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Rede de pesca ilegal é apreendida em operação de fiscalização nas Cagarras

Em ação no último sábado (6), foram apreendidos 73 quilos de peixes de diferentes espécies. Atividade é proibida na unidade de conservação integral

Por Luiza Maia
Atualizado em 8 nov 2021, 17h12 - Publicado em 8 nov 2021, 17h11

No último sábado (6), guardas do Grupamento Marítimo Municipal (GMM) e fiscais da Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apreenderam uma rede de pesca irregular e 73 quilos de peixes no entorno das Ilhas Cagarras. O arquipélago, localizado a cerca de cinco quilômetros de distância da Praia de Ipanema, integra uma unidade de conservação de proteção integral sendo ali proibida a pesca e a extração de recursos de forma direta.

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Os agentes avistaram a rede em um dos costões das ilhas durante uma operação conjunta de fiscalização. Não haviam embarcações próximas no local, portanto, o proprietário não foi identificado. O material ilegal foi retirado e os peixes foram doados para uma instituição de assistência social.

Foto mostra redes de pesca emaranhadas
Redes de pesca: itens são encontrados com frequência no local, apesar da proibição (GM-Rio/Divulgação)

De acordo com o plano de manejo do Monumento Natural das Ilhas Cagarras (MONA Cagarras), que define as regras da unidade criada em 2010, as redes de pesca não podem ser lançadas a menos de 200 metros de distância das ilhas. No entanto, o desrespeito à norma não é um episódio único.

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Realizamos outras ações na região e nas últimas quatro patrulhas que fizemos no local, em três flagramos irregularidades semelhantes a essa, com apreensão do material. A unidade possui regramento próprio bem específico sob o ponto de vista da legislação ambiental, então as pessoas que executam esse tipo de manobra já o fazem com o conhecimento de que estão cometendo irregularidade”, afirma o subdiretor de Ordenamento da Cidade da GM-Rio, Luciano dos Santos.

Conhecido como o lar de diversas espécies marinhas, algumas ameaçadas de extinção, o MONA Cagarras figura na lista de Hope Spots do mundo – uma seleção de 130 locais de preservação ambiental do mundo todo, como as Ilhas Galápagos, no Equador, a Grande Barreira de Coral, na Austrália, e o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no sul da Bahia.

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Em seus costões rochosos, as ilhas abrigam diversos animais de interesse comercial e alguns ameaçados de extinção, que ali se reproduzem e se desenvolvem.

“A pesca na região é muito prejudicial porque captura as espécies que estão protegidas, como garoupas, chernes, bonitos e outros peixes. Além de ameaçar outras que usam a área do entorno das ilhas, como os golfinhos e as tartarugas-verdes”, explica a bióloga marinha Aline Aguiar, responsável técnica do Ilhas do Rio, projeto do Instituto Mar Adentro que atua na região há dez anos.

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As linhas, redes e anzóis abandonados na região também contribuem com a pesca fantasma, se tornando armadilhas que podem mutilar e matar as espécies marinhas. Segundo o relatório de 2019 da ONG Proteção Animal Mundial, esses petrechos colocam em risco mais de 69 000 animais por dia na costa do Brasil. Devido às ameaças, equipes de fiscalização do ICMBio e da guarda municipal têm realizado o monitoramento constante na região e abordagens para conscientização.

“Infelizmente ainda vemos muitos desses resíduos nas rochas das ilhas. Mas o esforço constante de informar as embarcações sobre as normas e o recolhimento desse material e as ações de limpeza subaquática são ações que vêm ocorrendo, nos trazendo esperança de uma efetiva proteção das ilhas e da vida associada”, afirma Aline Aguiar.

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