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O time da virada: conheça a turma jovem do secretariado de Eduardo Paes

De trajetória diversa, eles assumem cargos estratégicos na gestão de Eduardo Paes com gás para tentar fazer o Rio curar as mazelas e reviver os bons tempos

Por Pedro Tinoco
Atualizado em 15 jan 2021, 09h53 - Publicado em 15 jan 2021, 06h00

O recado, curto, foi dado na sonolenta manhã do último dia 1º. No finalzinho do discurso de posse de seu terceiro mandato como prefeito do Rio de Janeiro, pouco antes de citar versos do samba Conselho, sucesso na voz de Almir Guineto (“Deixe de lado esse baixo-astral / Erga a cabeça, enfrente o mal / Que agindo assim será vital / Para o seu coração”), Eduardo Paes chamou atenção para o seu jovem secretariado. Ele agradeceu imensamente aos antigos auxiliares, a maioria de fora do governo desta vez, e, algo ufanista, explicou: “São novos tempos com novos desafios e precisaremos de um governo disruptivo e transformador”.

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Entre fiéis colaboradores de gestões passadas, como o deputado Pedro Paulo Carvalho (Fazenda) e o sanitarista Daniel Soranz (Saúde), e uma ou outra figura de carreira política mais longeva (Laura Carneiro, a secretária de Assistência Social, ganhou sua primeira eleição em 1989), o gabinete recém-empossado foi tomado por uma garotada de trajetórias diversas e com gás para lidar com missões espinhosas, entre elas um déficit fiscal na casa dos 10 bilhões de reais e o desenrolar da pandemia em uma cidade altamente afetada por ela.

No time que Paes escalou para tentar fazer o Rio despregar-se de suas mazelas e decolar, quase a metade do primeiro escalão não passou dos 40 anos — na gestão anterior, de Marcelo Crivella, a faixa etária predominante do secretariado se situava acima dos 50. Os caçulas da turma recém-­empossada são Salvino Oliveira, 22 anos, secretário especial da Juventude, Joyce Trindade, 24, secretária de Políticas e Promoção da Mulher, e Eduardo Cavaliere, 26, secretário de Meio Ambiente. Os dois primeiros, graduados em gestão pública pela UFRJ, são crias da periferia, promovem ativismo social e já sofreram na própria pele os gargalos cariocas.

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Nascido e criado na Cidade de Deus, Salvino, o secretário da Juventude, entrou ainda criança, por sorteio, para a unidade do Colégio Pedro II em Botafogo. “Acordava às 4h30 para ir para o colégio e chegava em casa às 14 horas. Além do problema de mobilidade urbana, via a desigualdade, o contraste entre a Zona Sul e o resto”, lembra. Nos tempos de faculdade, em que Salvino foi seu calouro, Joyce, a secretária da Mulher, também experimentava uma cidade sob a óptica das dificuldades. “Sou de Cosmos, Zona Oeste, a periferia da periferia. No meu bairro não tem ônibus, as linhas sumiram na gestão passada. Minhas primas passaram um mês sem poder ir à escola”, pontua.

Antes de se reencontrarem no secretariado de Eduardo Paes, os dois ex-colegas já se punham a desatar nós, cada um a seu modo. Oliveira foi professor em pré-vestibular comunitário, coordenou ações de doação de alimentos na pandemia e integra o Perifa Connection, coletivo dedicado a dissolver a ideia de que favelas e periferias são locais unicamente de violência e miséria. Joyce integra o Republica.org, voltado para a valorização e o desenvolvimento de profissionais do setor público no país. Ambos estão ainda juntos em um projeto que auxilia lideranças comunitárias a tocar ações em seus territórios.

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Paes foi apresentado à dupla em recente corpo a corpo pelas ruas da cidade. O encontro com o outro “caçula”, Eduardo Cavaliere, do Meio Ambiente, deu-se há mais tempo: foi em 2018, em Washington, durante um congresso de estudantes. Graduado em direito pela FGV, com formação complementar em matemática aplicada, Cavaliere morou na China, onde se especializou em desenvolvimento de tecnologias. “Vimos o Cristo decolar, bater no Pão de Açúcar e cair na Baía. Perdemos o protagonismo. Um dos meus papéis será discutir por que em 2022 vai acontecer a Estocolmo + 50 e não a Rio + 30”, provoca o secretário, fazendo alusão à relevância que a cidade, sede da Conferência Eco 92, perdeu no candente debate sobre o meio ambiente.

