Chorinho do Recreio: roda agita manhãs de moradores e turistas ao ar livre
Elaborado por alunos da PUC-Rio, minidocumentário acompanha músicos e frequentadores da Praça do Parcão, ponto de encontro de choristas
O choro é um estilo musical que remonta ao século XIX. Com sua mistura de ritmos, tornou-se tipicamente brasileiro. Considera-se que sua origem esteja ligada às celebrações e às reuniões de ex-escravos que vinham da Bahia para o Rio de Janeiro, após a abolição da escravatura.
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Atualmente um dos pontos de encontro de choristas está localizado no Recreio dos Bandeirantes. Mais precisamente na praça Augusto Ruschi, também conhecida como a “Praça do Parcão”. Lá basta um pandeiro e um cavaquinho para animar o Recreio com o chorinho de um grupo musical composto por amadores e profissionais do estilo.
Os alunos de jornalismo Alex Braga, Arthur Bomfim e Júlia Pinna, coordenados pelo professor do Laboratório de Telejornalismo da PUC-Rio Luís Nachbin, decidiram registrar em um mini documentário a alegre roda de choro, que tem lugar na praça aos domingos das 10h às 13h, reunindo moradores, amigos e familiares.
Com a retomada de eventos culturais na cidade, a roda de chorinho ocorre semanalmente ao ar livre para uma confraternização mais segura. Na praça do Parcão, a ideia é agregar convidados e a tradição cultural de músicos e amadores de diferentes lugares, gerações e estilos.
Um exemplo dessa participação é o caso contado no documentário pelo idealizador da roda, em que um pianista austríaco vem visitar sua família no Rio e acaba mostrando seu talento na roda para os frequentadores numa dessas manhãs de domingo. Outro episódio foi o da japonesa Katsumi, casada com um brasileiro e encantada pela MPB. Era passista no Japão e, ao conhecer a roda do choro, mostrou seus dons com acordeon, piano e samba no pé.
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Os moradores da região costumam levar cadeiras para se sentar e organizam piqueniques se divertindo em torno da praça. A motivação dos organizadores ao criar essa roda do choro no Recreio era promover um espaço de lazer que não era comum na Zona Oeste. “É na roda de samba que a memória da cidade e seus costumes são resgatados”, afirma Marcio Rondon, um dos organizadores da roda.
“A intenção do grupo ao retratar o chorinho é de responder à sociedade com arte, dado o momento delicado que estamos passando, querendo mostrar um outro Brasil, um país feliz, solidário, do Carnaval, bem visto lá fora; um Brasil que a gente quer, que partilha seus dons e talentos com empatia e solidariedade”, acredita o aluno documentarista Alex Braga.
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*Clara Behrens e Maria Fernanda Guerra, estudantes de jornalismo da PUC-Rio, sob supervisão de professores da universidade e revisão final de Veja Rio.