Também vamos destacar professores para cuidar especificamente das aulas de reforço aos estudantes que estão ficando para trás durante cada ano letivo.

A meta da atual gestão era chegar em 2016 com 35% dos alunos de 1º ao 9º em regime de ensino integral. O senhor pretende ampliar essa projeção? Como?

Vamos continuar ampliando o percentual de escolas em tempo integral. Mas é importante lembrar que a prefeitura ainda não alcançou os 35%. Nossa meta é 100% em tempo integral, mas isso depende da porcentagem alcançada até o fim deste ano. Vamos também repensar os horários. Que horário integral é esse que acaba às 14:30? Que mãe e que pai podem sair do trabalho cedo assim para buscar seu filho? O horário precisa ser integral de verdade. Também é preciso levar em conta que vários alunos não querem ou podem permanecer nas aulas o dia inteiro porque precisam cuidar de seus irmãos mais novos, então a expansão das escolas em tempo integral precisa cruzar esses dados familiares.

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A baixa remuneração dos professores é uma queixa histórica da categoria. O senhor implantará um novo plano de cargos e salários?

O plano de cargos e salários enviado à Câmara Municipal em 2013 foi alvo de muitas críticas por parte dos professores. A sua discussão foi um dos motivos para que a rede municipal permanecesse em greve por mais de três meses. Na raiz do problema está a incapacidade da Prefeitura de ouvir os professores. Isto vai mudar. Os educadores terão voz durante a nossa gestão, principalmente na elaboração de um novo plano de cargos e salários. Vamos montar o melhor plano de cargos e salários do Brasil, que não irá desmontar tudo que está no atual, mas irá aprimorá-lo, com mais possibilidades de progressão para os profissionais da rede. Embora vários estados e municípios tenham feito reformas educacionais com bons resultados nos últimos anos, ninguém conseguiu desenvolver um plano de cargos e salários que seja referência nacional. O compromisso da nossa campanha é fazer isso.

FINANÇAS

O senhor pretende aumentar algum tributo municipal caso seja eleito? Qual e por quê?

Não. Nós aumentaremos a base de arrecadação, facilitando o turismo, estimulando setores da economia e atraindo empresas como startups de tecnologia. Com a criação de uma condição econômica melhor, os empreendimentos crescem, e a Prefeitura arrecada mais.

Qual a sua avaliação sobre a saúde financeira do município? O que deve ser feito?

Para realizar as Olimpíadas e os demais grandes eventos nos quais a atual gestão apostou, a Prefeitura gastou mais do que deveria. A conta ainda é um mistério. Nem o Ministério Público sabe quanto o município gastou para a realização dos Jogos. Mas sabemos que, em 2017, encontraremos um cenário desafiador. Nossas principais armas serão a transparência e a participação. Com gastos, contratos e licitações colocadas de forma aberta na internet, a população poderá ajudar a fiscalizar o uso do dinheiro público, e isso nos ajudará a combater a corrupção. Aí, teremos dinheiro para uma saúde digna, uma educação de qualidade, segurança para ir e vir e transporte eficiente. Se for preciso, vamos vender ativos do município para ajudar a evitar que a cidade fique do jeito que está o estado. Também iremos fazer um levantamento imediatamente após a posse para saber como podemos cortar gastos com custeio.

O senhor tem conhecimento da situação da Previ-Rio? Há o risco dos salários do município não serem pagos em dia, como ocorre no Estado?

O estado da Previ-Rio é lastimável. A prefeitura usava recursos dos royalties para cobrir o rombo do FunPrevi, o que é um contrassenso na sua origem porque royalties do petróleo devem ser usados para investimentos e não para bancar despesas correntes. Esse modelo está, inclusive, sendo questionado na Justiça. Os conselheiros, por sua vez, dizem que para o fundo se sustentar sozinho, seriam necessários 4 ativos recolhendo para 1 inativo. A proporção, hoje, é de 1,3 para 1. Nós queremos dar transparência aos dados da Previ-Rio e entender qual é o déficit real do fundo, que estimamos em torno de R$ 3 bilhões. Depois, iremos propor uma nova regra de capitalização do fundo, após discussões com os servidores e com especialistas em previdência. O nosso compromisso é zerar o déficit até 2020.

