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‘É preciso enrijecer as regras de afastamento físico’, diz infectologista

Segundo pesquisa do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS), o estado do Rio tem a maior taxa de letalidade por Covid-19 do país

Por Carolina Barbosa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 8 Maio 2020, 14h33 - Publicado em 8 Maio 2020, 14h32
Rio: a capital fluminense, com 111.282 casos e 11.426 óbitos no último dia 13, registrou 10,2% de letalidade (Enrique Lopez Garre/Pixabay/Reprodução)
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O Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS), grupo que envolve pesquisadores de diversas instituições nacionais e internacionais, aponta que o estado do Rio apresenta a maior taxa de letalidade pelo novo coronavírus do Brasil, seguido de São Paulo e do sudeste, como um todo.

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Nas últimas 24 horas, o estado fluminense registrou 189 novas mortes confirmadas pelo novo coronavírus (Covid-19). De acordo com a última atualização da secretaria de Saúde, são 1 394 óbitos pela doença e outros 570 em investigação. “Ao chegar no Rio, a doença se encontra um sistema de saúde bastante fragilizado e que se agrava diante de  um problema que exige um percentual de atendimento muito maior do que a rotina médica estava acostumada a enfrentar, sobretudo com a exigência maior de leitos de terapia intensiva, um problema crônico não só local, mas mundial”, explica Rivaldo Venâncio, Coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“A essa rede de saúde já problemática soma-se uma assistência primária também desestruturada. Além disso, vivemos a subnotificação dos casos por conta de um diagnóstico que não esteja sendo feito na devida intensidade, o que acaba sendo uma limitação. Há uma realidade de grande número de casos represados, que não foram identificados pela rede de atenção. Ao canalizar os testes para os casos mais graves, é de se esperar que a letalidade nesse grupo seja maior”, complementa o infectologista.

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Segundo Rivaldo Venâncio, o dado é preocupante. “Em boa medida, ele reflete a realidade do que vem acontecendo, mas precisamos observar a evolução nas próximas semanas. Temos um número de casos em processo de diagnóstico laboratorial que não sabemos quantos são, o que pode influenciar muito nos números. Se isso persistir, no entanto, tem que enrijecer as regras de afastamento físico, reduzir as atividades ao máximo para que possamos minimizar a sobrecarga sobre o sistema de saúde”, sugere.

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Segundo o estudo, o Brasil está em primeiro lugar na taxa de letalidade e segundo em crescimento na América do Sul, quando comparado a nove países do continente: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Entre 14 de abril e 4 de maio, a taxa de crescimento de casos confirmados de Covid-19 diariamente no Brasil oscilou em torno de 7%, o que indica que o Brasil e suas regiões ainda não atingiram o pico de novos casos. “Estamos muito distantes ainda do ápice, o que deve ocorrer entre maio e julho, ainda mais considerando o histórico de incidência e circulação de vírus respiratórios no país, que costuma ser nesse período”, complementa Venâncio.

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