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Vinoteca

Por Marcelo Copello, jornalista e especialista em vinhos Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos

Vem aí o Primeiro Vinho Oficial do Vaticano

E saiba porque o menor país do mundo lidera o consumo mundial!

Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 Maio 2025, 10h38 - Publicado em 23 Maio 2025, 05h00
Vinho do Vaticano
 (chat gpt/Divulgação)
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Por Marcelo Copello

Sim, você leu certo: o Vaticano vai lançar seu próprio vinho. A menor nação do planeta está cultivando uvas para produzir, em breve, sua primeira safra com rótulo oficial. Mas essa não é a única curiosidade etílica dos domínios do Papa. O Vaticano também detém um título surpreendente: é o país com o maior consumo de vinho per capita do mundo.

Cabernet para Sua Santidade

Entre 2023 e 2024, dois hectares de Cabernet Sauvignon foram plantados nos jardins de Castel Gandolfo, a residência de verão papal nos arredores de Roma. A expectativa é que a primeira safra seja colhida em 2026, e os vinhos, engarrafados com selo do Vaticano, sejam usados em celebrações internas e vendidos nas lojas isentas de impostos dentro da cidade-estado.

A produção será pequena, mais simbólica do que comercial. O objetivo não é concorrer com os grandes produtores, mas oferecer um vinho com identidade própria, feito em solo papal, para funcionários, religiosos e visitantes. Um gesto que une fé, tradição e um toque de terroir sagrado.

Como o Vaticano se tornou o campeão mundial em consumo de vinho per capita?

Em números brutos, o Vaticano importou mais de 63 mil litros de vinho em 2019. Com uma população oficial de apenas 800 pessoas, isso representa quase 99 garrafas por habitante ao ano – quase o dobro da média de países como França ou Itália. Mas essa conta tem nuances.

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Na prática, quem consome vinho dentro dos muros do Vaticano não são apenas seus cidadãos. Milhares de pessoas circulam diariamente por ali: padres, bispos, funcionários, guardas suíços, diplomatas e até peregrinos. O vinho está presente em missas, refeitórios do clero e eventos oficiais. Se distribuirmos o consumo por um público estimado de 5 mil pessoas, o número ainda impressiona: cerca de 10 a 15 litros por cabeça por ano – nível similar ao de países como Alemanha ou Reino Unido.

Um vinho com isenção divina

Outro fator que contribui para essa abundância vínica é o regime fiscal único do Vaticano. Desde o Tratado de Latrão, em 1929, a Itália concede isenção total de impostos para produtos que entram no território vaticano. Ou seja, as garrafas chegam sem taxas, sem IVA, sem burocracia. Barolo, Chianti, Prosecco e outros rótulos italianos abastecem o estoque papal a preços imbatíveis.

E não se trata apenas de tintos tranquilos: espumantes como Asti e Prosecco são frequentes nas recepções diplomáticas e celebrações eclesiásticas. Já os vinhos sacramentais – geralmente tintos doces feitos exclusivamente da uva – obedecem regras litúrgicas rígidas e muitas vezes vêm de vinícolas religiosas especializadas.

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Fé, vinho e cultura

No Vaticano, vinho não é só prazer – é também ritual, hospitalidade e teologia líquida. O próprio finado Papa Francisco já declarou, durante uma de suas homilias, que o vinho é símbolo de alegria e amor, transformado por Jesus em sacramento.

Com a chegada do primeiro vinho “made in Vaticano”, essa história ganha um novo capítulo. A vinha é pequena, mas o gesto é grande: uma mistura de tradição, espiritualidade e, claro, um bom Cabernet.

 

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