Bem-Estar: Como lidar com a morte de um PET
Conheça formas que podem ajudar nesse momento tão delicado, livro especializado e cuidados paliativos

A MORTE sempre foi um bom motivo para buscarmos um novo olhar para a vida. No dia 15 de outubro, costumo dizer que comemoro mais do que viver, e sim uma oportunidade para realizar meus propósitos de vida. Eu sofri um “acidente” intestinal há 9 anos atrás e saí dessa bem mais fortalecida. Nesse meio tempo, o tema “morte” me chama atenção e numa dessas andanças de autoconhecimento, descobri o livro “ A morte é um dia que vale a pena viver” de Ana Claudia Quintana Arantes, onde me apaixonei pela maneira da escritora apresentar cuidados paliativos numa perspectiva mais positiva e trabalhando a morte como uma oportunidade de aceitar a essência para que o fim seja apenas o término natural de uma caminhada.
E quando o assunto é a morte do seu pet?
E aí, cai no meu colo, mais uma curiosidade a qual me aprofundei, o livro “Luto – no contexto da medicina veterinária” sobre luto pet que propõe rede de apoio entre tutores e profissionais da veterinária organizado pelas psicólogas Juliana Sato e Louisanne Sanchez. Uma obra bilíngue que reúne especialistas e dá voz às experiências emocionais e clínicas sobre a perda de animais e a saúde mental do médico veterinário.

Com 21 capítulos assinados por especialistas de diversas áreas, o livro apresenta fundamentos do luto pet, reflexões sobre a comunicação entre médicos veterinários e tutores em momentos delicados, práticas paliativas, além de relatos sobre o impacto emocional vivido por cuidadores, equipes de resgate e profissionais da saúde animal. A obra também discute como diferentes públicos – homens, mulheres, crianças – enfrentam a perda, e quando o luto pode se tornar complicado.
Juliana Sato afirma: “Este é um livro inédito que une psicologia e medicina veterinária para falar do luto em toda a sua complexidade. Ele aborda tanto a dor dos tutores quanto os desafios emocionais dos profissionais, ampliando o debate sobre saúde mental no universo pet vet.”
“O que me levou a escrever e dar dicas sobre esse assunto foi a experiência de viver o luto antecipatório com a minha cachorra Melissa. Quando ela precisou passar por uma cirurgia de hérnia, senti o medo real de que pudesse perder qualidade de vida. Essa vivência despertou em mim o desejo de compreender melhor esse processo e me levou a buscar uma certificação internacional em luto pet. A partir daí, aprofundei meus estudos sobre o luto em diferentes contextos e percebi como ainda há pouca literatura voltada especificamente ao universo pet. Isso reforçou a importância de trazer o tema para a prática clínica, para a comunicação e também para o dia a dia de tutores e profissionais do setor PetVet”, explica Juliana Sato, uma das organizadoras do livro.
Hoje, um animal de estimação faz parte da família, está presente na rotina da pessoa e em muitos casos no trabalho. Essa convivência cria um vínculo entre o homem e o pet. Por isso, quando um animal que amamos parte fica a dor e sofrimento, que precisam ser legitimados.
Para quem está lidando com a morte de um pet ou quer compreender melhor esse processo, a psicóloga e organizadora do livro, Juliana Sato oferece 5 atitudes que podem ajudar nesse momento tão delicado:
- Reconheça o que sente
Tristeza, saudade, confusão, uma sensação de vazio, tudo isso é natural. Não se apresse para esconder ou justificar o que está sentindo. Esse luto fala sobre o vínculo que existia. E sentimentos que vêm desse lugar merecem ser vividos com cuidado.
- Dê tempo ao seu processo
Cada pessoa vive o luto de um jeito, e tudo bem. Há dias em que a saudade pesa mais, outros em que ela se acomoda em silêncio. Permita-se atravessar esse tempo no seu ritmo, sem pressa, sem culpa, com respeito ao que sente.
- Fale com quem escuta de verdade
Falar ajuda a organizar a dor. Pode ser uma lembrança, uma foto, uma história que te marcou. Compartilhar com alguém que escuta sem julgamento pode trazer alívio.Você não precisa carregar tudo sozinho.
- Crie um ritual de despedida
Rituais ajudam a simbolizar o que palavras não alcançam. Escrever uma carta, montar um cantinho com fotos, acender uma vela ou fazer algo em homenagem ao pet pode ajudar a transformar a dor em presença simbólica.
- Cuide de você com gentileza
Mesmo no luto, o cuidado consigo importa. Tente manter pequenas rotinas: se alimentar, dormir, respirar com calma. O autocuidado não é sinal de esquecimento, é parte do caminho da reconstrução.
Do ponto de vista psicológico da autora, os pets oferecem companhia, rotina e presença afetiva — fatores fundamentais para a saúde mental, especialmente em períodos de instabilidade. Por isso, mais do que um modismo, o crescimento da convivência com animais domésticos reflete uma mudança cultural profunda, que conecta cuidado humano, saúde mental e novos modelos de família.
“O futuro das relações entre pets e tutores será marcado por novas formas de conexão. Se antes o foco estava em considerar o animal como parte da família, agora cresce o desejo de compreender melhor o que eles sentem e se comunicar de forma mais clara. A ciência do comportamento e a neurociência já revelam avanços sobre emoções e cognição animal, e a tecnologia acompanha esse movimento com dispositivos de monitoramento, coleiras inteligentes e aplicativos que prometem traduzir sinais ou vocalizações”.
Outro caminho é a sustentabilidade. O tutor do futuro será chamado a equilibrar afeto com responsabilidade socioambiental, buscando alternativas como alimentação com proteínas sustentáveis, redução do impacto ambiental e consumo mais consciente. Ao mesmo tempo, aumenta a consciência de que essa relação envolve amor, mas também preparação para lidar com envelhecimento, doenças e perdas — sem reduzir o vínculo apenas à idealização.
Em resumo, vejo o futuro como um vínculo mais interativo, informado e responsável. Será uma relação em que humanos e animais se conectam não só pelo afeto, mas também por meio da ciência, da tecnologia e de uma escuta mais sensível às formas próprias de comunicação dos pets.
CUIDADOS PALIATIVOS HOLÍSTICOS PARA OS PETS
Mari Tortella, terapeuta holística especializada em Radiestesia e Radiônica, incentiva o uso de radiestesia nos pets e explica que na Europa, a radiestesia é tão comum como qualquer outra terapia. Existem clínicas específicas sobre a técnica, casas para a compra dos acessórios e até cursos para profissionais especializados. “Aqui no Brasil, ainda estamos engatinhando na propagação da técnica, mas já é possível encontrar uma gama de profissionais qualificados. De toda forma, para quem deseja se aventurar a aplicar a técnica, começar pelo próprio animal de estimação pode ser uma boa pedida”, explica Tortella.

Já a terapeuta Olena Khanchych, que trabalha com Sound Healing, traz a vibração das taças tibetanas para uma experiência com os pets que se conectam com o som e sentem as frequências de cura. “ A taça tibetana é uma poderosa ferramenta de bem-estar. Já tive clientes que usam para os cães ficarem mais calmos. Eles recebem as vibrações e ficam em relaxamento profundo”.
Para quem quiser o livro “Luto no Contexto da Medicina Veterinária” já pode ser adquirido no site da Lucto Editora por R$169,90.
Fica a dica!
Beijos,
Helen