Sequestro de ônibus na rodoviária: como foi o passo a passo da negociação

Após três horas de tensão e medo, sem disparar nenhum tiro, policiais do Bope libertaram os sequestrados e prenderam o criminoso, que feriu duas pessoas

Por Da Redação
13 mar 2024, 13h54
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Paulo Sérgio de Lima: sequestrador disse à Polícia que fez disparos por achar que estava sendo perseguido. (TV Globo/Reprodução)
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Após três horas de tensão e medo, foi preso Paulo Sérgio de Lima, o homem que sequestrou um ônibus na Rodoviária do Rio e manteve 16 pessoas reféns na tarde desta terça (12). O sequestro começou por volta das 15h e deixou dois feridos – um deles, Bruno Lima da Costa Soares, de 34 anos, em estado grave após ter sido atingido por três tiros. Em depoimento à Polícia, Paulo disse ser ligado ao Comando Vermelho na comunidade da Muzema e que, durante uma briga, baleou um traficante da Rocinha, também dominada pela facção. Por temer represálias, teria decidido fugir para Minas Gerais. Sentindo-se perseguido, ele fez os disparos contra uma das vítimas, desencadeando a ação.

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O sequestrador chegou ao guichê da Viação Sampaio às 13h51 desta terça (11) e comprou, em dinheiro, a passagem do ônibus semileito para Juiz de Fora que partiria às 14h30. Ao efetuar o pagamento, ele tirou o valor de um saco de dinheiro, o que chamou a atenção de algumas pessoas, que para ele seriam policiais, segundo o delegado Mário Andrade, da 4ª DP (Praça da República). Mesmo assim, o criminoso embarcou e, já dentro do ônibus, desconfiou que alguns passageiros também eram policiais. Ainda segundo o delegado, houve a falha mecânica que obrigou o motorista a sair do ônibus. Foi quando Paulo achou que os supostos policiais iriam prendê-lo e fez menção de entregar a arma. Um passageiro se assustou e saiu correndo, e o bandido efetuou os primeiros disparos. Os tiros atingiram Bruno, que é funcionário da Petrobras, no coração, no pulmão e no abdômen. O estado de saúde dele, que já passou por uma cirurgia, é grave. A segunda pessoa ferida, por estilhaços, foi atendida inicialmente no posto médico da própria rodoviária e ainda não havia sido identificada.

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Por volta das 16h30, as equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar, já estavam na rodoviária. Cerca de 200 agentes formaram um perímetro em torno do complexo e deram início às negociações para a libertação dos reféns. A condução das negociações esteve a cargo da Unidade de Intervenção Tática, divisão do Bope especializada em situações de crise. Atiradores de elite foram posicionados em locais estratégicos e ficaram de prontidão. De dentro do ônibus, Paulo Sérgio chegou a atirar nos policiais, que não revidaram. A negociação para a libertação dos reféns prosseguiu e, pouco depois das 17h30, o porta-voz da PM, coronel Marco Andrade, anunciou o fim do sequestro sem vítimas e a prisão de Paulo Sérgio. “O tomador de reféns se entregou. Ele está preso. Todos os reféns foram libertados seguros”, disse ele.  A Polícia Militar não fez nenhum disparo.

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