Vinoteca Por Marcelo Copello, jornalista e especialista em vinhos Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos
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Conheça a SAUVIGNON BLANC: história, curiosidades e vinhos!

Sauvignon Blanc é sinonimo de frescor, acidez e expressividade. Nada de timidez aqui, a Sauvignon Blanc é: "cheguei!".

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Atualizado em 12 nov 2017, 14h11 - Publicado em 12 nov 2017, 14h11
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    Sauvignon Blanc é sinonimo de frescor, acidez e expressividade. Nada de timidez aqui, a Sauvignon Blanc é: “cheguei!”.

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    Esta é uma casta muito antiga, com origem possivemente no século XVII ou XVIII em Bordeaux. Seu cruzamento com a tinta Cabernet Franc rendeu uma filha muito famosa, a Cabernet Sauvignon.

    Viticultura

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    A Sauvignon Blanc (SB) adapta-se bem a muitos climas e está disseminada no mundo todo, mas é nos climas mais frios (frio mas com bastante sol) que se dá melhor e gera os exemplares mais típicos e expressivos. Nos climas quentes pode amadurecer demais e perder seu frescor, gerando líquidos mais encorpados e densos, mas sem tantos aromas e acidez.

    O momento da colheita é fundamental para qualquer uva, mas no caso da SB pode significar ainda mais. Pode fazer a diferença entre um líquido acídulo e insípido (se colhido cedo demais ou com rendimentos muito altos – uvas demais por hectare), vinhos no ponto certo, com acidez viva e cheios de aromas frescos, ou, com uvas colhidas tarde demais – vinhos com deficiência de acidez e aromas mais pesados, de frutas muito maduras.

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    Solo – a SB aceita muitos tipos de solo. Os solos mais distintos para esta casta são encontrados no Vale do Loire, como o calcário (que gera vinhos finos, elegantes, com aromas minerais que podem lembrar giz) e o Silex, que gera vinhos intensos, longevos, e que podem ter uma nota aromática típica descrita como pólvora ou pedra de isqueiro

    Vinificação

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    A SB beneficia-se de práticas de vinificação que extraiam o máximo de frescor das uvas, como colheita noturna, maceração pré fermentativa a frio (com as cascas, para extrair mais sabores e dar textura cremosa aos vinhos), fermentação à frio (para preservar aromas).

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    Carvalho

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    A SB não custuma passar em barricas, pois perderia seu caráter fresco. Como para tudo no vinho, há excessão, é claro, como os chamados “Fumé Blanc” da Califórnia – SB barricados que ganham um perfil mais gordo, que irá lembrar em estilo mais um Charodnnay que um típico SB. No Loire e em Bordeaux  alguns vinhos de maior guarda (no caso de Bordeaux cortes de Sauvignon Blanc e Sémillon) também passam por barrica.

    Cor: a casca da SB tem muito pouca cor, bem menos que a Chardonnay. A cor mais típica dos SB é o que chamamos de “branco papel”, com reflexos esverdeados (se for um vinho jovem), que com a idade ganhará reflexos e cor palha, raramente chega a dourado.

    Aroma:

    Frutas: Um SB típico é muito frutado, indo dos cítricos (lima, limão), grapefruit (toranja), gooseberry (groselha branca), kiwi, maracujá. Em SB mais leves ou de regiões mais quentes, podem surgir aromas de pêssego, nectarina, melão, pêra.

    Flores: não muito comum, mas algums SB mais leves pode ter aromas de flores brancas como acácia, jasmim e flores do campo.

    Especiarias pimenta verde (fresca) é bem típico da SB. Baunilha – se com passagem por barricas, o que é menos comum.

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    Vegetais/ervas: é bem típico do SB aromas de grama cortada e ervas frescas, como manjeticão, hortelã e vegetais como arpargos.

    Madeiras carvalho – se com passagem por barricas

    Tostados – torradas, casca de pão – se com passagem por barricas, ou vinhos com mais idade

    Outros: Manteiga/Lácteo caso o vinho tenha sofrido fermentação malo-lática, o que é pouco comum no SB e mais comum no Chardonnay.

    – Mel e amendoas, em caso de idade ou Late Harvest.

