Apostando em aulas on-line, Escola de Cinema Darcy Ribeiro leiloa móveis
Pérolas como um conjunto de cadeiras de auditório projetadas por Sérgio Rodrigues poderão ser arrematadas
Oferecendo aulas on-line desde o início da pandemia, a Escola de Cinema Darcy Ribeiro vai leiloar diversos móveis que ficavam no icônico prédio da Rua da Alfândega, no Centro.
Vale lembrar que a instituição foi despejada em agosto de 2020, após um longo processo judicial com os Correios, proprietários do imóvel.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
A diretora da escola, Irene Ferraz, afirma que os itens que vão a leilão são pessoais, comprados por ela, e que ficavam no edifício para serem usados em sets de filmagem.
A única exceção é o conjunto de 66 cadeiras de auditório projetadas por Sérgio Rodrigues (1927-2014), em madeira e couro. O lance inicial é de R$ 120 000,00.
+ Ícones da cultura iorubá ganham exposição no MAR
O leilão está marcado para o dia 13 de setembro.
Há, por exemplo uma poltrona berger vermelha cujo lance inicial é de R$ 400,00, uma penteadeira em madeira nobre, que poderá ser arrematada por, no mínimo, R$ 600,00, bancos de madeira e uma serigrafia de Rubens Gerchmann, com lance inicial de R$ 500,00.
Os móveis estão guardados provisoriamente na fábrica da Bhering, no Santo Cristo.
+ A melhor forma de redescobrir o Rio? A pé, é claro
Segundo Irene, o valor arrecadado no leilão vai ajudar a cobrir gastos da ECDR com pagamento de funcionários e outras despesas recorrentes.
“Não adianta brigar com os fatos, a crise nos ajudou a rever muita coisa que acontecia na escola. Agora, on-line, podemos ter alunos falantes de língua portuguesa espalhados pelo mundo”, diz Irene, confiante em dias melhores.
“Neste ano, fizemos uma parceria com a secretaria de cultura do Mato Grosso, por exemplo, e oferecemos onze cursos remotos a alunos do Centro-Oeste. Isso nos ajudou muito”, conta.
+ O que Ana Beatriz Nogueira aprendeu com o teatro pela internet?
A instituição ainda não tem uma nova sede física e tampouco tem data para retomar as aulas presenciais.
O imóvel da Rua Arnaldo Quintela, em Botafogo oferecido pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, no final de 2020, foi descartado por não ter condições de abrigar uma escola, de acordo com Irene Ferraz. “O espaço não tem nem janela, não tem como receber alunos desse jeito”, explica a diretora.