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Vanessa Aragão

Por Vanessa Aragão, pesquisadora e instrutora de meditação Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Criadora do projeto Meditante Urbana

A gente é quem a gente é

Os fios do tempo, da consciência e do amor

Por Vanessa Aragão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
16 jan 2025, 11h56
Consciência e meditação sobre o amor e o tempo
 (Unsplash/Divulgação)
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Não tenho tempo para viver pequeno, muito  menos para amores rasos. Por isso, há alguns anos comecei a fazer as pazes com todos os lados que são meus. Afinal, só vivemos em primeira pessoa, não? Se nós não conseguimos nos entender, como compreender o outro? Eu nunca fui muito boa nesse jogo de esfria – esquenta, m-u-i-to e n-a-da. O yoga me ensinou que para manter o equilíbrio é preciso antes de tudo aprender a perdê-lo – e eu perdi bastante, acreditem – o que me coloca em uma posição confortável para te contar um segredo: para toda descida tem uma subida.  

Endireitar a postura é de dentro ou de fora?

O tal do começo do ano pode ser, enfim, aquele empurrão para você reivindicar o direito ao encanto. Será que se acostumar com tudo é perder o brilho nos olhos? Se sim, prefiro me desacostumar. Prefiro me encantar e dançar sob o fio vermelho de Ariadne que perpassa o tempo, a consciência e o amor. Ele me orienta ao meu destino: ser quem eu sou. 

Por um tempo me dobrei inteira. Posição fetal. Cortei tudo que chamavam de excesso. Quase não sobrou nada. Tudo isso para caber lá fora em um espaço que o outro desenhou para mim. Veio a cãibra. E se eu me desdobrar? Alongar as pernas? Se eu parar de me reduzir aos espaços e as pessoas que me reprimem? 

É fácil se perder no  meio das coisinhas, mas não me perco mais. O encanto não é o oposto da lucidez; é a magia que está nos próprios olhos. Na tradição chinesa, 2025 é o ano da serpente. Arrisque trocar de pele mais uma vez. 

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Eu já vivi amores rasos, nunca me coube. Nunca coube a você também. No raso não se cabe, só se escapa, escorrega. Quero o que transborda, um lugar onde eu possa transbordar em paz, sem esparramar tudo pra fora. O raso não é sobre um amor tranquilo, assim como o profundo não é sobre paixões adolescentes.

Bonito mesmo é ter espaço para você ser. E eu também. Bonito mesmo é mergulhar. Mais bonito ainda é mergulhar com tranquilidade, sabendo que o lado que me recebe não me julga. É por isso que não tenho mais tempo para amores rasos. 

Essa é a minha love language.

*sob efeitos da poesia da Marcela Scheid.

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