O impacto vital da atividade física na saúde mental brasileira
Com quase 19 milhões de pessoas, o Brasil é o país que lidera o ranking de ansiedade e depressão na América Latina
Um estudo publicado pela British Journal of Sports Medicine, em março deste ano, por pesquisadores da University of South Australia (UniSA) sugere que exercícios físicos regulares podem ser mais eficazes do que medicamentos para o tratamento de condições de saúde mental, como ansiedade e depressão. A publicação reforça a importância da prática diária de exercícios para a prevenção de doenças e para proporcionar bem-estar físico e mental. Os pesquisadores desejam que a atividade física se torne uma abordagem essencial no controle da depressão, já que o estudo mostrou que a atividade física é 1,5 vez mais eficaz do que os principais medicamentos ou até o aconselhamento.
Os resultados indicam que todos os tipos de exercícios foram benéficos para a saúde mental, incluindo a atividade aeróbica, como caminhada, musculação, pilates e ioga. No que diz respeito à depressão e ansiedade, exercícios de maior intensidade tiveram maior impacto, assim como atividades com duração mais longa.
O Brasil lidera o ranking de ansiedade e depressão na América Latina, e mesmo assim, a depressão é vista como um problema moral, falta de vontade, de pensamento positivo, de fé e de crença. Desinformação, falta de programas educativos preventivos e falta de conhecimento sobre a realidade do problema fazem parte do cenário brasileiro. Existe a necessidade das pessoas com problemas de saúde mental serem fortemente apoiadas para liderar intervenções que usem o contato social para reduzir o estigma e a discriminação. E mais do que nunca ressaltarmos a importância de ter empatia pelo outro.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, a depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram com esse transtorno. A OPAS/OMS aponta ainda a importância da genética em algumas formas de depressão, apesar de indivíduos sem histórico familiar também apresentarem o transtorno. A gravidade, frequência e duração variam de acordo com cada pessoa e suas condições psíquicas.
Está cada vez mais evidente que a atividade física é o melhor remédio e investimento para prevenir doenças, ajuda a manter o bem-estar físico e mental (ameniza sintomas de estresse e ansiedade). Estar em movimento aumenta a resposta do sistema imunológico, é uma maneira eficiente para controlar casos de pressão alta, diabetes e depressão, possibilitando até mesmo a diminuição de medicamentos. Uma pequena mudança nos hábitos é capaz de provocar uma grande melhora na saúde e na qualidade de vida. Isso pode, inclusive, impulsionar a carreira profissional.
É possível perceber como o exercício pode melhorar a qualidade de vida. E esses benefícios podem ser alcançados independentemente da idade, da condição física passada ou atual e do nível econômico social. A pesquisa publicada no British Journal of Sports Medicine, mostra que as intervenções de exercícios de até 12 semanas foram as mais eficazes na redução dos sintomas de saúde mental, incluindo aliviando ansiedade e angústia, destacando a velocidade com que a atividade física pode fazer uma mudança.
Precisa de motivos para iniciar a sua jornada de atividade física? Saiba quais as razões pelas quais devemos investir na prática de exercícios:
1) Reduz a ansiedade e a depressão.
2) Combate doenças crônicas.
3) Melhora a qualidade do sono.
4) Pode e deve ser uma forma de entretenimento.
5) Ajuda a manter o alto astral.
6) Controla o peso corporal.
7) Melhora o desempenho profissional.
8) Propicia longevidade.
Priorizar a saúde mental da população brasileira não é apenas uma necessidade, é um compromisso com o bem-estar, a resiliência e a qualidade de vida de todos. Cuidar da mente é cuidar do futuro do nosso país.