Hidroginástica: leveza na água, potência no corpo
Atividade pode queimar entre 400 e 500 calorias por hora
Muita gente ainda associa a hidroginástica a uma atividade exclusiva para idosos. Mas a verdade é que essa prática aquática, quando bem conduzida, pode ser um dos treinos mais completos e seguros disponíveis hoje. Leve para as articulações, intensa para os sistemas cardiovascular e muscular, a hidroginástica entrega muito mais do que aparenta — e isso não é só percepção empírica, é ciência.
Movimentar-se dentro da água proporciona uma série de vantagens únicas para o corpo. A resistência natural do meio líquido exige esforço constante em todas as direções, ativando grupos musculares simultaneamente e promovendo ganhos em força, estabilidade e coordenação. Além disso, o ambiente aquático favorece a melhora do condicionamento cardiorrespiratório, da flexibilidade e do equilíbrio postural, ao mesmo tempo que protege as articulações graças à redução da carga gravitacional. Tudo isso faz da hidroginástica uma opção segura, eficaz e com baixíssimo risco de lesão.
E não pense que o gasto calórico é desprezível. Dependendo da intensidade, da profundidade da piscina e do uso de acessórios, a hidroginástica pode queimar entre 400 e 500 calorias por hora. Estudos apontam que, em programas com duração mínima de 12 semanas, há reduções significativas na gordura corporal, além de melhorias relevantes no VO₂ máximo e na aptidão aeróbica. O trabalho muscular é extenso: quadríceps, glúteos, abdômen, lombar, dorsais, peitorais e braços são continuamente solicitados, tornando o treino equilibrado e funcional.
Embora muito procurada por pessoas mais velhas — e, de fato, extremamente benéfica para esse público — a hidroginástica é indicada também para adultos jovens, gestantes, pessoas com sobrepeso, hipertensos, diabéticos e indivíduos em fase de reabilitação ortopédica. A flutuação e a resistência proporcionadas pela água tornam os exercícios mais acessíveis para quem está iniciando ou tem alguma limitação física. Inclusive, para quem sofre de dores lombares, hérnia de disco ou osteoartrite, ela é uma aliada poderosa: o empuxo reduz drasticamente a sobrecarga nas articulações, enquanto a pressão hidrostática contribui para o retorno venoso e o alívio de edemas.
Outro ponto que merece destaque é a possibilidade de adaptação da intensidade. Ao contrário do que muitos pensam, a hidroginástica pode ser uma atividade bastante desafiadora. Aumentando a velocidade dos movimentos, usando acessórios como luvas ou halteres aquáticos, variando a profundidade ou aplicando protocolos intervalados (como o HIIT), é possível transformar uma aula leve em um treino altamente eficaz até para indivíduos com bom condicionamento físico.
Como toda prática física, ela também tem suas contraindicações. Casos de infecção ativa, feridas abertas, doenças cardíacas ou pulmonares descompensadas e fobias severas relacionadas à água exigem atenção e, muitas vezes, orientação médica. Ainda assim, o perfil de segurança da hidroginástica é amplamente reconhecido na literatura especializada.
Para alcançar resultados consistentes, a recomendação é de duas a três sessões semanais, com duração entre 45 e 60 minutos. A regularidade é fundamental para que o corpo passe por adaptações fisiológicas relevantes — tanto em termos musculares quanto metabólicos e cardiorrespiratórios.
Vale destacar que nem toda atividade aquática é igual. A natação, por exemplo, tem foco técnico e de performance, sendo mais indicada para jovens e atletas. Já a hidroterapia é voltada para reabilitação, com protocolos específicos para dor e funcionalidade clínica. A hidroginástica se posiciona entre esses dois polos: promove saúde, condicionamento físico e socialização, sendo ideal para quem busca uma prática acessível, segura e completa.
Portanto, se você ainda enxerga a hidroginástica como uma atividade limitada ou monótona, talvez seja hora de rever esse olhar. Com a orientação correta, ela pode ser não apenas um ponto de partida, mas um caminho sólido para transformar o corpo com respeito, eficiência e — por que não? — prazer. Afinal, é na leveza da água que muitos redescobrem a força do movimento.
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