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André Heller-Lopes: “É preciso ter mais acesso a balés e óperas”

O diretor-artístico do Theatro Municipal participou da série Colunistas Ao Vivo e falou sobre os desafios da programação e da reabertura do equipamento

Por Bruna Motta
Atualizado em 17 ago 2020, 20h27 - Publicado em 29 jul 2020, 20h59
plateia vazia do theatro municipal do rio. ao fundo, vê-se o palco com os assentos da orquestra
 (Fred Pontes/Divulgação)
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Diretor artístico do Theatro Municipal, André Heller–Lopes foi o oitavo convidado da série Colunistas ao Vivo. Em bate-papo realizado nesta quarta (29), no perfil do Instagram de VEJA Rio, ele falou sobre como o equipamento cultural vem lidando com os efeitos causados pela pandemia do novo coronavírus e como, junto à sua equipe, planeja a reabertura do espaço, ainda sem data definida. No fim da conversa, ele indicou um livro que garante ser o seu favorito (de toda a vida). Abaixo, alguns trechos da conversa:

Dito erudito

“Tentam colocar balé, ópera, como se fosse algo elitista, e isso afasta as pessoas. Ninguém precisa se apaixonar por isso, mas todo mundo precisa ter acesso a esse repertório para poder escolher. A gente cresce com doses massivas de um tipo de arte e sendo afastado de outras. Eu duvido dessa erudição. Temos que falar que em acesso, estímulo. As pessoas escolhem o que querem”.

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Reabertura

“Depende de um decreto do governador que, com a sua equipe, vai achar o momento ideal para reabrir. Há dois meses, estudamos um protocolo, baseado em outros feitos pelo mundo, em lugares como Madri, Paris, a partir da área em que atuamos e suas especificidades. É importante pensar que o Theatro Municipal do Rio de Janeiro tem a presença do corpo artístico. Não somos um Theatro de aluguel. Somos a casa do balé municipal, da orquestra sinfônica, além de todo um grupo que precisa trabalhar em segurança. Esse protocolo analisa por área, trabalha tudo, até a entrada do público. Fizemos um contato com a Fiocruz, que nos ajudou muito”.

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Dedicação à arte

“Ser artista é um trabalho muito sério. Eu vejo os bailarinos e vejo o estado do corpo deles, como se dedicam. São atletas. Eles entregam o seu melhor: o corpo. O cantor também. Esse trabalho de doação ao próximo é incrível. Vamos precisar saber doar os nossos sonhos. Talvez eu não possa fazer o que queria. O nosso planejamento foi por água abaixo, o que tínhamos planejado para este ano ficou para o ano que vem. Mas estão surgindo ideias legais. Estamos procurando formas para um segundo momento deste streaming”.

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Público para conserto

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“Como ela vai gostar disso se ela nunca soube que existia? É o famoso dito erudito. Todo mundo diz que você tem que ver a rainha do pop, isso não é natural, é um grande trabalho de marketing e propaganda. Balé lota, ópera lota. Agora, é preciso de um tempo para isso ser vendido. Precisamos estimular o público e ele existe, sim. Ficou supérflua essa postura elitista”.

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Livro:

De Verdade – Sándor Márai

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