GESTÃO

A atual gestão adotou em vários setores as Parcerias Público Privadas (PPPs) e concessões. Pretende manter esses modelos?

Sim, e essa é uma distinção que queremos imprimir a essa campanha. Não acreditamos, como outras candidaturas progressistas, que o Estado seja capaz de fazer tudo sozinho e confiamos que é preciso criar modelos que incluam a iniciativa privada. A diferença é que faremos isso de forma transparente e não como faz o atual governo. Nós vamos aprimorar a gestão de contratos da Secpar e garantir que o órgão fiscalize e estabeleça metas de cumprimento dos contratos das PPPs. As PPPs também devem contar com conselhos de usuários e cláusulas de avaliação de qualidade por usuários, com remuneração variável para o parceiro privado. Nós pretendemos estimular a cultura de fazer avaliações de custo-benefício dos projetos antes de eles serem contratados e vamos dar publicidade aos resultados desses estudos, assim como é feito em vários países desenvolvidos. Essa prática ainda é incomum no Brasil, mas nós queremos ser a vanguarda na forma como o Estado trabalha com a iniciativa privada.

Qual é o tamanho do secretariado que o senhor pretende montar? Pretende reduzir o atual efetivo? E qual será o critério de escolha para os gestores das pastas?

Acho importante reduzir o tamanho do secretariado para aumentar a agilidade da gestão, mas não quero me precipitar e determinar exatamente quantas pastas teríamos. O que me parece mais importante é garantir que as secretarias não sejam distribuídas de forma acrítica entre partidos aliados na Câmara Municipal. Vamos escolher gestores que tenham afinidade profunda com as áreas que vão gerir e vamos dar bastante espaço para o ótimo corpo de servidores de que o município dispõe. Ao contrário de outros candidatos progressistas, penso que é preciso sim governar com outros partidos, dialogar e ampliar. Isso é parte da democracia. O que não faremos é dar pastas com porteira fechada, aceitar indicações sem uma rigorosa avaliação da capacidade do gestor e da sua afinidade com nossas propostas. O nosso governo será tecnicamente exemplar, mas também politicamente representativo dos partidos que abracem o projeto que pensamos para a cidade: e o ponto crucial desse projeto é transparência. Não vai haver espaço para manobras escusas porque elas seriam escancaradas por um sistema de monitoramento dos contratos e de acesso à informação, coisas que a Prefeitura atual não quis colocar em prática.

Quais são os seus planos para os servidores públicos?

O servidor público vai se sentir valorizado, pois vai começar a ser ouvido pela Prefeitura, o que a atual gestão não faz. No nosso governo, os números vão ser transparentes. E nós vamos negociar planos de cargos, carreiras e salários da melhor maneira possível dentro das possibilidades financeiras, levando servidores a funções de destaque na administração do município. Por fim, os cargos de confiança não vão ser ocupados por cabos eleitorais, mas por servidores de carreira, que merecem ser reconhecidos e valorizados. Também iremos dar continuidade aos programas de formação de líderes do serviço público, realizado com bastante competência pela Fundação João Goulart. É preciso reconhecer boas iniciativas e o fortalecimento da fundação municipal com o programa Líderes Cariocas é uma delas.

TURISMO

Quais são os seus planos para manter a rede hoteleira, que dobrou o número de quartos nos últimos sete anos, com boas taxas de ocupação pós-Olimpíada e Paralimpíada?

Tornar o Rio uma cidade mais segura, mais bem sinalizada e mais limpa incentivará o turismo. Além disso, o Brasil ainda aproveita muito pouco o potencial de turismo dos países asiáticos, sobretudo a China. Cidades como Paris foram muito beneficiadas pelo maior acesso dos chineses ao turismo. Por que o Rio, uma cidade com tantos atrativos, não poderia interessar também a esses turistas? Nós faremos estudos sobre países com turistas em potencial, para assim direcionarmos investimentos em divulgação do Rio. Vou trabalhar pessoalmente para garantir que a cidade atraia esses turistas. Também queremos aproveitar estruturas como as da Zona Portuária para atrair eventos para o Rio de Janeiro, como conferências internacionais dos mais variados setores. Barcelona fez assim após as Olimpíadas de 1992.

A prefeitura subvenciona parte do orçamento das escolas de samba do Grupo Especial. Esse modelo é o ideal? Qual a sua proposta para o Carnaval carioca?

