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Sem rumo: por que mãe e filha moram há três meses no McDonald’s do Leblon

É lá que elas fazem todas as refeições; quando a loja fecha as portas, as duas levam as malas que carregam para a calçada, onde dormem

Por Da Redação
25 abr 2024, 20h29
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Na porta do McDonald’s: Susana e Bruna estão há cinco meses na loja do Leblon (CBN/Reprodução)
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Há quase três meses, a rotina de duas mulheres chama a atenção na filial do McDonald’s no Leblon, bairro com um dos metros quadrados mais caros do país. Todos os dias, acompanhadas de cinco malas grandes, elas dormem sentadas na calçada em frente à lanchonete, e assim que as portas são abertas, às 10h, elas entram e passam o dia lá, onde fazem todas as refeições. Às 5h, no fim do expediente, as duas retornam à rua.

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A filial da rede de fast-food está localizada na esquina das ruas Carlos Góis e Ataulfo de Paiva. Segundo a rádio CBN, vizinhos do McDonald’s contam que as duas mulheres têm celulares, estão sempre com roupas limpas, suas malas estão em bom estado e elas têm dinheiro para pagar o que consomem na lanchonete e em outras lojas da região. “Quando o Mc fecha, elas ficam sentadas do lado de fora, não se afastam. Quando abre, de manhã, elas entram e pegam sempre a mesa perto da porta. Muito triste, morar em uma lanchonete é uma situação insustentável”, contou um deles à rádio.

Ainda segundo a CBN, as mulheres não aceitaram, até o momento, a ajuda de ninguém – nem de moradores, nem de empresários, nem do poder público. A Polícia Militar, uma equipe do Segurança Presente e funcionários da prefeitura já tentaram fazer contato, sem sucesso. À rádio, elas contaram que são mãe e filha, se chamam Suzy e Bruna, e não quiseram passar sobrenomes. Suzy, a mais velha, aparenta ter cerca de 50 anos. Bruna, a mais nova, menos de 30. As duas disseram ainda que nasceram no Rio Grande do Sul, mas moram no Rio de há oito anos. Segundo Suzy, a intenção da dupla é encontrar um imóvel para alugar no Leblon por até R$ 1.200, o que está fora da realidade do bairro. Ainda de acordo com ela, até isso acontecer ambas não querem gastar dinheiro. À uma assistente social da prefeitura, elas relataram que o marido de Bruna estava em Paris, na França, e que assim que ele voltasse a família alugaria o imóvel.

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Um vendedor ambulante da vizinhança disse à CBN que trabalhou em um hotel em Copacabana em que Suzy e Bruna teriam dado um calote no estabelecimento, tendo saído sem pagar pela hospedagem, em 2022: “Conheço elas pelo histórico (do local) onde eu trabalhei, um hotel em Copacabana. Elas se hospedaram lá e não pagaram pela estada, em 2022. Não aceitam ajuda, são bem ríspidas, não se abrem. Ficam andando na rua, peregrinando. Ficam para lá e para cá, e não têm um local fixo”. Uma pessoa que trabalhou na gerência do hotel na época confirmou a história e disse que a direção preferiu não denunciar o caso à polícia, para evitar exposição.

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