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Renata Araújo

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Renata Araújo é jornalista e editora do site de turismo e gastronomia You Must Go!
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Conheça três restaurantes fantásticos em Bogotá, na Colômbia

Bogotá é conhecida por sua abordagem inovadora e criativa da culinária colombiana; uma gastronomia baseada na diversidade de ecossistemas que surpreende

Por Renata_Araújo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
30 ago 2024, 14h31
 (Renata Araujo/Veja Rio)
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Acabei de voltar de Bogotá e fiquei muito impressionada com a oferta gastronômica e a qualidade gastronômica da capital colombiana. A culinária latino-americana está atualmente em alta, e sabemos que o Peru se destaca nesse sentido. No entanto, o clima e a topografia da Colômbia têm muito em comum com o Peru, e o país é privilegiado com ecossistemas diversos. Em outras palavras, os dois países dividem muitos ingredientes em comum, mas a Colômbia ainda conta com influências adicionais do café e da costa caribenha. Na verdade, pode-se dizer que ali você experimenta cinco “países” em um: a Costa do Pacífico, a Cordilheira dos Andes, a Amazônia, as planícies orientais e o Caribe.

Restaurantes Bogotá
Renata Araujo no El Chato Bogotá (Renata Araujo/Veja Rio)

Portanto, Bogotá deve receber grande atenção quando se trata da arte de comer bem. Vale ressaltar que muitos restaurantes colombianos estão na lista dos 50 melhores do mundo, refletindo a cena gastronômica em rápido crescimento no país, impulsionada pelo talento culinário local. Jovens chefs aproveitam o melhor que o país tem a oferecer e superam muitos dos seus concorrentes. Além disso, a cidade é conhecida por sua abundância de comida de rua, que oferece de empanadas a arepas e chicharrón, bem como mercados de alimentos, de interesse tanto para os moradores locais quanto para os turistas.

Se liga então em um roteiro prático e essencial de restaurantes que vale conhecer em Bogotá.

Apresentação e sabor foras de série na Colômbia: Humo Negro (Renata Araujo/Veja Rio)

Debora

Uma experiência gastronômica completa, de cozinha autoral em versão à la carte, como também em menu degustação. O chef Jacobo Bonilla, que tem ampla experiência em fine dining, faz uma culinária de altíssimo nível usando produtos locais, frescos e sazonais. Ele se concentra no produto – orgânico – e na técnica. Assim, os pratos apresentam muito sabor e são cheios de cores e texturas. Os ingredientes do rio, da costa e do campo são transformados em receitas únicas! O serviço extremamente gentil e o ambiente contemporâneo e estiloso, com cozinha aberta e luz baixa, seduzem pelo cuidado em todos os detalhes: a apresentação dos pratos, a combinação dos sabores, a qualidade dos ingredientes e a atmosfera moderna e suntuosa na medida certa.

A delicadeza dos pratos do Debora
A delicadeza dos pratos do Debora (Debora/Divulgação)
A elegante fachada do Debora Bogotá
A elegante fachada do Debora Bogotá (Debora/Divulgação)

Ou seja, a  formalidade usualmente associada a restaurantes de alta classe é desmontada aqui, com a combinação de pratos sofisticados em um ambiente descontraído e acolhedor. Acredito que essa abordagem inovadora é o que torna Debora tão especial e digno de destaque. Para completar a experiência fora de série, o sócio e diretor de bebidas Valentino Galán, com consistente carreira, tendo passado por restaurantes premiados – como Central, Kjolle e Mil, no Peru – contribui com sua vasta experiência na harmonização, além de expertise na arte de receber. 

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Debora Restaurante
A dupla Jacobo e Valentino (Debora/Divulgação)
Renata Araujo e Jocobo Bonilla
Renata Araujo e Jocobo Bonilla (Renata Araujo/Veja Rio)

Humo Negro

Número 44 na Lista dos 50 Melhores Restaurantes da América Latina, o Humo Negro se define como um izakaya colombiano. Depois de anos trabalhando como chef de cozinha no renomado El Chato ( segunda lugar da lista), Jaime Torregrosa deu início à uma aventura solo com a criação do Humo Negro (que significa ‘fumaça preta’). Afinal, da  sua inventiva churrasqueira que se adapta de várias formasi saem receitas consistentes e inventivas. O restaurante faz uma fusão de sabores latino-americanos, nórdicos e japoneses em atmosfera pra lá de descolada, já que dialoga com a arte urbana e seus muros grafitados. Com foco em produtos sustentáveis da Colômbia, Torregrosa usa ingredientes como o pirarucu e compra de fornecedores responsáveis, ajudando assim a proteger a Amazônia e apoiando as comunidades locais de pescadores. 