Penso que a Prefeitura deve continuar, num primeiro momento, ajudando o espetáculo a acontecer. Mas me incomoda que o Carnaval de rua continue muito restrito à Zona Sul e ao Centro. Vamos democratizar o acesso a esta grande festa, levando-a com mais intensidade para bairros da Zona Oeste e da Zona Norte.

A vocação natural da cidade é para o turismo de lazer. Como o senhor pretende estimular a vinda de turistas e incrementar a agenda de negócios?

Como já respondi, tornando o Rio uma cidade mais segura, mais bem sinalizada e mais limpa. Vamos fazer um esforço extra para “vender” o Rio como destino turístico no exterior e também no Brasil. Eu me comprometo a participar pessoalmente de algumas das maiores feiras de turismo do mundo, como a de Berlim, de Londres e de Xangai. Mas nós também queremos que o turismo no Rio vá além da Zona Sul. Vamos estimular um conhecimento maior das maravilhas da Zona Norte, como os restaurantes e botequins com pratos típicos, as rodas de samba, as quadras das escolas, o baile Charme etc. Também queremos promover um resgate cultural, com a disseminação do passado de glória de bairros tradicionais como Vila Isabel e São Cristóvão e principalmente do Centro. O Rio tem, por exemplo, poucos walking tours em comparação com outras cidades turísticas do mundo.

LEGADO OLÍMPICO

A prefeitura é responsável pelos equipamentos erguidos no Parque Olímpico. O senhor pretende manter os atuais planos, de entregar o espaço à iniciativa privada, ou adotar outro modelo?

Não houve qualquer planejamento da Prefeitura para garantir que o povo tivesse acesso aos equipamentos após a realização dos Jogos. Vamos realizar estudos de demanda para, com clareza e transparência, avaliar as possíveis parcerias público-privadas. O edital já foi lançado e aparentemente há alguns consórcios interessados. Entendemos que será preciso averiguar detalhadamente as condições do contrato para verificar se há alguma irregularidade ou condição desfavorável para o município, mas faremos isso de forma responsável. Tivesse o Parque Olímpico sido construído em uma área na cidade onde há maior carência por este tipo de equipamento, como fez Londres em 2012, o uso das arenas poderia atender a mais cariocas.

Embora tenha sido um sucesso enorme durante os Jogos, ainda falta muito para a Zona Portuária estar de fato revitalizada. Como pretende dar prosseguimento a essa empreitada e estimular a ocupação da região?

Nossa prioridade é levar moradia para a Zona Portuária, transformando-a num bairro de verdade. A Prefeitura falhou ao não conseguir estimular o surgimento de prédios residenciais naquela região. Fez a obra pela metade. Provavelmente a Prefeitura terá de intervir diretamente, construindo moradias populares, possivelmente numa nova parceria público-privada. Levar moradores para a região do Porto é parte da nossa estratégia de tornar as ruas mais movimentadas fora do horário comercial, o que aumenta a segurança. O conceito atual de urbanização da região portuária tornará a região num bairro-fantasma de noite e nos fins de semana. É como acontece com a antiga Zona Portuária de Londres, Canary Wharf, que também foi revitalizada, mas com um conceito ultrapassado de levar apenas prédios comerciais para o local. Desta forma, não há pessoas por lá no fim de semana e depois das 20h. No Rio de Janeiro, pode ser um grande problema de segurança pública.

O VLT é apontado pela atual administração como um dos grandes legados para a cidade. O modelo atual de concessão é o ideal? Pretende expandir o sistema?

Vamos averiguar se há irregularidades na concessão, mas teremos cuidado para não gerar insegurança jurídica tentando mudar contratos no meio da sua vigência – exceto, é claro, se forem encontradas irregularidades ou se parecerem peças de ficção, como é o caso da licitação realizada para linhas de ônibus municipais. Para os próximos contratos do VLT, no entanto, penso que podemos negociar condições melhores para o município. Nos primeiros meses de governo será necessário fazer estudos sobre onde é possível colocar novos VLTs (e também BRTs) e também para monitorar o funcionamento do que está no Centro. Já vejo possibilidades para o primeiro VLT na região da Grande Tijuca, que só é atendida por metrô até a Uruguai, e do Grande Méier.

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