Brincando de cordel, Raphael Vidal abre o cardápio com as “Histórias encantadas do festejo de Iemanjá da Bahia de Todos os Santos na Pequena África do Rio”. E apresenta uma vasta coleção brasileira de receitas banhadas à maresia no Dois de Fevereiro, o quarto empreendimento do agitador de gastronomia e cultura no Largo de São Francisca da Prainha, epicentro da ferveção na região portuária.
+ Por que o Largo da Prainha tem dado o que falar
A frase na franja do toldo azul diz que é ali, no pequeno e bem decorado salão de frente para a Rua Sacadura Cabral, que “o Rio é mais baiano”. Há baianas com tabuleiro em grafite na parede, fitinhas do Bonfim e miniaturas de barquinhos que levam flores, com o balcão ao fundo onde sugestões para a fome e a sede estão no quadro negro.
Fruto de paixões antigas de Vidal, a Bahia e os frutos do mar chegam à praça onde as carnes na brasa reinavam sozinhas através do Bafo da Prainha, bar que mudou a cara do Largo. E o novo restaurante, entre outras graças, recupera o tão brasileiro pirão como acompanhamento possível de todos os pratos, ele que andava sumido nos menus peixeiros.
Há entradas e tira-gostos como as manjubinhas empanadas em cuscuz de milho, com pirão de peixe ou de aipim (R$ 27,00), ou as mesmas em escabeche e acompanhadas de pão (R$ 14,90). Pastéis em sabores como polvo e bobó de camarão (R$ 14,90) também iniciam, e para esquentar a goela há sugestões como o rabo de sereia (R$ 30,00), drinque feito com cachaça Ypioca prata macerada no dendê, e aperitivo Lillet.
Na ala de principais tem bobó de camarão (R$ 49,00) ou a versão vegetariana de grão de bico (R$ 36,00), servidos com arroz, farofa de dendê e pirão. De moqueca, há sete sabores a exemplo de camarão com polvo (R$ 57,00), banana da terra (R$ 40,00), carne seca (R$ 45,00), e ovo caipira (R$ 38,00). O cuscuz também aparece em pedidas como frutos do mar (R$ 38,00) e quiabo (R$ 28).
De segunda a sexta tem PFs como o de sardinha frita (R$ 29,00), servido com pirão, aipim (ou batata), arroz, feijão e farofa. A cocada mole na caneca (R$ 9,90) encerra a viagem, com a possibilidade de um café moído na hora, o que faz toda diferença.
É como diz o criador em seu cordel feito em sextilhas: “Cria de carioca, axé vindo do agreste, Guanabara banhada nas águas do Nordeste“.
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O Dois de Fevereiro fica na Rua Sacadura Cabral, 79, Saúde. Abre na segunda, e de quarta a sexta, das 12h às 16h; sábados e domingos até às 18h; e fecha na terça.
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