UFRRJ cria sistema inteligente que ajuda a diagnosticar a Covid-19
Ferramenta usa inteligência artificial e está em fase experimental
Pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) desenvolveram um sistema chamado XrayCovid-19, que utiliza inteligência artificial para auxiliar a área de saúde no diagnóstico da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.
+Coronavírus: após pressão dos pais, colégios do Rio reduzem mensalidades
A ferramenta está em fase experimental no OpenLab do Programa de Pós-Graduação em Humanidades Digitais. Com a avaliação de uma radiografia do tórax, o sistema verifica se a imagem tem o padrão associado à pneumonia covid-19, à pneumonia comum ou a nenhuma das duas.
Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
Os professores Leandro Alvim e Filipe Braida, do Departamento de Ciência da Computação do Instituto Multidisciplinar, Campus Nova Iguaçu, da UFRRJ, começaram a montar o sistema de identificação da covid-19 a partir de uma base pública de imagens de radiografia de pacientes da Itália, um dos países mais atingidos pela doença.
+Quarentena: sem humanos por perto, animais silvestres saem da toca no Rio
“Fizemos um modelo de inteligência artificial que dá o diagnóstico a partir dos padrões de imagens de radiografia. Ao mesmo tempo, elaboramos um sistema integrado de fácil uso que funciona no computador ou no celular. A ferramenta consegue dar o diagnóstico com velocidade e pode ajudar o profissional de saúde na triagem”, afirmou Alvim.
+Feiras livres voltam a funcionar a partir desta quarta (29)
Para a elaboração da ferramenta, os pesquisadores já receberam mais de 300 radiografias de pacientes brasileiros. O próximo passo será incorporar na pesquisa as imagens de tomografias e os sintomas relatados por pacientes.
Segundo Alvim, a ferramenta tem algumas funcionalidades: auxílio ao médico na tomada de decisão e na triagem de pacientes nas unidades de saúde, coleta de estatísticas de doenças respiratórias e pulmonares, montagem de um banco de dados integrado para a pesquisa, mantendo a privacidade dos pacientes, além de ser útil na telemedicina.
Alvim destaca que a dificuldade de realização de testagem em massa do coronavírus leva a uma subnotificação dos casos. O aplicativo desenvolvido na UFRRJ, que também conta com a colaboração do médico Erito Marques, do Departamento de Tecnologia e Linguagens, e do professor Rodrigo Tavares, do Departamento de Direito, pode ser mais um recurso na detecção dos casos.
A proposta é disponibilizar a ferramenta para contribuir com o sistema público de saúde no enfrentamento da pandemia. Os professores estão iniciando contatos com pesquisadores da área de saúde de diversas universidades e centros de pesquisa para estabelecer parcerias para o aperfeiçoamento do sistema, a definição dos melhores protocolos para a sua utilização e o desenvolvimento de novos recursos baseados na mesma tecnologia.