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Elisa Mendes de Almeida

Por Elisa Mendes de Almeida, jornalista e escritora Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Jornalista e autora dos livros Cozinhar é Amar e Cozinhar é Doar

Receita: Madeleines, o minibolinho que ganhou fama na literatura

Aprenda a fazer as delícias em formato de conchas perfeitas para acompanhar chá e café que ficaram famosas ao serem descritas pelo escritor Marcel Proust

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Atualizado em 15 set 2025, 18h51 - Publicado em 1 set 2025, 09h44
As madeleines são pequenos bolinhos em forma de concha, com sabor que pode sugerir um limão ao fundo.
As madeleines são pequenos bolinhos em forma de concha, com sabor que pode sugerir um limão ao fundo. (Elisa Mendes de Almeida/Divulgação)
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As madeleines são pequenos bolinhos em forma de concha, com sabor que pode sugerir um limão ao fundo. São comumente servidas junto ao café ou ao chá na França —  e hoje pelo mundo todo. Ficaram tão famosas que foram parar na literatura conhecidas como “momento Madeleine”. Sabe o que é? Eu não sabia. Acredito que todos nós tenhamos um prato, um cheiro, uma música que nos remeta para algum momento em nossas vidas. São as memórias afetivas. Qualquer experiência que sentimos por meio do paladar tem o poder de nos levar direto para o ano, a idade, a roupa, a pessoa com quem estávamos… Tudo está marcado em nossa memória. Chega a acelerar nosso coração e uma explosão de prazer se instala em nosso ser. Eu desconhecia que essa faísca de memória afetiva tem sido chamada de “momento madeleine”, por conta de um trecho do livro Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust.

Antes de conhecer as versões que contam a origem destas mini delícias, vamos à receita?

Receita Madeleine:

Ingredientes: 60g de manteiga sem sal em ponto de pomada, 2 ovos, 125g de açúcar, 50ml de leite, 160g de farinha de trigo, 6g de fermento químico, fôrminhas de madeleine (em formato de conchas, facilmente encontrada em lojas de material de cozinha e de festa)

Modo de preparo: Peneire a farinha com o fermento e reserve em um bowl. Na batedeira com o fouet, coloque os ovos e o açúcar até que triplique de volume. Retire da batedeira, e com uma espátula, adicione o leite e depois delicadamente a mistura de farinha com fermento. Finalize colocando a manteiga em ponto de pomada e misturando bem devagar. Coloque num bowl, feche com plástico filme e leve para geladeira por no mínimo 1 hora (pode deixar no máximo 12h). Aqueça o forno a 220g e coloque o tabuleiro (não é a forma de madeleines!) dentro do forno para aquecer. Coloque a massa nas forminhas próprias para madeleines untadas, preenchendo 3/4 de cada espacinho e leve ao forno sobre o tabuleiro pré-aquecido por 12 a 15 minutos.

Dica: O objetivo de botar a fôrma de madeleine sobre o tabuleiro pré-aquecido é ter a massa bem fria e a placa debaixo bem quente para fazer esse choque térmico. Assim que elas crescerem e que as madeleines estiverem bem douradas, retire do forno e deixe esfriar sobre uma grade. Gosto de polvilhar açúcar por cima. Mais uma dica: pode adicionar raspas de limão!

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Vamos agora saber mais sobre as origens das madeleines? Temos duas versões. A primeira remete a 1755, na França, durante o reinado de Luís XV, mais precisamente no castelo Commercy, na Lorena, onde vivia o seu sogro, o rei deposto da Polônia, Stanislas Leszczynski. Durante um jantar, a sobremesa planejada não teria dado certo e a ajudante de cozinha, Madeleine Paulmier, teria improvisado este bolinho em forma de concha. Foi tão aprovado que a rainha Maria, filha de Stanislas, levou para a corte em Versailles, já com o nome de Madeleine. A outra versão nos conta que vendedores de Commercy as ofereciam em caixas para os passageiros de trem que passavam pela cidade. Assim, se espalhou pela França.

E voltamos a Proust. Em sua obra consagrada Em Busca do Tempo Perdido, de 1913, o escritor descreve uma cena da infância, quando o narrador já adulto, está em casa num dia de inverno e recebe da mãe uma xícara de chá com um pequeno bolo em forma de concha – a madeleine. Ao molhar o bolo no chá e provar, ele é tomado por uma sensação intensa de prazer e conforto. Um fluxo de memórias da infância desperta sem esforço consciente, o fazendo recordar das tardes de domingo na cidadezinha de Combray, quando a tia Leonie lhe oferecia uma madeleine mergulhada em chá.

Esse sabor e aroma funcionam como um gatilho de memória. Pequenas sensações podem desbloquear lembranças vividas e emocionais do passado. Muito mais forte do que quando tentamos lembrar de forma racional. Então, a expressão virou símbolo de memória afetiva e da relação entre sentidos e lembranças. Qualquer experiencia sensorial que nos transporta inesperadamente ao passado, é chamada de “momento madeleine”.

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Elisa Mendes de Almeida, jornalista carioca e criadora de conteúdo, é autora de dois livros de receita – Cozinhar é Doar e Cozinhar é Amar. Foi apresentadora de telejornais da TV Globo, TV Manchete, Rede TV e TVE, e hoje se dedica à sua paixão pela gastronomia e a boa mesa. Siga o perfil para mais receitas.

 

 

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