A adega mais famosa do mundo
O que têm em comum Pelé, Ronaldo Fenômeno, Theodore Roosevelt, Jean Cocteau e o ratinho Ratatouille?
Por Marcelo Copello
O que têm em comum Pelé, Ronaldo Fenômeno, Theodore Roosevelt, Hirohito, Elizabeth II, Winston Churchill, John Kennedy, Mikhail Gorbachev, Charles Chaplin, Grace Kelly, Henrique IV de França, Cardeal de Richelieu, Hermann Göring, Jean Cocteau e o ratinho Ratatouille?
Estes são apenas alguns dos personagens, reais ou de ficção, que marcaram presença no La Tour d’Argent (A Torre de Prata) restaurante fundado em Paris em 1582.
Este restaurante, que ocupa um prédio no endereço 15 Quai Tournelle, com uma bela vista do rio Sena e da catedral Notre Dame, guarda a adega mais famosa do mundo, com mais de 400 mil garrafas, muitas delas raríssimas.
Estive no Tour d´Argent, e visitei a famosa cave em companhia do sommelier chefe da casa, David Ridgway, que lá começou em 1981.
Vejam os vídeos que fiz no escuro da adega com David e desde já perdoem a, compreensível, escuridão.
Neste primeiro vídeo David diz que enquanto muitos falam que a China é o novo Eldorado, ele tem certeza que o Brasil tem mais bebedores de vinho. Para minha surpresa ele também nos conta que ao contrário de Pelé, o craque Ronaldo Fenômeno tem muita afinidade com vinho.
Nesta 2ª parte David me mostra algumas das 26 salas (uma para cada letra do alfabeto) da adega, com um total de 1.400 metros quadrados.
Chegamos ao museu das garrafas mais velhas, datadas a partir de 1788 (de antes da Revolução Francesa!). David me contou que já provou vários vinhos brasileiros, e acha que estão melhorando muito.
CURIOSIDADES:
– Apesar de ocupar por completo os andares do prédio, com adega, estoque, museu, escritório, cozinha etc, o salão ocupa apenas um andar e tem mesas para apenas 100 felizardos.
– Mesmo com espaço restrito são vendidas cerca de 12 mil garrafas vinho ao ano, uma média bem alta, de mais de meia garrafa por cliente.
– Fazendo as contas, a adega de 400 mil garrafas é um estoque para 20 anos.
– Há sempre um Porto Vintage decantado, para caso algum cliente peça. No momento estão usando os da safra 1975. Bem razoável…
– Quanto aos Champagnes eles hoje costumam servir os excepcionais e já maduros 1996, uma safra histórica. Muitos clientes, no entanto, preferem champagnes mais novos
– A logística do pedido do vinho sensacional. O pedido vem do restaurante em um papelzinho que desce até à cave no andar debaixo por um tubo. No exato momento em que chega o papelzinho um funcionário parte em disparada através das 26 salas da adega até localizar a garrafa. O tempo médio para o cliente receber o vinho em sua mesa é de apenas 4 minutos.
– Até poucos anos atrás a adega tinha 500 mil garrafas, mas os donos resolveram diminuir em função dos “tempos modernos”. Em 2009 quando tinham ainda tinham 450 mil garrafas fizeram um leilão de algumas poucas garrafas e arrecadaram cerca de 1 milhão de euros.
– O vinho mais barato da carta custa 50 euros e é um branco do Loire.
– A garrafa mais cara do acervo está avaliada em 30 mil euros e é um Cognac de 1788
– Uma garrafa do famoso tinto de Bordeaux, o Petrus 1982, sai por 12 mil euros, enquanto o ícone da Borgonha, o Romanée-Conti 1990, está mais salgado, 20 mil euros.
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