Poluição na Baía de Guanabara aumentou 75% desde a Rio2016
"Não é acidente, somos vítimas de terrorismo ambiental de estado", diz o biólogo Mario Moscatelli
Medições do Instituto Estadual do Ambiente dão os números da tragédia: segundo registros do fim de 2019, mas anunciados recentemente, a água de qualidade ruim ou péssima na Baía de Guanabara aumentou 75% desde a Rio 2016.
+ Para receber VEJA Rio em casa, clique aqui
Neste 2020 pandêmico, convenhamos, não há sinal de que a despoluição, promessa de legado olímpico, tenha avançado. “Os dados não me espantam, só reforçam o meu desalento”, afirma o biólogo Mario Moscatelli, que desde 1997 sobrevoa a região metropolitana do Rio nas ações de monitoramento ambiental do projeto Olho Verde.
+ Fazenda urbana na Barra da Tijuca vê vendas aumentarem na pandemia
“Entre 1994 e 2012, foi investido, por baixo, 1,8 bilhão de dólares. Dinheiro não faltou, mas a gestão criminosa desses recursos resultou em obras como a da Estação de Tratamento de Alegria, com apenas 50% de seus equipamentos funcionando”, diz. “Não é acidente, somos vítimas de terrorismo ambiental de estado. E parte da sociedade incorporou a degradação como parte da paisagem.”
+ Artistas pintam mais de um quilômetro de muros na Zona Portuária
+ Casos de violência doméstica sobem 50% durante a pandemia no Rio