Pinturas inéditas de Nelson Sargento ganham destaque em exposição
Mostra gratuita, cuja abertura está prevista para a próxima segunda (26), também reúne produções de outros vinte artistas, em diálogo com a obra do sambista
O sambista Nelson Sargento morreu em maio, em decorrência de complicações causadas pela Covid-19, aos 96 anos. Apesar da idade avançada, o baluarte da Mangueira estava cheio de planos. Um deles era montar uma exposição das pinturas naïf que produzia.
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Nelson Sargento não pôde concretizar o projeto em vida, mas sua arte permanece e, a partir da próxima segunda (26), cariocas vão poder conferir obras do artista no Instituto Municipal Nise da Silveira, no Engenho de Dentro, Zona Norte da cidade.
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A ocupação Arte, Agoniza Mas Não Morre: Nelson Sargento, 9.7 reúne quinze telas do sambista, seis deles inéditos, sob curadoria do violonista Agenor de Oliveira, amigo e parceiro do baluarte.
Espraiando-se por dois andares da instituição, onde antigos quartos de internação psiquiátrica foram transformados em pequenas galerias de arte, a mostra também conta com trabalhos de outros vinte artistas plásticos, convidados por Marcelo Valle, coordenador do espaço.
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O curador escolheu obras que dialogam com a arte de Nelson Sargento, por questões de ancestralidade, negritude, samba e vivência nos subúrbios e nas favelas.
A produção artística de Nelso Sargento, que completaria 97 anos em 25 de julho, descende de experiências pessoais. Suas pinturas transitam entre a arte abstrata e a naïf, transformando-se num retrato colorido e alegre de cenas das favelas cariocas e do samba.
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A produção começou quando ainda ele se sustentava pintando paredes. Além de artista plástico, cantor e compositor, Sargento era poeta, escritor, ator, radialista e pesquisador.
As visitas à mostra devem ser previamente agendadas, devido aos protocolos sanitários.
Abertura: 26/7. Rua Ramiro Magalhães, 521, Engenho de Dentro. Seg. a sex., 10h/17h. Grátis. Agendamento por e-mail (contatonccs@gmail.com), ou celular (98909-1123).