Os destaques das exposições nos museus cariocas em 2021
CCBB apresentará obras do pintor Marc Chagall. MAM Rio vai passar a comissionar artistas e Museu do Amanhã terá mostra sobre impactos da pandemia
Ano-novo, arte nova. Depois de um 2020 conturbado, em que muitas exposições precisaram ser adiadas, os museus, galerias e centros culturais da cidade tentam se reorganizar para receber o público em segurança (leia-se: pequenos grupos por vez) e seguir sendo referência e lugares de relevância para as discussões artísticas. Confira os destaques das exposições que desembarcam no Rio este ano.
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Museu do Amanhã.
Tendo como eixos temáticos a emergência climática, a biodiversidade e o bem estar dos seres humanos, o espaço na Praça Mauá vai inaugurar três exposições temporárias em 2021 e uma experiência imersiva: a mostra Coronaceno – Reflexões em Tempos de Pandemia, sobre os efeitos do novo coronavírus no planeta.
Além disso, estão previstas duas mostras sobre a Amazônia e o Congresso Mundial de Arquitetura, que aconteceria em 2020 e foi adiado.
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CCBB.
Além da mostra que reúne 70 obras da japonesa ChiharuShiota, que abre as portas nesta quarta (13), o Centro Cultural Banco do Brasil terá uma exposição sobre a trajetória de vida e obra do pintor russo-francês Marc Chagall (1887-1985). O sentimento por sua sempre amada esposa, Bella, e o mundo de encantamento despertado no imaginário do artista, através de cerca de 160 obras incluindo pinturas, aquarelas, litografias e gravuras darão o tom da mostra, prevista para o segundo semestre.
As obras que serão expostas compreendem um longo período, de 1925 a 1981, e exploram diversos temas, como a infância e a tradição russa, o amor, o sagrado e suas representações e até o mundo encantado na ilustração das Fábulas de La Fontaine. O projeto é inédito no Brasil.
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Casa Roberto Marinho.
Em março, o casarão cor-de-rosa abrirá a coletiva A Escolha do Artista na Coleção Roberto Marinho, com obras de Beth Jobim, Cristina Canale, Antonio Manuel, Raul Mourão e Waltércio Caldas. Com curadoria de Lauro Cavalcanti e dos próprios artistas, a mostra vai ocupar a galeria principal do instituto, no piso superior. No térreo, entrará em cena Maria Martins: Gravuras e Projetos, com obras da artista mineira doadas pelo casal Heloísa e Carlos Martins Pereira e Sousa.
Já para julho, está prevista a exposição Burle Marx: Clássicos e Inéditos, montada em parceria com o Instituto Burle Marx, que ocupará os dois andares da casa.
Em novembro, Portinari será homenageado em uma mostra com curadoria de Ralph Camargo, exibida no segundo andar. Para fechar o ano, a coletiva Retratos da Coleção Roberto Marinho ganhará espaço, exibindo pinturas de Pancetti, Djanira, Marcier, Guignard e outros, no térreo. A curadoria será de Lauro Cavalcanti.
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MAM Rio.
Em março, o museu, que vem passando por diversas mudanças estruturais e de pensamento, abrirá a individual de Fayga Ostrower, artista brasileira nascida na Polônia, cujo centenário ocorreu em 2020 e, por causa da pandemia, não foi comemorado. O enfoque da curadoria está não só na obra, mas também na trajetória de Ostrower como professora do MAM e como “formadora do olhar”.
Em julho, os novos diretores artísticos, Keyna Eleison e Pablo Lafuente, vão apresentar a primeira exposição de fato, batizada provisoriamente de Pleno de Luz, Cheio de Ar. A dupla argumenta que Realce, atualmente em cartaz, foi apenas uma primeira “aproximação” com o acervo do Museu de Arte Moderna da cidade, um exercício experimental da dupla que havia acabado de assumir o posto.
O MAM Rio também vai lançar nos próximos meses o projeto Supernova, conexão do museu com artistas não institucionalizados. A cada três meses, a instituição vai comissionar a pesquisa de um artista pra desenvolver trabalhos que serão expostos no museu.
Também está prevista individual do artista Marcos Chaves.
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Instituto Moreira Salles.
O espaço na Gávea prevê duas grandes exposições para este ano. A primeira delas, que abrirá ao público no dia 20 de março, é Arquivo Peter Scheier. Exibida na sede de São Paulo em 2020, a mostra apresenta um panorama da obra do fotógrafo alemão, cujo acervo está sob a guarda do IMS.
Proveniente da pequena cidade de Glogau, Scheier aportou no Brasil em 1937, como refugiado do regime nazista. Em São Paulo, nos anos 1940, iniciou sua carreira no ramo da fotografia. Atuando em diversas áreas, registrou momentos marcantes da história do país, como a 1ª Bienal de São Paulo e a construção de Brasília. Com curadoria de Heloisa Espada, a seleção é resultado de uma pesquisa de dois anos na coleção do fotógrafo.
Em agosto, o artista baiano Mario Cravo Neto será homenageado em uma individual. A mostra exibe o trabalho do fotógrafo, escultor e cineasta, um dos nomes essenciais da história da arte brasileira do século XX. Realizada em parceria e colaboração com o Instituto Mario Cravo Neto, de Salvador, o trabalho reúne cerca de 300 itens, entre fotografias, esculturas, cadernos ilustrados e cartas. Com curadoria de Luiz Camillo Osório, a mostra apresenta uma visão antológica da trajetória do fotógrafo, dos anos 1970 até a década de 2000.
Museu de Arte do Rio.
O museu, que vem mudando de gestão neste início de ano, segue com as exposições Casa Carioca e Aline Motta: Memória, Viagem e Água em cartaz. Além disso, a mostra Rua!, que conta com uma rampa de skate, a ser usada pelo público, está prevista para retornar ao MAR em breve.
Uma exposição inédita é Paulo Werneck: Murais para o Rio, que vai apresentar a trajetória do artista através de grandes painéis produzidos por ele para edifícios públicos e privados da cidade.
Outra mostra já confirmada para 2021 no MAR é Crônicas Cariocas, que reafirma o interesse do museu por uma multiplicidade de visões e de diferentes pessoas que se fazem autores e personagens de histórias de vida baseadas na coletividade, na comunidade e na resistência. O trabalho terá a curadoria de Marcelo Campos.
Museu Casa do Pontal.
O rico acervo de arte popular do museu estará de casa nova em breve. A abertura da nova sede, na Barra da Tijuca, pertinho do Bosque da Barra, está prevista para o período entre abril e junho. Enquanto o espaço não é inaugurado, a instituição faz um campanha de financiamento coletivo para erguer um jardim com diversas espécies da flora brasileira no local.