Fiocruz identifica anticorpos contra novo coronavírus em cão e gato no Rio
O estudo, publicado na quinta (29), analisou amostras de 96 animais levados a duas clínicas veterinárias do Rio, entre junho e agosto de 2020
Pesquisadores de laboratórios da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Texas A&M identificaram anticorpos neutralizantes contra o coronavírus SARS-CoV-2 (o mesmo que causa a Covid-19) em um gato e um cachorro de rua do Rio. A presença das estruturas de defesa significa que eles foram expostos ao vírus e desenvolveram resposta imune.
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O estudo foi publicado como artigo científico em março, na revista Plos One, e divulgado na quinta (29) pela Agência Fiocruz de Notícias.
Foram analisadas amostras de 96 animais levados a duas clínicas veterinárias da capital fluminense entre junho e agosto de 2020. No grupo analisado, havia 49 gatos e 47 cachorros, incluindo animais de estimação em casas com e sem registro de casos de Covid-19 e animais de rua recém-acolhidos por organizações não governamentais.
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A constatação de anticorpos contra o novo coronavírus em animais já foi registrada em outras partes do mundo e sugere que a transmissão de humanos para animais é possível. Os cientistas enfatizam que não há evidências científicas de que o oposto possa ocorrer e reforçam que não há qualquer justificativa para abandono ou maus tratos de animais.
Os casos de bichos com anticorpos contra o SARS-CoV-2 foram documentados principalmente em animais domésticos de famílias em que há casos da doença, mas também já há outros registros em que animais de rua e até de zoológicos foram infectados.
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A pesquisa realizada no Rio foi liderada por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), vinculados aos Laboratórios de Imunologia Viral, de Mosquitos Transmissores de Hematozoários, de Morfologia e Morfogênese Viral e de Vírus Respiratórios e do Sarampo e contou com a participação da Clínica Veterinária Animal Help.
Para identificar os anticorpos, as amostras foram analisadas por meio de uma metodologia de ensaio sorológico altamente específica, conhecida como PRNT90.
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Os animais também foram testados com exames PCR para identificar infecções ativas, e nenhum resultado positivo foi encontrado. Para esses testes, foram coletadas amostras de swab orofaríngeo e anal.