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Um retrato de Anitta por Nelson Motta

Um dos maiores produtores do país e que já trabalhou com artistas como Marisa Monte, Fernanda Takai e Elis Regina fala sobre o sucesso e o estilo da cantora

Por Daniela Pessoa
Atualizado em 9 fev 2018, 19h21 - Publicado em 9 fev 2018, 19h18

O compositor e escritor Nelson Motta, um dos maiores produtores do país e que já trabalhou com artistas como Marisa Monte, Fernanda Takai e Elis Regina, fala sobre o sucesso e o estilo da cantora Anitta. Confira algumas de suas opiniões:

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Voz frágil

Acabou o conceito, por inútil, de ‘grandes vozes’. João Gilberto libertou todas elas. Nara Leão e Sylvia Telles foram grandes cantoras com pequenas vozes. Como Madonna, que não cantava nada e foi aprendendo e ficando ótima. Nunca vi um show ao vivo da Anitta e não posso falar de sua performance. Em vídeo, é um assombro. Música popular hoje é mais imagem do que som, é conceito, posicionamento no mercado, é redes sociais – e isso tudo Anitta domina

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Plásticas e tratamentos estéticos

Anitta escolheu como queria ser. Como Michael Jackson, só que nele não deu muito certo. As transformações dela ficaram perfeitas, ela virou quase uma animação digital. É nossa Jessica Rabbit carioca (personagem da animação Uma Cilada para Roger Rabbit)

Estratégia profissional

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Ela toma todas as decisões – e é muito inteligente, intuitiva e esperta, além de trabalhadora incansável. A melhor decisão foi ser sua própria empresária, quem controla sua carreira. Bang foi um marco. Os quatro clipes do projeto CheckMate, patrocinados pela C&A, também são um exemplo de decisão acertada. Outra qualidade: ela sabe se cercar dos melhores profissionais, que, por sua vez, ficam encantados. Sedutora, essa Anitta

Vai, Malandra

Achei sensacional. O biquíni de fita isolante ficou ultra sexy, o ambiente era muito festivo e alegre, o visual incrível. Não há nada no clipe exaltando violência ou bandidagem ou ostentação, é uma diversão de gente pobre num lugar pobre, piscina de plástico, laje bagunçada, bunda com celulite, barangas e gostosas, malandros, vagabundos, machões. Perfeito. Dá para sentir o cheiro de churrasco. Eu queria estar lá, deve ter sido um festão! Já a música, achei mais ou menos, a mais fraca da série das quatro. As melhores são Will I See You e Downtown.

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Apropriação cultural

O pop sem apropriação é o que? Nada. Só caretice, atraso… E os que se apropriam das imagens e modas lançadas por Anitta? Se ela aparece loura, é certo que vão aparecer louras que se sentirão ofendidas e apropriadas…

Música latina

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Anitta nada em várias correntes – e já tem gente nadando nas correntes dela. Ela cantou Bossa Nova! E muito bem! Foi em Will I See You, praticamente só com um violão. Até o Ruy Castro gostou. Eu adorei. Ela também cantou MPB com Gil e Caetano na Olimpíada.

Pontos fortes e fracos

Em termos de arte e entretenimento contemporâneos não há pontos fracos no pacote Anitta. Ela é cosmopolita, mas tem grande autenticidade, humor, capacidade de expressão (mesmo por escrito), ideias e objetivos claros, performance de atleta. Só falta cozinhar bem.

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Futuro

Só o tempo pode dar a medida da relevância da Anitta. As coisas correm, e se desgastam, cada vez mais rápido. Não sei aonde a música e a inteligência dela podem a levar. O céu é o limite. Anitta pode ficar, sim, imensa, ser a nossa primeira grande popstar planetária. Torço por ela.

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