Guia MICHELIN: como os restaurantes do Rio serão avaliados?
Gwendal Poullennec, Diretor Internacional do Guia, explica como será realizada a avaliação na cidade
Em meio ao anúncio de que avaliadores do Guia MICHELIN estariam no Rio de Janeiro novamente, muitas duvidas surgiram. Donos de restaurantes, chefs, restaurateurs passaram a buscar o caminho para a tão sonhada avaliação. Quando e como um restaurante será avaliado? Pensando em sanar dúvidas, nossa coluna entrou em contato com Gwendal Poullennec, Diretor Internacional do Guia MICHELIN, e fez questionamentos sobre a avaliação.
Como é feita a seleção de restaurantes que serão visitados pelo Guia na Cidade?
Os inspetores do Guia MICHELIN são totalmente independentes na escolha dos restaurantes a visitar. O seu conhecimento do panorama gastronômico local, aliado a um sólido corpo de investigação, acompanhamento e documentação, constituem a base para a identificação dos estabelecimentos que pretendem visitar. Não existe set list e eles estão constantemente em busca de novas tendências culinárias em todo o mundo. No Guia MICHELIN não há cotas, nem nos tipos de cozinha, nem no número de restaurantes recomendados.
Muitas operações foram abertas de um ano para cá. Como é feita essa triagem ou indicação aos avaliadores?
O trabalho de inspetor MICHELIN é de tempo integral e uma das principais qualidades é ser capaz de detectar e experimentar os melhores restaurantes de um destino. Graças à sua experiência, ele detém o conhecimento do cenário gastronômico do RJ e SP e mantém a sua mente aberta para o que há de mais interessante nessas duas cidades. Os inspetores testam restaurantes anonimamente, comportando-se como qualquer outro cliente. A escolha de restaurantes é feita pelos inspetores MICHELIN. A partir da visita, existem cinco critérios imutáveis adotados em todo o mundo são a qualidade dos ingredientes, o domínio das técnicas culinárias, a harmonia dos sabores, a personalidade do chef expressada na cozinha e a consistência tanto no menu como nas visitas regulares. A metodologia do Guia MICHELIN existe há 130 anos e ainda se baseia em visitas de campo anônimas realizadas por equipes de inspeção. Estes critérios são os mesmos em todo o mundo, o que dá força às recomendações. Uma Estrela MICHELIN na Bélgica tem o mesmo valor que uma Estrela MICHELIN no Rio, em São Paulo ou em Singapura.
Personagens do setor de gastronomia da cidade alertaram a este colunista de que avaliadores do guia já estariam no Rio de Janeiro. Isso procede?
Os inspetores estão em campo nesse momento e a fase de inspeção vai até dias antes da revelação da seleção em 2024.
O Guia MICHELIN retornou ao Rio de Janeiro através de um acordo celebrado entre as Prefeituras do Rio e São Paulo. Segundo dados publicados em diário oficial, os avaliadores estarão na cidade nos próximos três anos. Um montante de 4,5 milhões de reais foi aplicado pela secretaria de turismo do RJ, como garantia de que a cidade terá a sua publicação nos anos de 2024, 2025 e 2026. A próxima edição será lançada em março de 2024. Vale ressaltar que desde 2020, a cidade não vinha sendo avaliada pelo renomado Guia.
Site: guide.michelin.com
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