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Por Vanessa Aragão, pesquisadora e instrutora de meditação
Criadora do projeto Meditante Urbana
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O que você quer ver no futuro?

Da arte de se entregar à vida

Por Vanessa Aragão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 ago 2021, 12h15 - Publicado em 17 ago 2021, 10h53

Com o isolamento, tudo mudou de figura. Estou mais consciente onde dá pé, onde não dá. Passo os dias acompanhando os meus pensamentos, e o dos meus alunos. Aliás, você sabia que o ser humano tem em média 90 000 pensamentos por dia? E que a maioria é composta pelos mesmos pensamentos do dia anterior? É um looping louco, praticamente um afogamento se você não sabe onde dá pé. Isso o mar me ensinou e eu levei para a meditação.

Toda a questão da enxurrada dos pensamentos é que eles geram uma ansiedade pela ação. Somos iludidos por uma necessidade desesperada do fazer. Como se só existisse essa maneira. Acho que poucas pessoas conhecem o segredo de não fazer e permitir que as coisas aconteçam.  A vida é tão emaranhada, tão entrelaçada, e cada coisa que acontece leva a outras coisas. “Há coisas que só podem acontecer, não se pode fazê-las. O fazer é para coisas muito comuns, mundanas. Você pode fazer alguma coisa para ganhar dinheiro, você pode fazer alguma coisa para ser poderoso, você pode fazer algo para ter prestígio, mas você não pode fazer nada quando se trata de amor, de gratidão, de silêncio”, diz o Osho, no livro Confiança.

Recentemente, um ex-namorado que é um grande amigo sentou na minha sala de prática e me disse com aquela boa tranquilidade mineira, enquanto a Lak desfilava com seus brinquedos para ele: “acho que a gente precisa confiar mais na vida”. Precisamos mesmo, Tuca. A confiança tem uma certa magia, e não acho que ela seja sobre fé, ela é um encontro pessoal. Tenho pensado sobre caminhos, sentidos, onde pisar nesse mar de viver. Por isso, ontem, passei o dia em meditação e hoje acordei bem calma porque saí do turbilhão dos pensamentos e voltei com o coração.  A direção é um sentimento interior, não um objeto, mas a sua própria subjetividade. Você pode sentir a direção, mas não pode conhecê-la.

Existe um termo usado pelos místicos trovadores na Índia chamado SAHAJ MANUSH, que define o homem espontâneo. Esse “homem espontâneo” é o caminho para o verdadeiro homem, a nossa energia essencial. E tudo isso me lembrou que a direção é algo vivo, ela não é dada por você, é espontânea. Por mais que a gente queira se sentir seguro pensando num futuro, a gente só pode viver este momento que está disponível agora. E vivendo-o a direção surge.

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Se você dançar, o momento seguinte vai ser uma dança mais profunda. Assim, o passado se dissolve e o tal do futuro começa a tomar forma. Mas essa forma não é dada por você, você a conquista. A direção é muito sutil, delicada. Ela é poesia. Eu acordei sentindo que o futuro é uma direção, não um destino.

O futuro pode ser uma abstração obscena. O obsceno é para quem sabe se maravilhar.

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