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Gilberto Ururahy

Por Gilberto Ururahy, médico Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista em medicina preventiva
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Pandemia e as alterações no sono

Mudanças no número de horas dormidas e queda na qualidade do sono são consequências dos anos de pandemia

Por Gilberto Ururahy
Atualizado em 24 fev 2022, 11h53 - Publicado em 22 fev 2022, 16h33
Homem deitado acordado olhando para o relógio.
Noites em claro: pandemia agravou a dificuldade para pegar no sono. (Internet/Reprodução)
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O respeitado jornal americano “The New York Times” trouxe há poucos dias uma matéria interessante. “O sono fragmentado chegou para ficar?”, pergunta a reportagem. Não é para menos: desde o começo da pandemia, são recorrentes os relatos de alterações nas horas dormidas e queda de qualidade do sono.

Uma série de incertezas, ansiedades, medos que geram ansiedades e inconstâncias fizeram com que a população dormisse menos horas ou de forma mais fragmentada. Segundo o Instituto do Sono do Rio Grande do Sul, 70% dos brasileiros afirmam ter sofrido de alterações no sono.

O estresse vivido pela população mundial é enorme, surgiu de forma súbita, tornou-se profundo e duradouro. A adrenalina (potente estimulante e ansiogênico) gerada pelo estresse, em doses elevadas, contribui para o sono de baixa qualidade.

Hoje, 35% dos clientes avaliados em nossas clínicas têm insônia. Da mesma forma, 15% dos clientes examinados têm propensão a desenvolver apneia do sono. Hipóxias cerebrais constantes, no longo prazo, além de conduzir à hipertensão arterial, diabetes e obesidade, norteiam os indivíduos à demência.

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O aumento do uso abusivo de álcool e de remédios para dormir atestam esse quadro. Por fim, completando este quadro, estão o uso excessivo de telas, a mudança na rotina dos filhos, com as aulas remotas, e o surgimento do home office forçado que transferiu os escritórios para dentro da casa dos colaboradores, alongou as horas da jornada de trabalho, prejudicando a concentração e derrubando o rendimento.

É hora de a população retomar os hábitos saudáveis, que garantem proteção a longo prazo e implicam diretamente na qualidade do sono: consumir bebidas alcóolicas com moderação, evitar o tabagismo, consumir uma alimentação balanceada, evitando gorduras e açúcares, praticar exercícios físicos com regularidade e retomar a rotina de consultas médicas e exames. O sono de qualidade é fator básico para a busca de longevidade com autonomia.

Depois da variante, Ômicron muitos países estão em fase avançada da retomada da normalidade da vida. A Austrália acaba de liberar as fronteiras do país, depois de dois anos. Na Inglaterra, o primeiro-ministro Boris Johnson acaba de anunciar que quase todas as medidas restritivas serão anuladas ainda esta semana. Um amigo que mora na Suíça manda notícias dizendo que as máscaras não serão mais obrigatórias em diversos estabelecimentos fechados, como lojas, academias e restaurantes, apesar de continuarem a ser exigidas em transporte público.

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Nós no Brasil também vamos chegar a esta fase, em breve. É a ordem natural das coisas, que todos almejamos. E quando este momento chegar, com a retomada das aulas presenciais e o retorno dos colaboradores às empresas, que todos possam recuperar também as noites de sono tranquilas, reparadoras e saudáveis.

Saúde é prevenção!

Gilberto Ururahy é médico há mais de 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, criou a Med Rio Check-up, líder brasileira em check-up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e autor de três livros: “Como se tornar um bom estressado” (Editora Salamandra), “O cérebro emocional” (Editora Rocco) e “Emoções e saúde” (Editora Rocco).

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