Humo Negro Bogota
Chawanmushi de Pirarucu em fantástica apresentação (Gonzalo Picon/Divulgação)
Renata Araujo no descolado Humo Negro, Bogota
Renata Araujo no descolado Humo Negro, Bogota (Renata Araujo/Veja Rio)

Os delicados pratos são para dividir e o menu degustação conta com ostras colombianas à la parrilla, barriga de pirarucu com fruta camu camu, arroz amanteigado e sorvete de coco torrado com nibs de cacau e quinoa. Além disso, a criativa harmonização feita pelo craque Manuel Barbosa, sócio do restaurante, legitima a experiência do consistente jantar ou almoço no fim-de-semana.

Humo Negro Bogota
Jaime Torregrosa e Manuel Barbosa- proprietários do Humo Negro (Gonzalo Picon/Divulgação)

El Chato

Logicamente o 2º Melhor Restaurante da América Latina tem que ser visitado, uma vez que se está em Bogotá. Logo ao entrar, o ambiente em uma casa de dois andares – reformada recentemente – surpreende pela descontração elegante. No primeiro piso são servidos os pratos à la carte, enquanto o segundo – com a famosa biblioteca de especiarias e a moderna cozinha aberta – é dedicado ao menu de passos, criado pelo premiado chef  Álvaro Clavijo, que retornou ao país há alguns anos, depois de passar por algumas das melhores cozinhas da Europa e América do Norte. Ou seja, o chef mescla pratos locais clássicos de influências indígenas, africanas, caribenhas, espanholas, portuguesas e até do Oriente Médio e adiciona técnicas e toques únicos que aprendeu ao longo da carreira no exterior. Espere uma variedade de frutas e mistura de sabores doces, azedos e amargos, sempre muito bem equilibrados. Álvaro faz questão de usar produtos vindos de propriedades da zona rural, sempre orgânicos e frescos. Resumindo: El Chato eleva a gastronomia colombiana a outro patamar por sua abordagem inovadora, onde o produto é a essência de cada prato.

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Alvaro Clavijo prato
Insumos naturais e orgânicos no El Chato (Renata Araujo/Divulgação)
El chato bogota
Ambiente casual e de bom gosto (El Chato/Divulgação)

A trilha sonora pop e rock’n roll ajuda os comensais a entrarem no clima da contemporaneidade do restaurante casual de alta gastronomia e com serviço bilíngue extremamente ágil. Afinal, turistas visitam a casa com frequência e o inglês divide espaço com o espanhol pelo salão. Vale aceitar a harmonização sugerida para concluir a experiência de forma plena.

Alvaro Clavijo e Renata Araujo (Renata Araujo/Veja Rio)

Mercado de Paloquemao

E já que o assunto é gastronomia, um programa essencial em Bogotá é visitar o tradicional mercado de comida, onde moradores e chefs fazem suas compras. Sugiro fazer um tour guiado (fiz com a empresa Foodies e adorei) e ir com fome, porque as opções de degustações são inúmeras! A grande variedade de frutas e legumes de todo o país – alguns desconhecidos pra nós – impressiona! Há alguns anos era complicado transportar ingredientes pelo país, mas a cena mudou e a disponibilidade de produtos indígenas exóticos é farta. De prova de queijos a harmonização de cacau com café e licor, são inúmeras as opções neste mercado que já leva mais de 50 anos. Em suma, a Colômbia oferece uma gastronomia instigante e única, pronta para ser descoberta pelos brasileiros que, sem sombra de dúvidas, são sempre muito bem recebidos. 

Mercado de Paloquemao Bogotá
A riqueza do Mercado de Paloquemao (Renata Araujo/Divulgação)
Mercado de Paloquemao
Renata Araujo no Mercado de Paloquemao, em Bogotá (Renata Araujo/Veja Rio)

 

Renata Araújo é jornalista, editora do site de turismo e gastronomia You Must Go! e da página do instagram @youmustgoblog

 

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