Imagem Blog

Helen Pomposelli

Por Helen Pomposelli, jornalista, terapeuta integrativa sistêmica e criadora do Per Vivere Bene Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Bem-estar

NR-1 é adiado: quais os riscos e o que as empresas devem mudar?

Conheça a lei, as empresas, eventos e os certificados focados em saúde mental e emocional dos colaboradores

Por helen_pomposelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
6 jun 2025, 14h47
Em 2024, foram registradas mais de 470 mil licenças de trabalho relacionadas à saúde mental, o maior número em uma década.  (Divulgação/Divulgação)
Continua após publicidade

O Governo posterga as punições às empresas que não gerenciarem riscos psicossociais no ambiente de trabalho até 2026. A nova versão da Norma Regulamentadora (NR-1), que entrou em vigor, passa a reconhecer os riscos psicossociais como fatores críticos que exigem uma gestão estruturada e contínua por parte das empresas. 

A atualização estabelece diretrizes para garantir a saúde e segurança no ambiente de trabalho, contemplando fatores como metas inalcançáveis, jornadas prolongadas, sobrecarga emocional e assédio moral, todos reconhecidos como potenciais geradores de adoecimento, e agora tratados com a mesma seriedade técnica que os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais clássicas. Embora a aplicação de sanções financeiras só esteja prevista a partir de 26 de maio de 2026, a fiscalização já está ativa, com foco orientativo e educativo. Esse período de transição foi definido para que as empresas possam adaptar seus processos, rever suas práticas e construir ambientes psicologicamente mais seguros de forma estruturada e responsável.

Segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), os transtornos mentais representam a terceira maior causa de afastamento do trabalho no Brasil, atrás apenas de problemas osteomusculares e traumatismos. Em 2024, foram registradas mais de 470 mil licenças de trabalho relacionadas à saúde mental, o maior número em uma década.

“A inclusão dos riscos psicossociais na NR-1 é um avanço importante para o reconhecimento de que a saúde mental é parte integral da segurança do trabalho”, afirma Fernanda Paiva, especialista em comportamento humano e fundadora do Instituto Diálogos. “Fatores como pressão excessiva, falta de autonomia e assédio moral têm impacto mensurável na saúde dos trabalhadores e na produtividade das organizações”, explica.

Em nota, o Ministério do Trabalho justificou o adiamento como uma forma de oferecer um período de adaptação para que as empresas ajustem seus processos e promovam ambientes de trabalho mais seguros. Durante esse período transitório, os trabalhadores continuam podendo registrar denúncias anônimas, que orientam a atuação dos auditores fiscais do trabalho e subsidiar intervenções mesmo durante o período educativo da norma.

Nas inspeções, são analisados dados de afastamentos, rotatividade de funcionários e documentos para identificar possíveis situações de risco. Os auditores também conversam com os trabalhadores para avaliar as condições de trabalho, gerando relatórios técnicos que, mesmo sem resultar em multas neste momento, devem ser tratados pelas empresas como um diagnóstico estratégico e não como mera formalidade.

Continua após a publicidade

“O adiamento das sanções legais pode gerar um falso senso de segurança em algumas organizações, o que representa um risco importante. É fundamental que a ausência de multas imediatas não adie também as mudanças culturais e estruturais necessárias para proteger a saúde mental dos trabalhadores”, alerta Fernanda Paiva. “Durante o período de adaptação, corre-se o risco de continuidade de práticas organizacionais prejudiciais, como sobrecarga crônica, metas desproporcionais à capacidade de execução e estilos de liderança disfuncionais que comprometem o clima e a saúde emocional no trabalho”, complementa.

Segundo a Portaria MTP nº 6.809, de 2023, que atualizou a NR-1, as empresas passam a ter a responsabilidade formal de incluir, no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), a identificação, análise e monitoramento sistemático dos fatores de risco psicossociais relacionados ao trabalho. Os empregadores precisarão implementar medidas de prevenção, monitoramento e controle desses riscos.

Um aspecto fundamental da nova norma é a exigência de uma abordagem integrada entre áreas técnicas, incluindo Segurança do Trabalho, Recursos Humanos, Saúde Ocupacional e Liderança para o gerenciamento efetivo dos riscos psicossociais. Além disso, o PGR deve ser revisto periodicamente, com base em indicadores como absenteísmo, clima organizacional, rotatividade e acidentes com causa emocional, garantindo que as ações preventivas sejam continuamente aprimoradas.

