O Dia do Tango se celebra com Malbec, veja a relação entre ambos
No dia 11 de dezembro, comemora-se o Dia do Tango.
No dia 11 de dezembro, comemora-se o Dia do Tango, na data de nascimento de Carlos Gardel, ícone que consolidou o tango como símbolo argentino e o levou ao reconhecimento mundial. Assim como o tango, o Malbec conquistou um lugar central na cultura do país. A conexão entre tango e Malbec é natural: ambos refletem a paixão e complexidade da Argentina, evoluindo ao longo do tempo sem perder suas raízes.
O tango, reconhecido como patrimônio cultural imaterial pela UNESCO em 2009, resulta de uma fusão de influências da Espanha, Cuba e África, com parentescos com a habanera e a polca. Jorge Luis Borges, em “A História do Tango” (1930), afirmou que essa dança só poderia ter nascido em Buenos Aires e Montevidéu, surgindo entre 1880 e 1890, em cabarés e bordéis dessas cidades. Durante anos, o tango foi associado ao “baixo mundo” e, por isso, dançado entre homens pela falta de mulheres nesses locais. Esse ritmo ganhou aceitação quando chegou à França, levado por marinheiros franceses que retornavam de Montevidéu. Em Paris, o tango encontrou público entusiasta, o que ajudou na sua aceitação pela aristocracia argentina.
Como gênero musical, o tango é marcado pelo compasso binário e pelo ritmo sincopado, conferindo-lhe intensidade e melancolia. Ele projeta uma imagem masculina e controlada, onde o homem guia e a mulher segue de forma submissa. O tango é dramático e aborda temas de amores perdidos e dores profundas. Para Borges, ele oferece aos argentinos uma bravura já cumprida, evocando uma masculinidade quase heroica.
Assim como o tango representa a alma argentina, o Malbec tornou-se um símbolo do país. Originária do sudoeste da França, essa uva encontrou na Argentina o ambiente ideal para prosperar. O clima seco, a alta exposição solar e a altitude dos vinhedos, que pode superar os 2.000 metros, permitem que o Malbec desenvolva cores profundas, aromas de frutas escuras e violetas, e uma textura encorpada. Diferentemente da França, onde o Malbec não atingiu seu potencial, na Argentina ele floresceu e se tornou um ícone autêntico.
A relação entre tango e Malbec é simbólica: ambos evoluíram, preservando suas raízes, mas ganhando novas expressões. Assim como o tango se modernizou com Astor Piazzolla, que trouxe influências do jazz e da música clássica, o Malbec também se reinventou, adaptando-se a estilos contemporâneos. Nas últimas décadas, o Malbec argentino passou por uma transformação, explorando terroirs e altitudes variadas, ampliando a complexidade e diversidade de estilos.
Piazzolla revolucionou o tango, incorporando elementos inovadores que popularizaram o tango moderno. De forma semelhante, o Malbec revelou nuances mais sofisticadas, com aromas que refletem mais o solo de cada vinhedo. Essa modernização levou o vinho argentino a novos mercados e formas de apreciação.
Celebrar o Dia do Tango é reconhecer essa evolução constante, onde tango e Malbec exploram novas possibilidades enquanto mantêm sua identidade. Tradição e modernidade coexistem em ambos, fazendo do tango e do Malbec expressões únicas da cultura argentina.
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