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Vinoteca

Por Marcelo Copello, jornalista e especialista em vinhos Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos

Primitivo e Zinfandel, irmãs que encantam os brasileiros

Uma mesma uva com dois nomes conquistou o mercado com tintos carnudos, macios e fáceis de beber

Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 7 mar 2025, 10h29 - Publicado em 7 mar 2025, 05h00
Primirivo
 (shutterstock/Divulgação)
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As importadoras, lojas, restaurantes bem sabem. Não pode faltar em suas listas de vinho um primitivo. Os brasileiros adoram os tintos desta uva, macios e fáceis de beber. Mas muitos não sabem nada sobre ela, sua origem, seus outros nomes, suas características na viticultura e enologia, seus estilos e sabores. Vamos então tentar completar esta lacuna.

 

A história desta casta tem origem na Croácia, onde é chamada de Crljenak Kaštelanski ou Tribidrag, de onde teria sido levada por imigrantes para a Itália na Idade Média. Na velha bota foi batizada de primitivo, devido à sua característica de amadurecimento precoce (do latim “primativus” ou “primaticcio”).

 

Hoje, nos campos ensolarados da Puglia, no sul da Itália, a primitivo reina suprema. Lá encontrou seu habitat ideal e desenvolveu o estilo que a consagrou. Seu amadurecimento além de precoce, é irregular. No mesmo cacho podemos ter uvas maduras e outras mais verdes, gerando vinhos desagradavelmente herbáceos. Para que isso não aconteça a prática comum é deixar a uva mais tempo no pé, até ficar sobremadura.

 

Assim, no clima quente da Puglia, a primitivo adquire esta maturação ideal, com altos níveis de açúcar na fruta, que se transforma altos terrores de álcool no vinho, com acidez baixa, taninos aveludados, muita cor, corpo carnudo, boa concentração de sabores e por vezes algum açúcar residual natural. No nariz as notas típicas são de frutas negras maduras, como ameixas e cerejas escuras, especiarias doces, chocolate e uma leve nota de tabaco. Suas regiões de maior prestígio na Itália são Primitivo di Manduria e Primitivo di Gioia del Colle, duas D.O.C. da Puglia.

 

Da Croácia a primitivo também migrou para a Áustria, onde foi batizada de zinfandel. Em 1820 mudas teriam sido exportadas da Áustria para os Estados Unidos, onde seu nome foi mantido. Hoje a casta praticamente inexiste na Áustria, mas é uma das mais populares na Califórnia. Lá, em um clima não tão quente quanto o da Pugla, o perfil é normalmente de frutas mais vermelhas que negras, como framboesas e morangos, acompanhados por uma sensação picante de pimenta preta e canela, embora o perfil alcoólico e de baixa acidez permaneçam. Nos Estados Unidos é popular também o chamado White Zinfaldel, que é um rosado muito claro, herbáceo e adocicado.

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Na terra de Tio Sam os melhores vinhedos de zinfandel ficam na Califórnia, nas regiões de Dry Creek, Mendocino e principalmente Lodi, que possui vinhas velhas de zinfandel que podem gerar vinhos de grande complexidade.

 

Em geral, primitivo e zinfandel são vinhos populares, que agradam em especial os consumidores iniciantes, por seu estilo que não agride o paladar, com acidez baixa, álcool alto, taninos macios e algum açúcar.

 

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