“As empresas precisam compreender que a gestão dos riscos psicossociais não é apenas uma questão de conformidade legal, mas um investimento na sustentabilidade do negócio”, observa Paiva. “Os custos do adoecimento mental impactam a dignidade dos profissionais e a sustentabilidade dos negócios. Pesquisas mostram que cada real aplicado em programas de saúde mental gera uma economia de três a cinco reais em custos relacionados a faltas, baixa produtividade e substituição de pessoal”, finaliza a especialista.

Continua após a publicidade

O Ministério do Trabalho informou que, durante o período de adaptação, realizará ações educativas para orientar empresas sobre como implementar adequadamente as novas exigências da norma, incluindo a disponibilização de materiais informativos e a promoção de eventos de capacitação.

Para se preparar…

O Power Talk, evento idealizado pelas comunicadoras Bebel Rendeiro e Scheila Santos, chegou à sua terceira edição em solo carioca nesta segunda-feira (3), na elegante Casa Camolese, no Jardim Botânico. O encontro celebrou o sucesso do Power Cast — podcast de empreendedorismo que já ultrapassou 16 milhões de visualizações no YouTube — e reforçou a força do networking e do conteúdo de alto impacto. A ocasião também marcou o lançamento oficial do curso de vendas desenvolvido em parceria com o Sebrae RJ. Em apenas 15 dias, o curso já conquistou mais de 3 mil alunos, demonstrando a forte adesão do público ao conteúdo voltado para capacitação empreendedora.

O talk reuniu nomes de peso do mercado e da mídia. Os atores e empreendedores Daniel Erthal e Marcio Kieling dividiram o palco com executivos e fundadores de marcas reconhecidas, como Ana Claudia Caricati (Giovanna Baby e Phytoervas), Marina Torres (L’Oréal), Rapha Avena (Quarentamos), Patrick Szklarz (Jappa da Quitanda), Paula Prandini (Empório Jardim) e Sei Shiroma (Ferro e Farinha).

O evento reforçou o propósito do Power Talk de inspirar, conectar e transformar, reunindo diferentes visões e trajetórias em torno do empreendedorismo moderno.

Continua após a publicidade

Em sua primeira visita ao Brasil, a psicoterapeuta e escritora Esther Perel foi a grande atração da quarta edição do Flash Humanidades, encontro promovido pela Flash, plataforma de gestão da jornada de trabalho. O evento, realizado no hotel Unique, em São Paulo, reuniu mais de 500 líderes e profissionais de RH e teve como tema central “Além da tecnologia: o poder das emoções nas organizações”.

Reconhecida mundialmente por seu trabalho com relacionamentos e dinâmicas interpessoais, Perel trouxe ao palco uma perspectiva diferente sobre o futuro do trabalho, as transformações culturais nas empresas e a centralidade das relações humanas no ambiente corporativo. Logo no início de sua fala, foi categórica: “O futuro do trabalho não é algo distante. Está acontecendo agora. Grandes revoluções tecnológicas sempre geram incerteza — e estamos vivendo isso plenamente.” Durante sua participação no Flash Humanidades 2025, ela abordou temas fundamentais como pertencimento, reconhecimento, confiança e a chamada “economia de identidade”.

Ao discutir a transformação das chamadas soft skills em competências estratégicas, Perel propôs uma mudança de paradigma. “Habilidades relacionais não são acessórios — são o novo resultado final. Representam a vantagem competitiva das empresas”, declarou. Segundo ela, a inteligência relacional será cada vez mais valorizada nas organizações contemporâneas.

Ao ser questionada sobre os impactos da inteligência artificial nas relações humanas, a psicoterapeuta introduziu o conceito de “atrofia social”. “Estamos perdendo a capacidade de lidar com o improviso, com o outro. A vida digital nos oferece interações preditivas e sem atrito, mas estamos esquecendo como lidar com os solavancos da vida real”, alertou, sendo ovacionada de pé pelo público.

