Rio 456 anos: exposição on-line reúne fotos de Augusto Malta
Imagens apresentam o momento de virada da cidade na direção da praia como área de lazer, afirmação cultural e práticas sociais na orla carioca
Alagoano, nascido em 1864, Augusto Malta aportou no Rio em 1888, à vésperas da proclamação da República. Ele se estabeleceu na cidade como comerciante. Em 1900, um de seus clientes propôs a troca da bicicleta por uma máquina fotográfica.
Assim, Malta conheceu e se apaixonou pela fotografia. Três anos mais tarde, ele foi contratado pelo então prefeito Pereira Passos para documentar o processo de modernização do Rio.
Ao longo de 50 anos, na Prefeitura (1903-1936) e por conta própria, Malta construiu uma obra ímpar de documentação urbana, tornando-se um dos maiores fotógrafos brasileiros.
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Seu acervo, que chega a 60 000 chapas, é um dos mais importantes para entender o Rio de Janeiro no início do século XX.
Na próxima segunda (1º), quarenta fotos do alagoano estarão reunidas na exposição on-line O Mar de Malta – O Rio de Janeiro Marca Sua Identidade Nas Fotografias de Augusto Malta.
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Com curadoria do fotógrafo e antropólogo Milton Guran e da pesquisadora Ana Bartolo, a mostra virtual retrata o momento de virada da cidade na direção do mar como área de lazer, afirmação cultural e práticas sociais na orla.
“Tivemos a sorte de contar com o olhar atento e a lente precisa de Augusto Malta, que por mais de quarenta anos se fez o mais dedicado cronista visual da cidade. Suas fotografias nos mostram quem éramos e como chegamos ao que somos. Tão importante foi o seu trabalho que Augusto Malta figura entre os heróis da cidade. Feliz da cidade que tem um fotógrafo dentre seus heróis”, enaltece Guran.
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Sintonizado com a vida cultural da cidade e com as boas oportunidades de negócio, Malta foi pioneiro na produção de cartões postais (foi sócio fundador da Sociedade Cartófila Emmanuel Hermann, em 1905) e um dos responsáveis pelo aparecimento das reportagens ilustradas no Brasil. Ele foi colaborador regular das revistas Kosmos, Illustração Brasileira, Revista da Semana e Fon-Fon. Manteve-se sócio da Associação Brasileira de Imprensa – onde fez a sua primeira exposição, em 1930 – até o fim da sua vida, em 1957, aos 93 anos de idade.
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As imagens selecionadas fazem parte do Museu Histórico da Cidade, Arquivo Geral da Cidade, Museu da Imagem e do Som, Biblioteca Nacional, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e, também, dentre os privados, como o Instituto Moreira Salles e o Arquivo George Ermakoff.
Para conferir a exposição, basta acessar o site oficial.