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Os emergentesChicão Bulhões, 34 anos,Renan Ferreirinha, 27,e Marcelo Calero, 38, todos nomesem ascensão na cena política,trocaram o mandatoparlamentar pelo desafiode ajudar a reerguer a cidade.Assumem, respectivamente,as secretarias de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação,de Educação e de Governo e Integridade Pública
Os emergentes Chicão Bulhões, 34 anos, Renan Ferreirinha, 27, e Marcelo Calero, 38, todos nomes em ascensão na cena política, trocaram o mandato parlamentar pelo desafio de ajudar a reerguer a cidade. Assumem, respectivamente, as secretarias de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, de Educação e de Governo e Integridade Pública (Léo Lemos/Veja Rio)

Que juventude não se confunda com currículos anêmicos nem inexperiência política. O novo secretariado carioca abriga quadros que ascendiam em gabinetes do Legislativo e foram pescados para o Executivo municipal. É o caso de Chicão Bulhões, 34 anos, e Renan Ferreirinha, 27, deputados estaduais, e de Marcelo Calero, 38, deputado federaleles assumiram, respectivamente, as secretarias de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, de Educação e de Governo e Integridade Pública.

O advogado Chicão Bulhões, obedecendo às regras de seu partido, o Novo, renunciou ao mandato, o que causou certa surpresa na Alerj (a praxe, nesses casos, é se licenciar para poder voltar ao aconchego da casa em qualquer eventualidade). Em resumo, o objetivo primordial de sua pasta, novidade no organograma da prefeitura, vai ser descomplicar. “Iniciaremos um processo amplo de digitalização, de simplificação de processos, sem inventar a roda”, garante. Parte dos licenciamentos e alvarás, nas áreas urbanística, de meio ambiente e da Fazenda, por exemplo, estará pela primeira vez sob o mesmo chapéu. “Queremos que as pessoas possam abrir e fechar empresas de maneira mais rápida. A ideia é tornar tão fácil ficar dentro da lei que não vai valer a pena permanecer na informalidade”, explica o secretário, que se afastou de seu escritório para se candidatar e segue longe da banca.

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Um dos freios de mão para o avanço do Rio (um mal brasileiro, diga-se de passagem) é a educação, que exige uma série de respostas imediatas — como fazer o ensino chegar a todos no meio da pandemia? Como repor as lacunas acumuladas no ano que passou? Como alimentar crianças longe da escola? — e de longo prazo. Afinal, nas salas de aula ainda não se deu uma verdadeira virada para os novos tempos.

À frente de tão essencial tarefa, capitaneando o funcionamento de uma rede de 1 543 escolas e 650 000 estudantes, está Renan Ferreirinha, que voou de São Gonçalo para a faculdade de Economia e Ciência Política em Harvard, nos Estados Unidos, depois de conquistar bolsa integral. Recebeu altas propostas por lá, mas voltou ao Brasil, em 2017, querendo contribuir para um salto no ensino. “Sou da periferia, filho de professora da rede pública e tive a minha vida transformada pela educação”, diz o deputado estadual eleito pelo PSB, agora secretário, que ajudou a fundar o movimento Mapa Educação, entidade da sociedade civil que luta por ensino de qualidade, e investigou bem-sucedidas experiências pelo país. “Temos escolas do século XIX com boa parte dos profissionais formada no século XX e alunos do século XXI. Esse descompasso gera déficit de aprendizagem, evasão e falta de atratividade para o estudante”, diagnostica Ferreirinha.

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A estrada política já percorrida por uma parcela dessa turma jovem certamente fará diferença, especialmente num momento em que os problemas ganham contornos superlativos em meio à crise pandêmica. Na lista dos secretários experientes com a máquina pública, o deputado federal Marcelo Calero desponta: diplomata, ele ocupou a pasta da Cultura no segundo mandato de Paes, o que o alçou ao cargo de ministro da Cultura no governo de Michel Temer. Em Brasília, protagonizou um episódio famoso, quando resistiu às investidas de seu colega, o então secretário de Governo Geddel Vieira Lima, interessado na liberação das obras em um edifício em Salvador embargadas pelo Iphan, o instituto que zela pelo patrimônio, ligado ao ministério.

