Empresa que despejou espuma no Guandu é multada em mais de R$ 10 milhões

Segundo o Inea, Burn teria descartado no Guandu uma quantidade de surfactante duas vezes maior do que a permitida por lei na galeria de águas pluviais

Por Da Redação
31 ago 2023, 14h29

Espuma no Rio Guandu — Guandu: diversas regiões da cidade tiveram problemas de abastecimento (Internet/Reprodução)

Apontada como sendo a responsável pelo descarte da espuma que levou a Cedae a interromper o abastecimento de água para o Grande Rio por mais de 13 horas, a empresa Burn será multada em R$ 10.734.862,98. O valor foi arbitrado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Técnicos do instituto identificaram uma quantidade de surfactantes (detergentes) duas vezes maior do que a permitida por lei na galeria de águas pluviais da fabrica, que fica em Queimados, na Baixada Fluminense. A Burn é investigada por despejar a substância no Rio Guandu, de onde sai a água que abastece a maior parte da Região Metropolitana, e provocar o fechamento da estação de tratamento, mas nega ter sido responsável pelo despejo.

+ Homem que matou cisne no Parque Guinle vai responder por maus-tratos

O Governo do estado embargou a empresa nesta terça (29). Segundo o vice-governador Thiago Pampolha, que também é secretário estadual de Meio Ambiente, a empresa – a empresa tem vínculos com a marca Limppano – nem sequer tinha autorização para lançar resíduos no Rio Queimados, afluente do Guandu. Em nota enviada pela Limpanno, a Burn afirmou que “não há nenhuma relação entre a sua fábrica de Queimados, na Baixada Fluminense, e a presença de material químico na bacia do Rio Guandu”. Ainda segundo o comunicado, a empresa tem todas as licenças necessárias e dá destinação ambientalmente correta a seus resíduos, estando sob monitoramento e controle permanentes dos órgãos ambientais competentes.

+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui

Continua após a publicidade

Na madrugada de segunda (28), a Cedae identificou vários focos de espuma branca no manancial e, para garantir a segurança hídrica da população, decidiu fechar preventivamente a captação das piscinas de filtragem, desviando a água suja para as comportas da descarga. O fornecimento de água ficou interrompido das 5h às 19h30 de segunda (28), quando análises laboratoriais indicaram a ausência de risco na qualidade do líquido. O sistema só voltou a funcionar em plena capacidade às 4h17 desta terça (29). Além da capital, foram atingidos pelo desabastecimento os municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo e Queimados.