Quarentena: surfista usa barco em alto-mar para fugir da PM; Veja vídeo
Cena foi filmada neste domingo (26), na Praia do Leme; cerca de 20 pessoas já tinham sido advertidas pela Polícia Militar no mesmo dia
Cerca de 20 surfistas foram retirados do Leme pela PM neste domingo (26) por desrespeitarem as restrições impostas para frear a pandemia do coronavirus. É uma cena que vem se repetindo nas praias da cidade, principalmente de cinco dias para cá, quando as ondas estiveram perfeitas na cidade. “Assim como as pessoas no calçadão, eles estão insistindo em desrespeitar um decreto”, diz o porta-voz da PM, Mauro Fliess. Um dos surfistas, no entanto, protagonizou uma cena hollywoodiana também no domingo, e deixou perplexa a dupla de policiais que o esperava à beira da água. Depois de pegar uma onda, ele remou até o alto-mar e entrou num barco, que saiu rapidamente dali, veja abaixo, no vídeo postado no Twitter Bairro do Leme. “Temos embarcações, poderíamos operar no mar. Mas não é o caso. Vamos continuar fazendo um trabalho de convencimento”, diz Fliess. Segundo o coronel, a lista de mortos pelo coronavírus no Rio inclui sete PMs que estavam trabalhando durante a pandemia.
Surfista quebrando a quarentena e a Pm esperando.
Será que pegou ?? @Informacoes_RJ @recordtvrio @sbtrio @informe_rj #COVID19 pic.twitter.com/nvQ68LksRT— Bairro do leme (@BairroLeme) April 27, 2020
Presidente da Associação Brasileira de Surfe Profissional (Abrasp), Brigitte Mayer afirma que a posição da entidade é a de obedecer as diretrizes do governo. “Estou completamente isolada em casa e nem vejo o mar para não ficar com vontade de pegar onda”, diz a ex-campeã brasileira do esporte. “Dentro d’água acaba que você encontra amigos, conversa com algumas pessoas, e está desprotegido, sem usar a máscara”.
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A liberação da prática do surfe e da natação no mar, no entanto, é defendida pelo novo ministro da Justiça, André Mendonça. Em entrevista coletiva no último dia 23, quando ainda era advogado-geral da União, Mendonça disse que ninguém deve ser impedido de nadar ou surfar nas praias porque as atividades físicas são importantes para “ajudar no contexto geral da saúde”. O ministro citou o exemplo de Sidney, na Austrália, onde segundo ele, “as próprias autoridades têm incentivado o surfe, desde que não haja aglomeração”.
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O epidemiologista Roberto Medronho, integrante do grupo de experts que colabora com o governo do estado no trabalho de combate à pandemia, concorda com o ministro. “Pessoas distanciadas no mar, ao ar livre, não oferecem risco. O que não pode é calçadão lotado, isso é inadmissível. Um crime contra as próprias famílias“. para Medronho, uma boa solução para a questão seria descrever mais detalhadamente no decreto as atividades que podem ser praticadas ao ar livre. “Mas sempre sem aglomeração”, enfatiza.
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