Continua após a publicidade

A especialista também abordou questões urgentes como saúde mental no trabalho e diversidade. Para Perel, é necessário que as empresas vão além do compliance e criem rituais de conexão entre colaboradores. “Essas coisas sempre foram feitas, não apenas de forma abstrata. Cada cultura tem rituais e práticas que ajudam as pessoas a se unirem, se conectarem e construírem algo juntas. Não há razão para que as empresas não sigam essa trajetória que foi definida em todas as culturas há séculos”, ressaltou.

Em um dos momentos mais emblemáticos de sua participação, Perel propôs uma solução simples e poderosa para fortalecer os relacionamentos no trabalho: contar histórias. “Uma boa cultura organizacional é feita de boas histórias. Se você promove engajamento, terá alto desempenho. E as histórias são o tecido que sustenta esses vínculos”, disse. Para incentivar essa prática, ela lançou recentemente o jogo Where Should We Begin: At Work, que convida colegas a compartilharem experiências em equipe.

– O Rituaali criou um encontro exclusivo com seus especialistas sobre saúde mental no ambiente corporativo. O evento, que acontece dia 25 de junho, em São Paulo, abordará como a legislação pode fortalecer a cultura de cuidado nas empresas e contará com a participação do Mauro Muller, Auditor Fiscal do Ministério do Trabalho e referência nas NRs 1 e 17.

– A partir do dia 7 de junho, o CEB – Cultivating Emotional Balance (Cultivando o Equilíbrio Emocional), um programa psicoeducacional criado em 2003, será apresentado através de um curso pela Fabiana Garcia, psicóloga e fundadora da Parceria Humana. O CEB foi criado partir de um encontro promovido pelo Mind and Life Institute entre cientistas, psicólogos e o Dalai Lama. Seu objetivo é ensinar habilidades de regulação emocional, unindo conhecimentos da psicologia ocidental com práticas contemplativas do budismo tibetano. 

Continua após a publicidade

O programa foi desenvolvido inicialmente por Paul Ekman (especialista em emoções e expressões faciais), Alan Wallace (especialista em meditação) e outros colaboradores. Dentre os objetivos principais está desde aumentar a consciência emocional, desenvolver atenção plena (mindfulness), até reduzir sofrimento emocional e reatividade e cultivar estados mentais positivos, como compaixão, empatia e equanimidade. Melhorando assim os  relacionamentos e comunicação. “Sou psicóloga, fundadora da Parceria Humana e mãe. Tive a alegria de me aprofundar no programa CEB – Cultivating Emotional Balance (em português, Cultivando o Equilíbrio Emocional), uma metodologia que une ciência e sabedoria contemplativa para promover bem-estar emocional genuíno. Como costumo explicar nas turmas que facilito, o CEB, que é um programa psicoeducacional que ensina habilidades de regulação emocional, integrando os conhecimentos da psicologia ocidental com práticas contemplativas do budismo tibetano”. diz. “O CEB é, para mim, um convite à construção de uma vida emocional mais equilibrada, ética e conectada com o que realmente importa: o cuidado com o outro e consigo mesmo”. Valor à vista: R$ 1.250,00 (com possibilidade de parcelamento) Contato para informações e inscrições: (21) 96977-0507

– A BurnUp, uma healthtech focada em saúde mental e emocional, também abre um espaço para clínicas de saúde e profissionais, que podem expandir seu alcance digital e aumentar sua visibilidade de atuação. O ecossistema oferece, sem custos, uma plataforma de gestão de agendamentos, permitindo que médicos, fisioterapeutas, psicólogos, educadores físicos e outros profissionais gerenciem sua rotina com autonomia e sem comissões sobre os atendimentos. O pagamento da mensalidade é feito apenas após a primeira consulta agendada, oferecendo mais flexibilidade a esse público. “Acreditamos que a saúde mental é resultado do cuidado com o corpo e a mente, por isso investimos em trazer para o mercado uma plataforma que disponibiliza soluções para esses três públicos. Nosso objetivo é ser uma ferramenta para a promoção de bem-estar e um canal seguro e confiável para informações sobre saúde mental e emocional”, finaliza a CEO da BurnUp.

 Visto?

Beijos,

Helen

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Assinantes da cidade do RJ

A partir de 35,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.