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O tempo não deixou dúvidas: Geddel tornou-se réu por improbidade administrativa. “Trazemos atribuições da Casa Civil e uma parte nova, que é um olhar próprio sobre governança, transparência e gestão de dados”, explica o dono da pasta de Governo e Integridade Pública. “Vamos adotar instrumentos para garantir que o comportamento dos servidores se guie sempre pelo interesse público”, promete.

É interessante observar que algumas iniciativas que agora florescem em solo carioca tomam inspiração de outros cantos onde deram certo no Brasil. A secretaria de Calero, por exemplo, lançará uma espécie de teste de integridade e a figura do “reportante do bem”, que cria condições para um servidor denunciar irregularidades. “Não vamos criar um tribunal da Inquisição, mas minimizar riscos e cuidar da reputação da prefeitura e de seus servidores. No caso de Brasília, eu fui um reportante do bem”, define-se Calero, que teria como subsecretário outro jovem nome, Brenno Carnevale, 30 anos, delegado de Polícia Civil desde os 23.

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No processo de transição, porém, ele tornou-se o titular da Secretaria de Ordem Pública, trabalho que começou antes da posse, com os preparativos para a organização da virada do ano. Os próximos passos estão sendo mapeados. “O momento é único, de crise econômica agravada pela pandemia, mas isso não pode ser pretexto para que a cidade siga desordenada, malcuidada. Vejo com muita preocupação as construções irregulares, a desordem nos pontos turísticos, o comércio informal”, aponta o “xerife”, que já rodou por delegacias do estado inteiro e ocupou as chefias das divisões de homicídio da Baixada e da capital.

É sempre bem-vindo à gestão pública um olhar técnico capaz de discernir entre o supérfluo e o importante e atacar os problemas com base no conhecimento acumulado. Aplicar tudo isso enfrentando as engrenagens de um governo, evidentemente, muitas vezes se revela dureza. O desafio começa a ser encarado por Maína Celidonio, secretária de Transportes. A economista de 36 anos foi diretora de Desenvolvimento Econômico do Instituto Pereira Passos em gestão anterior do prefeito Paes. Interessou-se por aspectos urbanísticos da cidade e concluiu um doutorado, na PUC-Rio, sobre os impactos da expansão da infraestrutura de transporte precipitada pelos Jogos Olímpicos.

Em sua tese, Maína mostra como os investimentos recentes em mobilidade resultaram em redução de poluição, de internações por acidentes de trânsito, além do aumento do emprego no entorno das estações. O BRT foi eleito como seu primeiro alvo, com ações em vinte estações — de limpeza e ordenamento urbano a distribuição de máscaras. Também está prevista a reabertura de seis estações até 20 de janeiro. “O problema do transporte não é jabuticaba carioca, é uma questão da América Latina, e outras cidades conseguiram modernizar o seu sistema”, diz a secretária.

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O delegado Brenno Carnevale, 30 anos,a economista Maína Celidonio, 36, e o cineasta Marcus Faustini, 49, exibem currículos talhadospara as pastas da Ordem Pública, de Transportese de Cultura, respectivamente. Planos paracoibir construções irregulares, a desordem nos pontos turísticos e o comércio informal, e colocarem funcionamento novamente seis estaçõesdo BRT e “um grande verão da cultura em 2022”são algumas das promessa
O delegado Brenno Carnevale, 30 anos, a economista Maína Celidonio, 36, e o cineasta Marcus Faustini, 49, exibem currículos talhados para as pastas da Ordem Pública, de Transportes e de Cultura, respectivamente. Planos para coibir construções irregulares, a desordem nos pontos turísticos e o comércio informal, e colocar em funcionamento novamente seis estações do BRT e “um grande verão da cultura em 2022” são algumas das promessas (Léo Lemos/Veja Rio)

Perto da equipe ultrajovem, o escritor, diretor e cineasta Marcus Faustini soa como um senhor com seus 49 anos — nova, no caso dele, é a estreia em um cargo público, a Secretaria Municipal de Cultura. Sua origem — ele cresceu na comunidade do Cesarão, na Zona Oeste carioca — produz uma sensibilidade única para a exclusão e traz diversidade (a palavra da vez) à maquina. Idealizador da Agência de Redes para Juventude, que incentiva jovens de favelas e periferias a tocar projetos de intervenção em seus próprios territórios, ele pretende levar a ideia à administração municipal. “Podemos ser um grande laboratório da cultura como experimento de desenvolvimento”, diz Faustini.

