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Gilberto Ururahy

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Especialista em medicina preventiva
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Fígado saudável: cuidado é fundamental

Complexo e frágil, o fígado se ressente do estilo de vida irregular

Por Gilberto Ururahy
13 jul 2022, 11h19
Ilustração de um médico segurando um fígado.
 (Shutterstock/Reprodução)
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Liver é como os falantes de língua inglesa se referem ao fígado. A palavra tem origem no verbo to live, ou seja, viver. Isso dá a dimensão da importância do fígado na nossa sobrevivência: sem um fígado saudável não se vive. O fígado é nossa fábrica de energia! Justamente por isso, é preciso estar atento aos riscos associados às doenças hepáticas cuja origem estão nos hábitos de vida.

Uma alimentação rica em açúcares e em gorduras e atividade física insuficiente podem causar acúmulo de gordura no fígado, também conhecido como esteatose hepática. De acordo com pesquisas realizadas na França, um em cada cinco franceses sofrem da doença, que induz uma inflamação que destrói progressivamente as células hepáticas, também conhecida como fibrose. É o mesmo que acontece com o fígado em casos de consumo excessivo de álcool. Pesquisas da Med Rio Check-up demonstram que, após a pandemia, 35% dos clientes convivem com a doença.

De acordo com a Sociedade Francesa de Hepatologia, o número de casos da doença recrudesceu em todo o mundo (embora no país mais de 200 mil pessoas ainda sofram com a doença), enquanto a incidência de diabetes tipo 2 e obesidade tiveram aumento significativo. O mais perigoso é que a evolução da esteatose hepática é lenta e silenciosa ao longo dos anos, mas ela pode levar à quadros de cirrose e, em casos mais graves, ao câncer de fígado. Em muitas das ocorrências, o diagnóstico é feito tarde demais para controlar o processo e revertê-lo em cura. Os tratamentos existentes permitem que a doença se estabilize, contendo sua evolução, embora a qualidade de vida nunca mais seja a mesma, com históricos de fadiga, sono alterado, baixa concentração e consequências na vida sexual. Muitos pacientes podem evoluir para o transplante.

Ainda que a doença já esteja instalada, o fígado é elástico e generoso: mesmo que o indivíduo consuma álcool ou alimente-se mal, a saúde hepática pode ser compensada com a prática de exercícios físicos regulares ou com a retomada da alimentação saudável. A boa notícia é que o fígado é um órgão com extraordinária capacidade de recuperação, quando as doenças hepáticas são descobertas em seu estágio inicial. Portanto, os check-ups periódicos são valiosos aliados na prevenção e controle não apenas da esteatose hepática, mas de muitas outras doenças crônicas, como a diabetes, as doenças cardiovasculares, pulmonares, neurológicas dermatológicas, ginecológicas, oftalmológicas e cânceres.

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O melhor antídoto contra as doenças é o estilo de vida saudável e a prevenção: praticar atividades físicas regularmente, controlar o peso, o diabetes, os níveis de colesterol e triglicerídeos, ter uma alimentação balanceada, não fumar, evitar o excesso de sal e de bebidas alcoólicas, gerenciar o estresse, controlar a pressão arterial e dormir bem.

Saúde é prevenção!

Gilberto Ururahy é médico há mais de 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, criou a Med Rio Check-up, líder brasileira em check-up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e autor de quatro livros: Como se tornar um bom estressado (editora Salamandra), O cérebro emocional (editora Rocco), Emoções e saúde (editora Rocco) e Saúde é Prevenção (editora Rocco), com o médico Galileu Assis, diretor da Med Rio Check-Up.

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