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Por Marcelo Copello, jornalista e especialista em vinhos Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos

O vinho na obra de Van Gogh

A paixão intensa de Van Gogh, explícita em cada forte pincelada, também abraçou o vinho.

Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
30 out 2025, 05h00
Van Gogh vinha vermelha
 (divulgação/Divulgação)
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A paixão intensa de Van Gogh, explícita em cada forte pincelada, também abraçou o vinho. Van Gogh viveu uma parte importante de sua vida na região vinícola de Arles, na Provence, sul da França. Nos 15 meses em que lá esteve (entre 1888 e 1889) fez cerca de 200 quadros, 100 desenhos e escreveu 200 cartas. Em uma destas cartas o mestre confessa beber muito vinho: “todos os dias tomo o remédio prescrito por Dickens contra o suicídio: vinho, pão, queijo e tabaco”.

 

A única tela deste gênio da pintura vendida em vida chame-se “A Vinha Vermelha” (pintada em 1888 em Arles), e sela sua relação com a bebida. O próprio autor descreve sua obra como “um vinhedo vermelho, todo vermelho como vinho tinto. Ao fundo, no céu com sol, o vermelho se transforma em amarelo e depois em verde. Na terra depois da chuva os tons são de violeta com reflexos dourados do sol”. Esta foi sua única obra vendida em vida, por míseros 400 francos.

 

“A Vinha Vermelha” foi pintada em novembro, o que indica que 1888 teve uma colheita retardada (e chuvosa), e sugere que as uvas retratadas sejam Grenache e/ou Carignan, castas tardias típicas da região. Este, entretanto, não foi o primeiro nem o último vinhedo de Van Gogh. No mesmo ano, dois meses antes (portanto na mesma e longa colheita), ele pintou “A Vinha Verde”. As cores nesta obra sugerem a presença da Filoxera, praga que atingiu gravemente a Europa exatamente no final dos anos 1890).

 

Na véspera do Natal de 1888 Van Gogh cortou sua própria orelha e entregou-a a uma prostituta chamada Raquel. Há várias teorias que tentam explicar o fato. Fala-se que sua inspiração foi uma tourada em que o matador, arrancou a orelha do touro, oferecendo-a, como troféu, a uma dama. Outra possível inspiração poderia ter vindo da série de artigos do jornal de Arles um mês antes sobre “Jack, o estripador”, que mutilava o corpo de prostitutas, algumas vezes cortando suas as orelhas. Seja como for o estado de saúde física e mental do pintor piorou e o levou a se mudar para Auvers-sur-Oise, perto de Paris. Uma de suas últimas telas foi seu vinhedo mais sereno o “Vinhedo com vista de Auvers” de junho de 1890. Esta plácida obra mostra um vinhedo verde em uma colina cercado de casinhas brancas com chaminés.

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Vincent Van Gogh cometeu suicídio em 29 de julho, apenas um mês depois de pintar seu último vinhedo e apenas cinco meses após a venda da “Vinha Vermelha”. Pelo visto em Auvers o grande artista careceu de algo que era abundante em Arles, o “remédio de Dickens”.

 

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