Com conhecimento de causa por também ter se exposto às asperezas da cidade, Joyce Trindade, da pasta da Promoção da Mulher, enfatiza: “Sem diversidade no setor público, não há como desenhar políticas eficientes para todos”. De gestões passadas, Pedro Paulo Carvalho e Daniel Soranz foram escalados para duas áreas cruciais, ainda mais agora, na pandemia.

Os pesos-pesados: desde o início dos trabalhos de transição, Daniel Soranz (Saúde) e Pedro Paulo(Fazenda e Planejamento) não têm trégua. Colaboradores de gestões passadas, eles encaram duas pastas que acumulam problemas e desafios
Os pesos-pesados: desde o início dos trabalhos de transição, Daniel Soranz (Saúde) e Pedro Paulo (Fazenda e Planejamento) não têm trégua. Colaboradores de gestões passadas, eles encaram duas pastas que acumulam problemas e desafios (Léo Lemos/Veja Rio)

À frente da Secretaria de Fazenda, Pedro Paulo pegou o enrosco dos milhões em déficit e, na largada, saíram de sua área 44 dos 74 decretos publicados no Diário Oficial, todos medidas de ajuste fiscal. “São providências de rearrumação gerencial, de caixa, de controle de despesas”, explica. Na Saúde, Soranz terá de duelar com uma pandemia ainda em alta, deixar a cidade pronta para quando a vacina chegar e tomar parte do planejamento de medidas como a volta às aulas. Segundo uma pesquisa do Ibope, para 74% dos cariocas, é justamente a saúde a área mais preocupante de todas, seguida de educação (45%), segurança pública (37%) e corrupção (31%).

Não vai ser nada fácil, como se vê, mas uma turma jovem está disposta a tentar virar o jogo e revitalizar a cidade de tão generosos cartões-­postais. Aqui cabe outra citação musical, além da feita pelo prefeito no discurso de posse. Em E Vamos à Luta, de Gonzaguinha, ele diz assim: “Eu ponho fé é na fé da moçada / que não foge da fera e enfrenta o leão / Eu vou à luta com essa juventude / que não corre da raia a troco de nada/ Eu vou no bloco dessa mocidade / que não tá na saudade e constrói / a manhã desejada”. Que assim seja.

Diego Vaz: subprefeito da Zona Norte
Diego Vaz: subprefeito da Zona Norte (Léo Lemos/Veja Rio)

Parceiros de samba e política
Subprefeito da Zona Norte, Diego Vaz, 32 anos, segue os passos de seu mentor

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Eduardo Paes, 51 anos, deu os primeiros passos na carreira política como subprefeito de Jacarepaguá e da Barra, em 1993, na gestão de Cesar Maia. Por conhecer bem o perfil do cargo, avisou que os oito subprefeitos empossados no dia 1º de janeiro são de sua cota pessoal. “São pessoas com conexão direta comigo, que podem de fato representar o prefeito na ponta”, diz Paes. Nesse time, um nome particularmente próximo é o de Diego Vaz, 32 anos, subprefeito da Zona Norte. Engenheiro têxtil, empresário à frente da fábrica de panos de limpeza criada há 45 anos por seu bisavô, em Cavalcante, Vaz se aproximou do atual chefe a partir de 2018.

Fora das redes sociais, os dois acabaram unidos por gostos comuns. “Gostamos de samba, de botecos, da Zona Norte”, conta o subprefeito. Durante a campanha, ele atuou como ajudante de ordens por cerca de dois meses. “Conversamos muito sobre a Zona Norte, sobre o que a região precisa, e quando acabou a eleição veio o convite”, lembra. Desde que topou a missão, Vaz procura circular pelos 76 bairros sob sua jurisdição. “O subprefeito é o síndico, tenho de cuidar de serviços básicos de conservação, iluminação, limpeza, garantir o funcionamento das ações do governo dentro da área”, explica. “Vamos primeiro arrumar a casa, podar árvores, desentupir ralos, porque foram quatro anos de abandono”.

Para adiante, ele quer retomar projetos comunitários de limpeza urbana, manutenção elétrica e cultivo de hortas, “que já existiram e a turma está pedindo”. Vaz mal esconde a admiração pelo chefe, mas deixa claro que, no Carnaval, não torce pela Portela, a favorita de Paes. “Sou Em Cima da Hora, a escola do meu bairro, Cavalcante, que está no Grupo de Acesso”, avisa.

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