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Coronavírus: reforço à imunidade das grávidas e isolamento são essenciais

Número de partos cesarianos aumentou na pandemia do novo coronavírus, diz coordenador da Perinatal

Por Carolina Brasil e Lorena Lima*
Atualizado em 14 jul 2020, 17h51 - Publicado em 25 jun 2020, 15h06
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  • Em abril, o Ministério da Saúde anunciou que grávidas e puérperas fazem parte do grupo de risco da Covid-19. As gestantes são consideradas pacientes de baixa imunidade. Por causa das modificações do organismo materno, existe uma tendência a infecções com maior frequência, já que os nutrientes das gestantes são divididos com o bebê. Nas maternidades, os cuidados também foram reforçados.

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    “Toda a equipe de assistência foi treinada para o uso correto dos Equipamentos de Proteção; restringimos as visitas para apenas um acompanhante; foi montado um gabinete de monitoramento e ação para a Covid-19; as consultas ambulatoriais e de ultrassom foram espaçadas para não haver acúmulo de pessoas na sala de espera… Ou seja, todos os processos foram revistos e adequados às orientações das autoridade sanitárias municipais, estaduais e federais”, enumera Renato Sá, obstetra e Coordenador Geral do Centro de Diagnóstico da Clínica Perinatal.

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    Uma curiosidade da pandemia, de acordo com Sá, é o maior número de partos cesarianos, porque é menor o esforço respiratório das mulheres, principalmente as que apresentam comprometimento pulmonar. “A prioridade é sempre a vida materna”.

    A especialista em ginecologia e obstetrícia Carla Cooper diz que ainda há muito o que aprender com a doença. “A gente está lidando com um inimigo invisível, então fica mais difícil a batalha. Eu recebo atualizações da Covid-19 a cada 12 horas”.

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    A médica explica que os riscos são maiores no terceiro trimestre (a partir de 28 semanas de gravidez). Um deles é devido à compressão dos órgãos pélvicos, que são jogados para cima, dificultando a troca gasosa e comprimindo a expansibilidade pulmonar. De modo geral, o risco é maior em mulheres grávidas com comorbidades como pressão alta, diabetes, pós-transplantadas, trombofilia e doenças autoimunes.

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    Apesar das recomendações de prevenção para as gestantes serem parecidas com as do restante da população, Dr. Carla reforça a importância de que elas mantenham hábitos de vida saudáveis, boa alimentação, oito horas de sono por noite e ingestão de líquidos.
    Outra dica é estimular a imunidade com suplementação de polivitamínicos que tenham Ferro, Zinco, Vitamina D, Ômega 3/DHA.

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    Desde que a gestante esteja se sentindo bem, pode praticar exercício físico e atividade sexual durante todo período da gravidez. O ideal é tentar se exercitar pelo menos quatro vezes na semana, buscando o fortalecimento da pelve e do pulmão. Musculação com orientação profissional, pilates e fisioterapia pélvica são atividades recomendadas.

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    É inevitável que, em algum momento, as gestantes precisem sair de casa, e fiquem expostas ao vírus da Covid-19. Os cuidados, nesse caso, são os mesmos que todos devem tomar, como uso correto de máscaras, álcool gel etc. Além disso, é preciso evitar carregar bolsas volumosas, bem como usar acessórios, bijuterias, anéis, relógios e pulseira. Roupas com muito babados devem ficar nos armários.

    A grávida pode ter complicações na mesma proporção da população geral, com um agravante: são dois organismos para serem tratados. O gestor da Área de Atenção à Saúde da Gestante do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Dr. José Paulo Pereira Junior, diz que, de cada 100 gestantes que contraírem o vírus, provavelmente 80 ficarão bem, com um quadro gripal sem nenhum malefício para ela ou para o bebê.

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    Frente a esse cenário, profissionais da saúde reafirmam a importância da conscientização. O médico Pereira Júnior destaca ainda que as medidas de precaução não se aplicam apenas para o coronavírus. “Existem mais ou menos sete vírus que se multiplicam nesta época do ano, e a maioria produz um quadro gripal.” Ele cita o H1N1 como uma preocupação de todo obstetra, mas reafirma que todo processo infeccioso pode ser prejudicial para uma gravidez. Por isso, a questão da profilaxia, dos cuidados pessoais, familiares e sociais, e do isolamento social são fundamentais, já que não existe um remédio eficiente e uma vacina para prevenção nesse momento.

    Em caso suspeito de Covid-19, os dois principais parâmetros de gravidade que devem sempre ser observado são febre persistente e falta de ar. Se isso ocorrer, a orientação é que a gestante procure a unidade de saúde mais próxima para receber cuidado médico especializado. “É o conjunto de medidas que vai fazer com que essa paciente fique menos exposta. A gente tem que continuar insistindo na questão de evitar ficar doente.”

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    Carolina Brasil e Lorena Lima*, estudantes de comunicação, sob supervisão dos professores da universidade e revisão de Veja Rio

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