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Diferentes gerações se encontram nas novas mostras do Parque Lage

Professores da escola de arte visuais, Katie van Scherpenberg, de 82 anos, e Bernardo Magina, de 32, inauguram individuais no espaço nesta sexta (22)

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 9 ago 2022, 23h26 - Publicado em 21 jul 2022, 19h23
Katie van Scherpenberg de calça e blusa pretas e casaco bege. Bernardo Magina de bermuda rosa e casaco cinza.
Katie van Scherpenberg e Bernardo Magina: duas gerações distantes de professores do Parque Lage - (Renan Lima/Divulgação)
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Duas gerações distantes de professores da Escola de Artes Visuais Parque Lage se encontram no lugar a partir desta sexta (22), quando a duas novas exposições chegam ao espaço. Katie van Scherpenberg, de 82 anos, inaugura a mostra Yakecan nas cavalariças, enquanto Bernardo Magina, de 32, abre Jardim do Céu na capelinha.

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As mostras abrem o programa concebido pela nova comissão curatorial, formada por André Sheik, Adriana Nakamuta e Xico Chaves, que pretende apresentar uma série de diálogos conceituais entre artistas que integram a escola.

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Paulistana, 82 anos, descendente de alemães refugiados de guerra, Katie chegou à EAV em 1975, ano em que foi fundada. Foi professora da instituição por cerca de três décadas, tendo coordenado o núcleo de pintura. Orientou a formação de gerações importantes da arte brasileira. Beatriz Milhazes, por exemplo, foi sua aluna.

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Já Bernardo se considera “cria” da escola, onde começou a estudar em 2011. Frequentou as aulas de Marcelo Campos, José Maria Dias da Cruz, João Goldberg e Suzana Queiroga, entre outros. Dois anos mais tarde, já lecionava junto ao seu mentor, Orlando Mollica, de quem foi assistente de ateliê. “Jardim do Céu é muito especial para mim, pois comecei como aluno da escola de artes visuais e hoje leciono na casa ao lado de nomes que sempre admirei”, diz o artista.

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Na foto, uma camada de sal grosso lado a lado com uma camada de carvão.
Yakecan: instalação de Katie van Scherpenberg – (Renan Lima/Divulgação)

Yakecan, que em tupi-guarani significa “o som do céu”, é uma instalação feita com um grande leito de carvão e, por cima dele, uma camada espessa de sal grosso, sob iluminação difusa. O trabalho remete à intervenção Síntese, feita por ela no Rio Negro, no Amazonas, em 2004. A artista criou cinco quadrados com sal branco sobre a areia preta às margens do rio, para ressaltar a relação entre as duas cores.

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Além da instalação, a exposição apresenta uma foto que marca a volta de Katie à casa de seu pai, na Ilha de Santana (AM), vinte anos após a morte dele, na qual sem se dar conta registrou um morcego. A imagem ganhou um blowup (ampliação), foi plotada (impressa em linhas contínuas) e está exposta em uma das paredes das cavalariças.

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Pintura abstrato colorida.
Jardim do Céu: trabalhos de Bernardo Magina estão expostos na capelinha – (Ingrid Pimenta/Divulgação)

Jardim do Céu, de Bernardo Magina, ocupa as paredes da capelinha no que o artista chama de afresco contemporâneo, uma pintura imersiva que cria um percurso visual.

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Para ele, pensar a pintura além do quadro é um grande desafio, já que tem que lidar com a arquitetura e a história do local onde intervém — no caso, a capelinha. “O trabalho não é religioso, mas é carregado de espiritualidade e a ideia é abraçar o espectador quando ele entrar no espaço para que ele seja transportado para a paisagem fantástica que proponho.”

Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Rua Jardim Botânico, 414. Qui. a ter, 9h/17h. Grátis. Até 4 de setembro. 

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