Hamilton de Holanda sobre pandemia: “Transformei a tristeza em música”
Bandolinista adianta que, assim que a vacina contra a Covid-19 sair, fará um Baile Sem Máscaras no Circo Voador
O músico Hamilton de Holanda foi o primeiro convidado da nova série de lives da Veja Rio, #VejaRioAoVivo. No bate-papo, conduzido pela repórter Marcela Capobianco nesta terça (13), o bandolinista falou sobre o “novo normal” das apresentações musicais, as transformações vividas na pandemia e o que espera sobre o futuro.
Hamilton está em turnê pela Europa e será uma das atrações do Rio Montreux Jazz Festival, que acontece entre os dias 23 e 25 de outubro, numa edição on-line. Ele conversou com VEJA Rio diretamente de Luxemburgo.
“O palco é um lugar sagrado e necessário para mim. Eu já não via a hora de voltar”, celebrou o músico.
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Confira abaixo alguns trechos da conversa:
Shows on-line
“Confesso que durante esses sete meses me senti num vazio terrível. O palco é sagrado. As lives vêm sendo uma maneira muito boa de encontrar as pessoas, ainda que virtualmente. É diferente não receber aplausos, mas é legal perceber que o afeto vem pela tela, com os coraçõezinhos que pipocam durante a live. Vamos nos adaptando e dando nosso jeito”
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Novo normal
“O mundo inteiro está igual. Nos shows, todo mundo fica de máscara, com álcool em gel nas mãos. Nos hotéis, os copos e objetos são desinfetadas e empacotados. É tudo muito diferente”
Reavaliação de rota
“Aproveitei a quarentena para entrar de cabeça no curso on-line que eu dou, sobre improvisação musical. Também fiz algumas lives, mas muitas vezes me sentia triste. Não fiz as três turnês que realizaria nos Estados Unidos e os shows marcados para a Europa, que seriam em abril, estou recuperando agora. Um outro ponto positivo foi poder passar mais tempo com os meus filhos. Eu viajava muito, então foi gostoso ficar junto com a família por mais tempo”
Arte salva
“Ao compor, transformei toda a tristeza em música. Desde o primeiro dia do ano faço uma música por dia. Na pandemia, tive alguns problemas com a inspiração. Acho que o que me inspira é a convivência, a troca com outros seres humanos. Dessa vez, a inspiração veio da família, da tristeza, das lembranças… Minha maneira de sublimar a tristeza é criando música”
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Futuro
“A live é um caminho sem volta. Essa possibilidade de tocar com um amigo que está em outro continente é incrível. O famoso delay já está sendo revertido, uso inclusive um aplicativo muito bom: jam kazam, que faz com que os músicos toquem sem delay. Fico imaginando que daqui para frente as pessoas vão começar a fazer evento on-line e presencial ao mesmo tempo. Também não vejo a hora de voltar com o Baile do Almeidinha, no Circo Voador. Já combinei com a direção do espaço que faremos o primeiro Baile Sem Máscaras”.
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