Manifesto de estreia
“Este é um livro sobre vinho. Será um livro técnico para os que aqui buscarem regras e detalhes. Será, também, um livro sintético para os que lêem em diagonal. Um livro de consulta, para os objetivos e práticos. Será, ainda, um livro intuitivo para os que funcionam assim. E um livro poético para os que […]
“Este é um livro sobre vinho. Será um livro técnico para os que aqui buscarem regras e detalhes. Será, também, um livro sintético para os que lêem em diagonal. Um livro de consulta, para os objetivos e práticos. Será, ainda, um livro intuitivo para os que funcionam assim. E um livro poético para os que têm o dom de ver a poesia das coisas. Acima de tudo, um livro alegre, embebido em alegria de viver. Espero, com este livro, mudar a vida de alguns leitores. Pretensioso? Sim, toda a paixão o é. Toda paixão é revolucionária, muda nossa visão do mundo, muda nossas vidas! Quem efetuará esta mudança não serei eu, mas a paixão por um universo novo, uma fonte inesgotável de descobertas, emoção, conhecimentos, prazeres sensoriais e filosóficos, físicos e metafísicos. Eu, indicador em riste e taça na mão, apenas aponto a direção.”
O texto acima, escrito há cerca de 15 anos para meu primeiro livro*, se encaixa perfeitamente na estreia deste BLOG, pois continuo apontando na mesma direção, o vinho, e buscando a mesma linguagem: um assemblage de informação técnica, análise, serviço e poesia, sem esquecer a função principal do vinho, prazer, saúde e emoção.
Ocasiões especiais como a estréia deste blog são celebradas com vinhos especiais. Mas qual seria meu vinho predileto? Esta é uma pergunta que sempre me fazem e que já respondi de muitas maneiras diferentes. Recentemente em uma degustação que eu apresentava, um dos participantes me fez esta pergunta e eu disse que seria um Champagne, talvez Salon ou um Krug. Ele ficou meio decepcionado, disse que esperava um tinto, e perguntou porque Champagne. Eu disse que era o que me dava mais prazer.
No fundo acho que não existe o “melhor vinho”, existe a “melhor companhia”, pois o melhor vinho é o que mais emociona e quanto mais vinhos provo vejo que a emoção vem não apenas do vinho, mas do contexto, da ocasião e principalmente do convívio que ele proporciona.
Para a celebração de hoje a companhia será você leitor, e o vinho será o Champagne KRUG. Visitei esta Maison em Reims ano passado e fiz uma breve entrevista uma das enólogas da empresa, Julie Cavil. Na ocasião provamos três jóias da empresa, o primeiro foi o Krug Clos du Mesnil 1998, o mais elegante, a pura expressão do vinhedo mais famoso da Champagne, o Clos du Mesnil. O segundo o Krug Vintage 1998, o mais intenso, uma mistura dos melhores vinhos desta grande safra. E finalmente o Krug Grad Cuvée, o mais complexo, uma mistura de vinhedos e safras. Vejam mais detalhes no vídeo.
A Maison Krug é uma das poucas casas de Champagne que fermenta seus vinhos em madeira, o que lhes garante mais corpo e complexidade.
Veja nas fotos abaixo cinco momentos da elaboração de um Krug:
Um brinde e saúde!