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    – Giz, pólvora, pedra de isqueiro, e “pipi de gato” são aromas mais típicos de SB do Vale do Loire-França.

    Sabor:

    Doçura: quase sempre os SB estarão na categoria “seco”, com poucos gramas de açúcar residual (1 a 5), é o mais comum no mercado. Alguam exemplares, chamados de “Late Harvest” (geralmente com 50-150 gramas de açúcar), que ficam na categoria “doce”.

    Acidez: geralmente vai de “boa” a “alta”, depende muito do clima (quanto mais frio maior a tendência a maior acidez), da colheita (quanto mais cedo se colhe mais acidez). A palavra chave de um bom SB é acidez, que é a sua espinha dorsal. A acidez alta nos vinhos como o SB é por vezes descrita como “crocante” (crispy), pois quase estala nos cantos do maxilar.

    Corpo: geralmente são brancos leves e frescos, os exemplares encorpados são mais raros

    Álcool: geralmente entre 12% e 14,5%, o mais o mais comum disponível no mercado é entre 13%-14%

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    Obs: geralmente não são vinhos para envelhecer e sim para serem apreciados jovens. Exceções são alguns grande brancos de Bordeaux ou do Loire. Como dois dos maiores SB do mundo, longevos e encorpados,  posso citar o Silex (do Loire, produtor Didier Dagueneau) e o Haut-Brion Blanc (de Bordeaux, corte com Sémillon)

    Sauvignon Blanc no mundo

    Em termos de quantidade (área plantada) e qualidade a referência mundial em SB é França (Loire, Bordeaux). Em Bordeaux a SB faz parte do corte típico do Bordeaux branco, que é SB (geralmente em maioria), Sémillon e às vezes uma pequena proporcão de Muscadelle. No Loire a SB não é misturada e gera vinhos clássicos como o Sancerre e o Pouilly Fumé.

    Em termos de área plantada, a SB está muito presente, além da França, na Moldávia, Chile, EUA e África do Sul. Fora da França os Sauvignon Blancs mais famosos são os da Nova Zelândia, seguidos pelo Chile (que já ameaça a Nova Zelândia como a melhor origem de SB do Novo Mundo). A África do Sul e o norte da Itália (Friuli) também despontam como origem de excelentes SB. No Brasil a SB é ainda muito pouco disseminada, ainda é cedo para ser conclusivo mas regiões promissoras são a Serra Catarinense e Campos de Cima da Serra

    Sauvignon Blanc famosos

    Como ícones desta casta posso citar o melhor branco de Bordeaux: Château Haut Brion branco (pois existe o tinto) que é parte Sauvignon Blanc que dá o aroma e frescor e parte Sémillon que dá a força e longevidade. Vejam a vertical que fiz deste vinho: https://www.marcelocopello.com/post/vertical-de-haut-brion-o-maior-branco-de-bordeaux

    Outro grande ícone desta casta é o Silex, de Didier Dagueneau, veja entre os vinhos franceses abaixo

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    VINHOS

    FRANÇA

    https://www.marcelocopello.com/vinho/silex

    https://www.marcelocopello.com/vinho/sancerre-sauvage

    CHILE

    https://www.marcelocopello.com/vinho/sol-de-sol-sauvignon-blanc-2015-vina-aquitania

    https://www.marcelocopello.com/vinho/montes-outer-limits-sauvignon-blanc-2015-vina-montes

    https://www.marcelocopello.com/vinho/cipreses-sauvignon-blanc-2015-casa-marin

    https://www.marcelocopello.com/vinho/terrunyo-sauvignon-blanc-vinedo-los-boldos-2015-concha-y-toro

    ITÁLIA

    https://www.marcelocopello.com/vinho/bianco-breg

    BRASIL

    https://www.marcelocopello.com/vinho/nubio-sauvignon-blanc

    https://www.marcelocopello.com/vinho/sauvignon-blanc

    https://www.marcelocopello.com/vinho/miolo-reserva-sauvignon-blanc-2014

    NOVA ZELÂNDIA

    https://www.marcelocopello.com/vinho/clearview-chardonnay-reserve

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