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Helen Pomposelli

Por Helen Pomposelli, jornalista, terapeuta integrativa sistêmica e criadora do Per Vivere Bene Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Bem-estar
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Sagrado Feminino, linha terapêutica é tema de enredo da Portela

O resultado é ver mulheres descobrindo e aplicando essas sabedorias para o seu autoconhecimento e em benefício do planeta. 

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14 fev 2024, 15h58
Aparecida Sauer, terapeuta do Sagrado Feminino, diz que quando falamos em Sagrado Feminino, devemos primeiro reconhecer que vivemos em uma sociedade patriarcal, o que significa que somos regidos por uma visão masculina da vida, com seus valores, conceitos e regras. (Yulli Nakamura/Divulgação)
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Tema retirado do livro “ Um defeito de cor”, da escritora Ana Maria Gonçalves, para o enredo da escola de samba Portela no Carnaval 2024, o Sagrado Feminino foi pauta de muitas discussões neste Carnaval. Porém, o uso desta nomenclatura em fins terapêuticos como práticas, rituais e cerimônias para o resgate da sabedoria ancestral feminina já existe “há muitos carnavais”. Além de ser muito difundido pelos terapeutas e xamãs especializados no feminino, já ganhou livros de autoras de referência, como Mirella Faur e Clarissa Pinkola Estés. Em minhas consultas e retiros com mulheres, tenho uma busca incessante em pesquisas dos aspectos ritualísticos milenares para ampliar vivências relacionadas à sabedoria milenar feminina. O resultado é ver mulheres descobrindo e aplicando essas sabedorias para o seu autoconhecimento  e em benefício do planeta. 

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Aprendemos que o racional é superior ao emocional, a lógica à intuição, o concreto ao subjetivo, quando na verdade estes aspectos deveriam funcionar juntos, em equilíbrio e harmonia (Divulgação/Divulgação)

Para um dos coreógrafos da Comissão de frente da Portela, Leo Senna, o enredo chega representando toda a força da ancestralidade feminina, da rede de apoio e de respeito entre todas as mulheres. “Tem uma citação no livro de Ana Maria Gonçalves que diz que a personagem principal nunca se esqueça da África, da nossa mãe, de Nanã, de Oxum, do poder dos pássaros e das plantas, da obediência aos mais velhos e dos cultos, em respeito à ancestralidade”.

Mas afinal, você sabe o que é o Sagrado Feminino? Aparecida Sauer, terapeuta do Sagrado Feminino, diz que quando falamos em Sagrado Feminino, devemos primeiro reconhecer que vivemos em uma sociedade patriarcal, o que significa que somos regidos por uma visão masculina da vida, com seus valores, conceitos e regras. “Aprendemos que o racional é superior ao emocional, a lógica à intuição, o concreto ao subjetivo, quando na verdade estes aspectos deveriam funcionar juntos, em equilíbrio e harmonia”. Segundo a terapeuta, o Sagrado Feminino é um movimento que busca resgatar a verdadeira essência feminina, pois as próprias mulheres tiveram que se masculinizar para sobreviver numa sociedade patriarcal. Ou seja: tiveram que assumir os valores masculinos e reprimir os femininos. Em nível pessoal, Aparecida Sauer diz que o Sagrado Feminino nos liberta dos conceitos de beleza que nos objetificam, trazendo autoconhecimento, autoestima e autoconfiança.

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“O Sagrado Feminino é o retorno à nossa natureza selvagem, à sexualidade plena, consciente e saudável, e à espiritualidade livre de dogmas, em conexão direta com o Divino através da nossa própria intuição. Em nível coletivo, o Sagrado Feminino nos inspira a cuidar da natureza e dos animais, a respeitar os povos originários e todas as pessoas, independentemente de cor, gênero, idade, classe social ou nacionalidade. O retorno do Feminino ao Sagrado vai muito além da mulher. Ao se libertar, a mulher naturalmente irá transmitir a essência da sabedoria feminina aos seus parceiros, filhos e à sociedade em geral, para que juntos possamos criar as bases de um mundo mais amoroso, pacífico e justo.

Já a terapeuta Rachel das Flores, especializada em tratamentos com flores e ervas medicinais e sabedoria ancestral, complementa o tema, explicando que o “Sagrado feminino” é uma forma de se auto perdoar, olhar para nossas obras – tão únicas e tão nossas – e, principalmente, permitir sentir prazer pelo que desejamos fazer. Uma das dicas da terapeuta para quem quer começar a viver em seu espaço sagrado é cozinhar algo que foi aprendido com nossas antepassadas, abraçar, beijar e ser uma presença de valor com os filhos e escrever registros para levar cura, amor e paz ao mundo, seja em papel ou na internet.

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o “Sagrado feminino” é uma forma de se auto perdoar, olhar para nossas obras – tão únicas e tão nossas – e, principalmente, permitir sentir prazer pelo que desejamos fazer. (Divulgação/Divulgação)

Em meus retiros femininos, procuro dar um espaço para que cada mulher tenha um lugar especial de fala e de cura ancestral. “Se você pretende organizar uma reunião em companhia de outras mulheres em sua própria casa, pode desde já ficar sabendo que está fortalecendo o seu sagrado feminino. Enquanto você aprende os mistérios femininos, também sente-se nutrida, apoiada e fortalecida. E assim, melhorar a sua forma de viver.”

Beijos,

Helen Pomposelli

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