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Por Fabiane Pereira, jornalista
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Álbum de quarentena: Ilessi e sua “Dama de Espadas”

Cantora carioca homenageia Gil em trabalho que chegará as plataformas digitais amanhã

Por Fabiane Pereira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 8 out 2020, 15h14 - Publicado em 8 out 2020, 13h01

Tenho publicado neste espaço, nas últimas semanas, artistas que, inspirados por esta eterna quarentena, produziram e lançaram álbuns sobre as dores, as delícias (!!!) e as transformações causadas por um prolongado isolamento social. Já falei dos trabalhos recém lançados das cantoras Ana Frango Elétrico, Marina Melo, Luiza Brina e Tiê.

Desta vez, quem ocupa a coluna é a cantora carioca Ilessi que está lançando seu quarto álbum, primeiro em que se mostra como compositora e seu segundo lançamento de 2020. O primeiro foi “Com os pés no futuro – Ilessi e Diogo Sili interpretam Manduka” lançado em janeiro.

“Dama de Espadas” (Rocinante) chegará a todos os aplicativos de música amanhã com 11 faixas. Nele, Ilessi vai do blues (na faixa que dá nome ao álbum, composição dela com Iara Ferreira), ao clássico (“Ilê de luz”, de Suka, gravada por Caetano Veloso num disco do bloco de afoxé Ilê Aiyê), passando por bolero, xote e maculelê. O álbum traz também uma oração dedicada ao mestre Gilberto Gil, “Oração pro Gil”, que já está disponível nas plataformas digitais desde a semana passada. “Fiz essa música como uma oração mesmo, quando Gilberto Gil apresentou aquele quadro renal sério que se desdobrou em diversas internações. Aquilo me bateu fundo. Senti como se fosse perder alguém próximo, da família”, relembra Ilessi. A faixa nasceu nesse contexto, em 2016, inspirada em três álbuns que Gil lançou nos anos 70:  “Expresso 2222” (1972), “Refazenda” (1975) e “Gil ao Vivo em Montreux” (1978).

Três perguntas para Ilessi

 

1)Como você está mantendo a sanidade mental no meio dessa loucura chamada “2020”? Normal, ninguém está neste momento (risos), mas eu tive a sorte de conseguir me manter bem financeiramente, através do meu trabalho como professora de canto. Sigo dando aulas no formato online. Além disso, consegui retomar as composições. Tenho feito muitas lives e vídeos também, e através da criação artística e da troca de ideias e música, acho que, pelo menos ameniza, toda essa opressão e incerteza que estamos vivendo.

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2) Quais as referências sonoras do seu novo trabalho? Não tenho como responder isso tão precisa e rapidamente porque são muitas, vindas de diferentes origens: o tema da música, como em “Oração pro Gil”, feita pro Gilberto Gil e inspirada na obra dele e na sua maneira de cantar; os elementos poéticos presentes nas letras das músicas; os caminhos melódicos e harmônicos das próprias músicas; outras músicas que me inspirei pra compor as minhas, como “Porto do Sol” (Edu Lobo e Ronaldo Bastos), que me inspirou pra fazer “Lírico” com Thiago Amud; tantas coisas que ditaram as direções dadas para os arranjos construídos pela banda e por mim. Enfim…Mas tem um detalhe que me lembro bem: quando já havia começado a fazer os shows que desembocaram neste disco, eu estava ouvindo muito um disco da Amelinha chamado “Porta Secreta”. Fiquei enlouquecida com aquela estética de rock progressivo, misturada com galope, música latina, tudo soando de uma forma muito brasileira. Aquela guitarra do Robertinho do Recife misturada à viola caipira me despertaram a ideia de chamar o Elísio Freitas pra compor a banda, que a princípio éramos só eu, Vovô Bebê, Guilherme Lírio e Uirá Bueno, trazendo mais uma guitarra pra formação.

3)Quatro álbuns lançados. O que você identifica de semelhante em todos os seus discos e o que você acredita ser completamente diferente em cada um deles? Acho que são discos muito diferentes uns dos outros. Isso é uma marca minha. Meu maior desejo, especialmente como cantora, é atravessar a vida realizando, desbravando novos caminhos musicais. Talvez a semelhança de um disco pro outro seja o envolvimento total, a entrega apaixonada que tenho no processo de feitura de cada um. E também o fato de eu ter uma preferência por cantar músicas de compositores não tão conhecidos do grande público. E acho que a principal diferença é que cada um dos discos tem propostas estéticas completamente diferentes. O “Dama de Espadas” por exemplo é um disco de música brasileira, com instrumentação de rock – e o primeiro com músicas minhas. Ele também é o primeiro em que gravei com banda ao vivo em estúdio, e com criação coletiva minha e da banda para os arranjos.

 

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